sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O lado mais distante da Lua visto pela Kaguya

A JAXA continua a disponibilizar regularmente no YouTube, espectaculares vídeos captados pela sonda Kaguya durante a sua missão na Lua. São particularmente interessantes as imagens da face lunar mais distante, uma região caracterizada pela presença de múltiplas crateras de impacto e pela quase inexistência de maria. Invisível a partir da Terra, o lado mais distante da Lua foi observado pela primeira vez a 7 de Outubro de 1959, durante o voo pioneiro da sonda soviética Luna 3.

Cratera Aitken (extremo norte da bacia de impacto Pólo Sul-Aitken).

Bacia de impacto Apolo (interior da bacia de impacto Pólo Sul-Aitken).

Cratera Oppenheimer e cratera Nishina (interior da bacia de impacto Pólo Sul-Aitken).

Lado norte do Mare Moscoviense.

Bacia de impacto Birkhoff no hemisfério norte.

Estão disponíveis mais vídeos aqui.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Impacto de um asteróide na Indonésia

A população da pequena localidade indonésia de Latteko (ilha de Celebes) assistiu pelas 11 horas da manhã do passado dia 8 de Outubro, ao impacto atmosférico de um pequeno asteróide rochoso com cerca de 10 metros de diâmetro. O objecto desintegrou-se a cerca de 20 Km da superfície, pelo que não se registaram quaisquer danos materiais.
Estima-se que a explosão tenha libertado uma energia equivalente à detonação de 50 quilotoneladas de TNT (cerca de 3 vezes a energia libertada pela bomba de Hiroshima). A onda de choque foi detectada por cinco sensores de infra-sons da CTBTO (Organização do Tratado de Proibição Total de Ensaios Nucleares), localizados num raio de 10.000 Km, e por um sexto localizado a cerca de 18.000 Km do local! O ruído produzido pela explosão foi ouvido a mais de 11 Km, lançando o pânico na população local, que se refugiou nas suas casas temendo a ocorrência de um terramoto.
Junta-se mais este acontecimento ao role de recentes avistamentos que têm surpreendido os habitantes de zonas densamente povoadas, um pouco por todo o planeta (ver aqui e aqui).

Reportagem de uma estação de televisão indonésia, mostrando um vídeo amador onde se vê o rasto deixado pelo asteróide, antes deste se desintegrar na atmosfera.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Envie uma mensagem a Vénus

Representação artística da sonda Akatsuki em Vénus.
Crédito: JAXA/Akihiro Ikeshita.

Akatsuki é o novo nome da sonda japonesa Venus Climate Orbiter (também designada PLANET-C), que irá ser lançada no próximo ano numa viagem ao planeta Vénus. Segundo a agência espacial japonesa JAXA, a nova designação foi escolhida no seio da equipa responsável pela missão, e reflecte o seu principal propósito: ser um projecto inovador na exploração da peculiar atmosfera venusiana. O nome Akatsuki (amanhecer, em português), transporta ainda, em si, não só a beleza cénica do amanhecer, como também os pensamentos e a determinação dos membros da equipa no sucesso da missão.
Como promoção adicional da missão, a JAXA propõe-se lançar uma campanha mundial de envio de mensagens a Vénus. Quem quiser participar, poderá enviar via internet, ou por correio (ver morada aqui), o nome e a respectiva mensagem num máximo de 40 caracteres romanos ou 20 kanji (para quem quiser aventurar-se no japonês), até 25 de Dezembro de 2009. Todas as mensagens serão gravadas numa placa de alumínio, que será colocada a bordo da sonda.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Noites (tempestuosas) de Galileu

Chegaram finalmente as primeiras chuvas de Outono a Portugal, justamente nas vésperas das Noites de Galileu! Um verdadeiro pesadelo para quem tinha programado participar no evento, partilhando algumas sessões de observação do céu nocturno...
Posso dizer-vos que não está tudo perdido. Para quem quiser, ainda assim, realizar algumas observações, pode utilizar um dos vários observatórios remotos que vão estar disponíveis (gratuitamente!) na internet, durante as Noites de Galileu (ver informações aqui). Existem também outras actividades alternativas. Por exemplo: que tal um belo jantar temático na companhia de amigos, com a Astronomia como tema principal?
Com a meteorologia a ajudar ou não, divirtam-se durante as próximas três noites, celebrando Galileu e as suas descobertas!
Céus limpos!

domingo, 18 de outubro de 2009

Palas: mais um protoplaneta na cintura de asteróides

Imagens de alta resolução do asteróide 2 Palas, obtidas pelo telescópio espacial Hubble. À esquerda, a forma tridimensional do asteróide, num modelo 3D construído com base nas observações.
Crédito: NASA.

