sábado, 30 de maio de 2009

Egéon, a pequena lua de Saturno

Egéon é o novo nome aprovado pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura dos Sistemas Planetários da União Astronómica Internacional, para a pequena lua de Saturno S/2008 S1, recentemente descoberta em imagens captadas em 2008 pela sonda Cassini. Na mitologia grega, Egéon (também conhecido por Briareu) é um dos Hecatonquiros, os gigantes de cem braços e cinquenta cabeças, filhos de Gaia e Urano.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Comemorações dos 90 anos da Expedição de Eddington à Ilha de Príncipe

Iniciaram-se na semana passada as comemorações dos 90 anos da expedição científica de Eddington à ilha de Príncipe, expedição que permitiu a comprovação da Teoria da Relatividade de Einstein. O auge das comemorações terá lugar na sexta-feira, no local das observações do eclipse solar de 29 de Maio de 1919, com a inauguração de uma placa comemorativa.

Placa comemorativa a ser inaugurada no dia 29 de Maio na Roça Sundy, em Príncipe.

Em Portugal, o evento será assinalado por uma série de conferências, a primeira das quais já realizada nos dias 21 e 22 de Maio, nas instalações da Sociedade de Geografia de Lisboa. O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), em conjunto com o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL) e o Centro Interuniversitário de História das Ciências e da Tecnologia (CIUHCT) irão assinalar o evento na próxima 5ª feira, com um conjunto de palestras, uma mostra documental e uma visita ao OAL. Quem estiver interessado em participar, apenas terá que comparecer no OAL, a partir das 14H30.

Programa das Comemorações no OAL:
14h30 - Abertura.
Paulo Crawford, Coordenador do CAAUL e Subdirector do OAL
14h40 - À sombra de um gigante: o Observatório da Tapada nos primeiros anos da República.

Pedro Raposo, Universidade de Oxford e CIUHCT
15h20 - Eddington e Einstein: uma teoria física com consequências astronómicas.

Paulo Crawford, Universidade de Lisboa e CAAUL
16h00 - A Recepção da Teoria da Relatividade em Portugal.

Augusto Fitas, Universidade de Évora e CEHFCi
16h40 - Encontro com Einstein: Astrónomos ao serviço do império.

Ana Simões, Universidade de Lisboa e CIUHCT
17h20 - Visita guiada ao Grande Equatorial - o maior telescópio do OAL.
17h45 - Mostra de documentos associados à Expedição ao Príncipe.

Halima Naimova, OAL e CIUHCT

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Missão Kaguya terminará com impacto na Lua

A agência espacial japonesa JAXA anunciou na semana passada o fim da missão científica Kaguya.
A sonda japonesa Kaguya encontra-se em órbita em redor da Lua desde Outubro de 2007, constituindo o contributo nipónico para a frota internacional científica que nos últimos anos tem estudado em pormenor o satélite natural da Terra. Entre outros feitos científicos de relevo obtidos pela sonda Kaguya, destaca-se o mapa de alta resolução do campo gravitacional da Lua (o melhor alguma vez obtido da face mais distante), elaborado com o auxílio do mini-satélite Okina.

Mapa do campo gravitacional da Lua obtido pela sonda Kaguya. À direita, a face voltada para a Terra e à esquerda, a face mais longínqua. O vermelho indica as anomalias gravimétricas positivas e o azul indica as anomalias gravimétricas negativas. Na face voltada para a Terra predominam as anomalias gravimétricas positivas enquanto que na face mais longínqua predominam as anomalias gravimétricas negativas.
Crédito: JAXA/Selene.


A sonda japonesa seguirá o destino do mini-satélite Okina que terminou a sua missão com um impacto na superfície lunar a 12 de Fevereiro. A agência espacial nipónica irá proceder a um impacto controlado da sonda de 3 toneladas, prevendo-se a execução da manobra para o dia 10 de Junho, às 18H30 (UTC), perto da cratera Gill, no hemisfério sul da Lua.

Local previsto do impacto (assinalado na imagem com uma estrela).
Crédito: JAXA/Selene.

sábado, 23 de maio de 2009

O projecto LIFE

Poderão organismos terrestres sobreviver a uma longa viagem através do espaço interplanetário? A resposta a esta pergunta poderá vir a ser encontrada no projecto LIFE (Living Interplanetary Flight Experiment), um projecto ambicioso concebido e financiado pela Sociedade Planetária, que irá fazer parte da missão russa à maior lua de Marte, a missão Phobos-Grunt . O projecto tem como objectivo testar a resistência de organismos vivos criteriosamente seleccionados, a uma viagem interplanetária de vários anos. Para que tal aconteça, os organismos serão encerrados dentro de uma pequena cápsula de titânio, o módulo LIFE, que por sua vez irá ser colocado a bordo da sonda Phobos-Grunt, preso à cápsula de retorno de amostras.


O módulo LIFE.
Crédito: Bruce Betts/The Planetary Society.


