sábado, 20 de novembro de 2010

JAXA confirma a presença de pequenos fragmentos de Itokawa na cápsula de amostras da Hayabusa!

A JAXA já tinha confirmado a presença de pequenas partículas microscópicas no interior da cápsula de amostras da Hayabusa; faltava verificar se a sua origem era terrestre ou se seriam amostras da superfície de Itokawa. Foi este o trabalho minucioso que ocupou os cientistas nipónicos durante os últimos meses, e que agora culmina com a anúncio oficial de que as partículas são, de facto, oriundas do pequeno asteróide.

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Sequência de 39 imagens de Itokawa captadas pela sonda Hayabusa a 27 de Setembro de 2005, mostrando algumas das regiões mais acidentadas do pequeno asteróide de 535 m de comprimento.
Crédito: JAXA/ISAS/processamento e animação de Sérgio Paulino.

Quais foram os critérios usados para a verificação da origem das partículas?
Convém referir que apenas foi recolhido e analisado material particulado do compartimento A da cápsula das amostras (o compartimento B deverá ser analisado posteriomente). Foram identificados nesse material, através da sua observação e da análise por microscopia electrónica de varrimento, cerca de 1.500 fragmentos rochosos, a maioria dos quais com um tamanho inferior a 10 μm.

Imagem captada através de um microscópio electrónico de varrimento mostrando uma porção da espátula de teflon usada para a recolha do material particulado do interior do compartimento A da cápsula das amostras da Hayabusa. São visíveis entre alguns artefactos de alumínio (setas azuis), uma partícula de olivina e outra de piroxena (setas vermelhas).
Crédito: JAXA.

Contam-se entre os minerais mais abundantes identificados nos fragmentos rochosos a olivina e a piroxena, seguida da plagioclase e do sulfureto de ferro. Embora estes sejam minerais comuns na crusta terrestre, os cientistas nipónicos verificaram que a abundância relativa dos elementos Fe e Mg nas amostras, não só é diferente da encontrada nas rochas da Terra, como é semelhante à observada na superfície de Itokawa pelos instrumentos da Hayabusa. Não foi identificado nas amostras fragmentos de rocha ígnea, pelo que se excluiu qualquer possibilidade de contaminação das amostras com material de origem terrestre.

Gráfico mostrando a abundância relativa de Fe e de Mg: na olivina e na piroxena das partículas isoladas do interior do compartimento A, em material de referência (rochas típicas do manto terrestre), e na superfície de Itokawa. Reparem na concordância entre a composição medida na superfície do asteróide pela sonda Hayabusa e a detectada nas amostras.
Crédito: JAXA.

Estas foram as primeiras amostras da superfície de um asteróide devolvidas à Terra, pelo que depois de tamanho sucesso a JAXA tem agora de centrar os seus os esforços numa análise mais detalhada da composição química dos pequenos fragmentos. Dado o tamanho das amostras, este será certamente um trabalho difícil que exigirá o desenvolvimento de técnicas especiais de manipulação. No entanto, como já demonstraram todos os que estiveram envolvidos nesta espectacular missão, não existem impossíveis, pelo que em breve teremos certamente novas e excitantes notícias.

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