Imagens obtidas pelo telescópio espacial Hubble confirmam que, tal como Ceres e Vesta, o asteróide Palas é um protoplaneta.
Um grupo de investigadores, liderados por Britney E. Schmidt, identificou em imagens de alta resolução captadas em Setembro de 2007, distintas variações de cor e albedo na superfície do segundo maior objecto da cintura de asteróides. As imagens do Hubble permitiram-lhes, ainda, obter novas medições do seu diâmetro e criar o primeiro modelo 3D do asteróide. Com uma forma elipsóide e com diâmetros nos três eixos de 582 (±18), 556 (±18), e 500 (±18) Km, Palas poderá ser mais que um grande pedaço de rocha e gelo à deriva no espaço. Com base nos novos dados obtidos a partir das imagens do Hubble, os investigadores encaram agora o gigantesco asteróide como um objecto dinâmico, que cedo sofreu processos de diferenciação geológica interna semelhantes aos verificados nos planetas telúricos.
O trabalho possibilitou, ainda, a identificação, pela primeira vez, de uma grande depressão (com cerca de 240 Km de diâmetro) na superfície de Palas. Embora não tenha sido possível determinar a sua natureza, a depressão poderá corresponder à cicatriz do grande impacto que gerou uma pequena família de asteróides de tipo espectral e com características orbitais semelhantes a Palas.
Este trabalho foi publicado recentemente na revista Science (ver artigo).

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ecoli, o pequeno astrónomo (parte II)

- Ei, pessoal! Existe VIDA para além da lâmina! Existe um UNIVERSO enorme lá fora!
- MORTE AO HEREGE!!!
- Estranha a forma como se concentram todas essas bactérias no mesmo ponto da lâmina...
Crédito: Nick D. Kim (Nearing Zero).

Arte em Marte

Imagem da superfície de Marte, obtida pela câmara de alta resolução da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, a 24 de Agosto de 2009.
Crédito: NASA/JPL/University of Arizona.

Não! Não é uma tatuagem. O que estão a ver na imagem são dunas no interior de uma cratera situada no hemisfério norte de Marte, a norte de Syrtis Major Planum (ver aqui o contexto da imagem). As riscas escuras que atravessam o cenário em várias direcções, resultam da passagem de pequenas colunas de ar em rotação semelhantes a tornados. Fenómenos atmosféricos vulgares no verão marciano, os redemoinhos de poeira ou torvelinhos, levantam à sua passagem, a fina camada de poeira avermelhada que cobre grande parte da superfície de Marte, expondo a areia basáltica existente por baixo. É a diferença de tonalidades entre o terreno exposto e o circundante que gera os belos e intrincados rabiscos nas dunas.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Descoberto um novo anel em Saturno

A NASA anunciou na semana passada a descoberta de um ténue disco de partículas de poeira e gelo em redor de Saturno. Com uma extensão que vai desde os 128 aos 207 RS (1 RS corresponde ao raio de Saturno, ou seja, cerca de 60.330 Km) e uma espessura vertical com cerca de 2,4 milhões de quilómetros, o novo anel ultrapassa de longe as dimensões de qualquer outro anel planetário conhecido no Sistema Solar. Apesar de gigantesco, a densidade de partículas de poeira no interior da estrutura não ultrapassa as 20 partículas por Km3, facto que o torna demasiado difuso para poder ser observado em luz visível. A sua descoberta só foi possível graças à câmara de infra-vermelhos do telescópio espacial Spitzer, que detectou em Fevereiro passado as fracas emissões térmicas geradas pelas minúsculas partículas do anel.


Representação artística de uma visão em infra-vermelho do gigantesco disco de grãos de poeira descoberto pelo telescópio espacial Spitzer. Saturno surge na imagem como um pequeno ponto no meio do difuso anel. Inserida na figura encontra-se uma imagem de Saturno em infra-vermelho, obtida no Observatório W.M. Keck, no Hawaii.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/W. M. Keck Observatory.

Segundos os autores da descoberta (ver artigo publicado on-line na revista Nature), as finas partículas do gigantesco disco terão provavelmente origem em material ejectado da superfície de Febe, a maior das luas irregulares de Saturno. Esta conclusão resulta do facto da inclinação orbital e da espessura vertical do disco coincidirem quase na perfeição com a órbita da pequena lua. Provavelmente, a população de partículas existentes no anel mantém-se estável devido ao contínuo bombardeamento da superfície de Febe com micrometeoritos provenientes não só do próprio anel, como também do espaço interplanetário.