Lista de organismos seleccionados para a experiência LIFE:
Domínio Bacteria
Bacillus safensis
Bacillus subtilis 168
Bacillus subtilis MW01
Deinococcus radiodurans
Domínio Archaea
Haloarcula marismortui
Metanothermobacter wolfeii
Pyrococcus furiosus
Domínio Eukarya
Arabidopsis thaliana
Sacharomyces cerevisiae
Tardígrados
Comunidades de microrganismos residentes no Permafrost siberiano (pequeno conjunto de amostras).

Interior do módulo LIFE.
Crédito: The Planetary Society.


A missão Phobos-Grunt tem como objectivos principais o estudo da origem e da composição da lua marciana Fobos, incluindo para o efeito uma alunagem na sua superfície, onde se encontra programada a recolha de amostras de rocha e poeira, com posterior retorno à Terra. O lançamento da sonda encontra-se marcado para Outubro, prevendo-se uma duração da missão de cerca de 34 meses.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Herschel e Planck no espaço

Os dois telescópios espaciais da ESA, Herschel e Planck, foram colocados com sucesso no espaço no passado dia 14 de Maio. Ambos dirigem-se agora para L2 onde irão permanecer durante as respectivas missões. O telescópio Planck irá estudar em detalhe o Fundo de Radiação Cósmica em Microondas (FRCM), mapeando pequenas oscilações na sua temperatura produzidas nos primeiros momentos de existência do Universo. Por seu lado, o telescópio espacial de radiação infravermelha Herschel irá estudar a origem e evolução das estrelas e das galáxias, conhecimento base para a compreensão da arquitectura actual do Universo. A missão Herschel terá ainda como objectivo secundário o estudo de cometas, asteróides e outros objectos residentes na cintura de Kuiper, objectos remanescentes do processo de formação do Sistema Solar.

Representação artística do telescópio Herschel.
Crédito: ESA/AOES Medialab.

sábado, 16 de maio de 2009

Morreu Venetia Phair

Morreu Venetia Burney Phair, a mulher que em criança deu o nome ao 9º planeta descoberto em 1930.
Nascida a 11 de Julho de 1918, Venetia encontra-se intimamente ligada à história da descoberta de Plutão. Na manhã do dia 14 de Março de 1930, depois do seu avô Falconer Madan lhe falar acerca da descoberta do 9º planeta do Sistema Solar, Venetia (então uma pequena garota de 11 anos) lembrou-se que o nome apropriado para um objecto tão distante do Sol seria Plutão, o nome do deus romano do submundo. Madan achou a ideia fabulosa e fê-la chegar, através do astrónomo Herbert Turner, ao Observatório Lowell onde Plutão foi descoberto. O nome foi prontamente aceite por Vesto Slipher, na época o director do Observatório Lowell, e por Clyde Tombaugh, o homem responsável pela fabulosa descoberta.
Venetia faleceu com 90 anos de idade, no dia 30 de Abril, em Epsom, Inglaterra. Era a última personagem viva ligada à descoberta de Plutão.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Kepler inicia caça aos planetas extrasolares

O telescópio da NASA Kepler começou finalmente a procura de exoplanetas telúricos. Após 2 meses de ajustes e calibrações, os cientistas da missão iniciaram ontem a monitorização de mais de 100 mil estrelas localizadas na direcção da constelação de Cisne, monitorização que se irá prolongar por vários anos e que permitirá detectar variações periódicas na intensidade do brilho das estrelas, produzidas pelo trânsito de planetas extrasolares. Os responsáveis da missão prevêem que os primeiros exoplanetas descobertos pelo telescópio Kepler sejam gigantes gasosos situados próximos das respectivas estrelas. Estas primeiras descobertas poderão surgir já no próximo ano.

Representação artística do telescópio Kepler e da região na esfera celeste a ser monitorizada nos próximos anos.
Crédito: NASA.

sábado, 9 de maio de 2009

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Opportunity encontra cratera recente na superfície de Marte

O robot Opportunity continua a sua odisseia pelas crateras de Meridiani Planum. Desde que abandonou a cratera Vitória no passado mês de Agosto, o robot da NASA tem percorrido a bom ritmo os primeiros quilómetros dos cerca de 12 que o separam da cratera Endeavour, parando com alguma regularidade para examinar as rochas e o solo arenoso que se estendem ao longo da vasta planície.
No passado dia 12 de Março (sol 1825), o robot Opportunity observou uma pequena cratera perto do local de uma das paragens no seu caminho para Endeavour. Os cientistas calculam que a pequena depressão tenha sido formada a apenas 100 mil anos, o que a faz a mais recente formação geológica até agora observada por ambos os robots gémeos Spirit e Opportunity.

Porção de um mosaico de imagens obtidas pela câmara de navegação do robot Opportunity. Ao centro encontra-se a cratera Resolution, a mais recente formação geológica observada a partir da superfície de Marte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.