A lua Febe vista pela sonda Cassini durante a sua aproximação a 11 de Junho de 2004.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.


Demasiado distante de Saturno, o novo disco sofre fracas perturbações gravitacionais, pelo que conserva uma inclinação de 27º relativamente ao equador de gigante gasoso. Neste cenário, a radiação solar assume-se como a principal força perturbadora da órbita das partículas. Simulações de computador levadas a cabo pelos investigadores demonstraram que a libertação da radiação absorvida pelos grãos de poeira exerce uma força que os impele para órbitas progressivamente mais próximas de Saturno e, consequentemente, mais próximas da órbita da lua Jápeto. Assumindo que se movem numa órbita retrógrada (semelhante à de Febe mas contrária à de Jápeto), as pequenas partículas em migração para o interior do sistema saturniano acabam por ter grandes probabilidades de colidirem directamente com o hemisfério líder de Jápeto, precisamente aquele que apresenta um brilho e composição comparáveis aos da superfície de Febe. Este mecanismo poderá ser a chave para um velho enigma com séculos de existência: o aspecto bi-tonal de Jápeto.

A aparência exótica de Jápeto num mosaico construído com imagens captadas pela sonda Cassini, durante a sua passagem em Setembro de 2007. Visível à direita, encontra-se a região de transição entre o hemisfério brilhante e o escuro hemisfério líder.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

sábado, 10 de outubro de 2009

Um primeiro olhar nos dados e nas imagens da LCROSS

O desfecho da missão LCROSS foi provavelmente uma desilusão para a maioria dos que (tal como eu) acompanharam na NASA TV, a transmissão em directo da viagem da sonda americana até à cratera Cabeus na Lua. O impacto da parte superior do foguetão Centauro acabou por não produzir uma nuvem de ejecta visível nas câmaras da LCROSS, e nos muitos telescópios que estiveram apontados ao pólo sul da Lua. No entanto, a NASA tem todos os argumentos que necessita para afirmar que a missão foi um sucesso. Apesar de não existir uma única confirmação visual do impacto, a câmara de infra-vermelhos da LCROSS detectou não só o brilho produzido pelo impacto do Centauro e como também a respectiva cratera. Durante os cerca de 4 minutos que antecederam a sua própria colisão na superfície lunar, a LCROSS conseguiu reunir ainda um volume apreciável de dados espectrométricos que após análise detalhada, poderão responder às principais questões da missão.

Imagem em infra-vermelhos do impacto da parte superior do foguetão Centauro, obtida pela câmara MIC (mid-infrared camera) instalada a bordo da sonda LCROSS. As duas pequenas imagens interiores são ampliações sucessivas da zona de impacto.
Crédito: NASA/LCROSS Mission Team.

Espectro obtido pelo espectrómetro de luz visível da LCROSS, durante a sua passagem pelas vertentes iluminadas da cratera Cabeus e pela zona de impacto do Centauro (assinalado por um pequeno pico sinalisado a vermelho).
Crédito: NASA/GSFC/anotações de Emily Lakdawalla.

Seguir-se-ão certamente longos meses até todos os dados terem sido devidamente compilados e analisados. Só nessa altura os cientistas da NASA poderão responder à questão da existência de água nas vertentes permanentemente sombrias do pólo sul lunar. Por agora ficam certamente na memória de todos os que acompanharam o desfecho da missão, as fabulosas imagens do pólo sul da Lua, captadas pela LCROSS nos momentos finais da sua viagem.

Uma visão invulgar da Lua. Imagem do pólo sul lunar captada pela sonda LCROSS durante a sua aproximação à cratera Cabeus.
Crédito: NASA/GSFC.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Últimos momentos da LCROSS em directo!

Faltam pouco mais de 11 horas para o desfecho da missão LCROSS. Podem acompanhar a espectacular descida da sonda e da parte superior do foguetão Centauro até à cratera Cabeus em directo na NASA TV a partir das 10:15 (hora de Lisboa). Não percam!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Impacto de Apófis na Terra menos provável

99942 Apófis é um NEO (acrónimo em inglês para objecto próximo da Terra) com cerca de 270 metros de diâmetro, que provocou alguma preocupação na comunidade científica pouco tempo após a sua descoberta. Com base nas primeiras observações do asteróide, cientistas da NASA descobriram em 2004, um risco de impacto relativamente elevado para a aproximação de Apófis à Terra no dia 13 de Abril de 2029 (sexta-feira!). Em Dezembro do mesmo ano, durante vários dias, as probabilidades de impacto foram crescendo sucessivamente até atingirem um máximo de 1/37. Nesta fase, Apófis quebraria um recorde perturbador: seria o primeiro objecto a atingir o nível 4 da escala de Torino. Observações posteriores afastaram definitivamente qualquer hipótese de impacto para 2029. No entanto, esta aproximação à Terra deixaria ainda no ar a possibilidade da trajectória da Apófis atravessar no espaço uma janela gravitacional (com cerca de 600 metros de diâmetro), redireccionando-o para um novo encontro com o nosso planeta a 13 de Abril de 2036. Esta possibilidade manteve o asteróide no nível 1 da escala de Torino até Agosto de 2006, altura em que observações adicionais o colocariam no nível 0, com uma probabilidade de impacto para 2036 de cerca de 1/45.000.
Baseados na análise de novos dados resultantes de observações efectuadas entre 2004 e 2008, no observatório da Universidade do Hawaii, cientistas da NASA anunciaram ontem novas previsões para a trajectória de Apófis, que reduzem significativamente as probabilidades de impacto do asteróide em 2036. O novo conjunto de dados permite agora fixar as hipóteses de impacto em 1/250.000 (demasiado insignificante para alarmar a comunidade científica).
Apesar de Apófis não constituir uma séria ameaça ao nosso planeta nas próximas décadas, a sua descoberta serve de recordação para a existência destes objectos nas vizinhanças do nosso planeta, e para a importância que programas como o Near Earth Object Program da NASA têm na prevenção de catástrofes naturais resultantes da colisão destes objectos com a Terra. Foram descobertos até hoje 1.075 asteróides com trajectórias potencialmente perigosas. Nenhum deles se encontra neste momento em rota de colisão com a Terra. No entanto, novos NEO's potencialmente perigosos são continuamente descobertos pelos astrónomos, pelo que será apenas uma questão de tempo até nos cruzarmos com um destes gigantescos pedaços de rocha espacial.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Susto na passagem da MESSENGER por Mercúrio

A MESSENGER beneficiou na passada terça-feira de uma última assistência gravitacional de Mercúrio, abrandando a sua velocidade o suficiente para que realize com sucesso a manobra de inserção orbital no próximo encontro com o planeta, no dia 8 de Março de 2011. Como bónus, esta terceira passagem constituiu uma excelente oportunidade para a captação de imagens de porções da superfície de Mercúrio nunca antes observadas, e para uma série de observações científicas valiosas, incluindo entre outras: a observação detalhada de estruturas geológicas descobertas pela sonda nas duas anteriores passagens, a procura de satélites mercurianos, e o estudo do campo gravitacional e da exosfera do planeta.

O mais pequeno planeta do Sistema Solar fotografado durante a aproximação da sonda MESSENGER no passado dia 29 de Setembro. A imagem mostra porções da superfície de Mercúrio nunca antes observadas por outra sonda.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

No entanto, nem tudo correu de acordo com o previsto. Minutos antes da MESSENGER atingir o ponto de aproximação máxima à superfície de Mercúrio, o centro de controlo da missão perdeu subitamente o contacto rádio com a sonda. Durante mais de 1 hora (que incluiu a perda de sinal por cerca de 52 minutos, devido à passagem da sonda por detrás de Mercúrio), a equipa responsável pela missão viveu momentos de grande ansiedade. A análise dos dados devolvidos pela sonda após a recuperação do sinal providenciou indícios que apontam para a ocorrência de uma falha no sistema informático da MESSENGER, falha essa que terá despoletado a sua transição autónoma para o modo de segurança (modo de funcionamento em que são canceladas todas as operações não essenciais à sobrevivência da sonda).
Apesar do incidente ter provocado a perda irremediável da maior parte das observações científicas programadas, a terceira passagem da MESSENGER por Mercúrio cumpriu o seu objectivo primário: colocar a sonda em condições para a execução da inserção orbital no planeta em 2011. A captação de imagens durante a sua aproximação a Mercúrio permitiu também preencher a lacuna de conhecimento que existia relativamente a uma grande porção da superfície de Mercúrio (cerca de 5% da superfície total). Seguem-se agora pouco mais de 17 meses de viagem interplanetária até novo encontro com o planeta em Março de 2011.
Boa viagem MESSENGER, e até 2011!

Mapa Global da superfície de Mercúrio após a terceira passagem da MESSENGER. Restam cerca de 5% de terra incognita. As porções de superfície mapeadas pela sonda Mariner 10 e pela MESSENGER durante as três passagens encontram-se evidenciadas com diferentes cores.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.


Bacia de impacto com cerca de 260 Km de diâmetro descoberta pela MESSENGER durante a última passagem por Mercúrio, a 29 de Setembro.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.