Faz amanhã uma semana que o Curiosity entrou na atmosfera marciana a uns estonteantes 21 mil km.h-1, para poisar apenas 7 minutos depois no interior da cratera Gale. Como tinha prometido na sexta-feira passada, vou deixar-vos aqui um sumário das actividades realizadas pelo robot durante estes primeiros sóis (cada sol corresponde a um dia marciano, ou seja, 24 horas, 39 minutos e 35 segundos), e dar-vos a conhecer alguns dados oficiais relativos à amartagem, entretanto divulgados pela equipa da missão.
Comecemos pela amartagem. De acordo com a NASA, este momento crucial da missão concretizou-se exactamente às 06:17:57 (hora de Lisboa), cerca de 13 minutos e 48 segundos antes do sinal de confirmação chegar à Terra e a euforia irromper na sala de controlo da equipa EDL (Entry, Descent and Landing). A sucessão de complicadas manobras que conduziram o Curiosity até à cratera Gale realizou-se de acordo com o previsto, colocando o robot a cerca de 2,4 quilómetros da melhor estimativa calculada logo após a amartagem, e a cerca de 6 km do seu destino, o monte Sharp.
Comparação entre o local de amartagem do Curiosity (marcado com um X vermelho) determinado a partir das imagens obtidas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), e a previsão inicial realizada pela equipa EDL (elipse azul clara). São visíveis ainda a estimativa realizada logo após a amartagem (circunferência verde) e as coordenadas determinadas pelo computador de bordo do robot (cruz preta). A ilustração mostra também os locais de impacto das massas de tungsténio usadas como lastro na entrada (marcas negras visíveis na imagem de contexto da MRO) e compara-as com as previsões realizadas pela equipa EDL (elipse e círculos azuis escuros).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/MSSS.
Os locais de repouso final do escudo térmico, do paraquedas, da cápsula e do sky crane foram entretanto identificados numa imagem obtida pela sonda MRO. O escudo térmico embateu no solo aproximadamente 1.500 metros a leste do local onde se encontra o robot. As restantes peças estão numa direcção oposta. O paraquedas e a cápsula caíram a cerca de 615 metros de distância, enquanto que o sky crane formou um leque de destroços a cerca de 650 metros do Curiosity.
Local de amartagem do Curiosity fotografado pela câmara HiRISE da MRO cerca de 24 horas após a sua chegada. Estão assinalados os locais onde repousam as 4 principais peças de hardware que acompanharam o robot até à sua entrada na atmosfera marciana.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona.
Como puderam verificar pela sucessão de espectaculares imagens divulgadas pela NASA durante toda a semana, as operações na superfície começaram pouco tempo depois das rodas do robot tocarem o solo marciano. No sol 1 (a amartagem ocorreu no sol 0 por volta das 15:00 locais), a equipa da missão esteve essencialmente ocupada a abrir a antena de alto ganho e a optimizar as comunicações com a Terra. Foram também testados alguns dos equipamentos científicos, com particular destaque para o Mars Hand Lens Imager (MAHLI), a pequena câmara localizada no braço do robot.
No sol 2, foi erguido o mastro onde se encontram as NavCam e as MastCam, e foram obtidas as primeiras imagens panorâmicas do local de amartagem. A equipa da missão continuou com a calibração da antena de alto ganho, aumentando a velocidade de envio de dados para um máximo de 256 kb.s-1. Esta tem sido a principal razão para a lentidão na chegada de imagens em alta-resolução.
A tão aguardada panorâmica a cores da MastCam foi enviada no sol 3, ainda numa versão preliminar com imagens individuais de 144 por 144 pixels. Entretanto, as versões de 1.200 por 1.200 pixels destas imagens têm estado a chegar aos poucos desde sexta-feira, e já dão para construir um fabuloso mosaico que vale a pena espreitar aqui.
Por fim, o sol 4, o último da semana, foi dedicado inteiramente à instalação de uma nova actualização do software de navegação do Curiosity, e à eliminação das versões anteriores. A nova versão, a R10, inclui todas as linhas de código necessárias para o robot se movimentar na superfície, operar o seu braço robótico e analisar amostras. Esta actividade prolongar-se-à até ao sol 8 e incluirá uma série de diagnósticos ao desempenho dos dois computadores do robot (um deles redundante). As actividades científicas ficarão assim adiadas até ao sol 9, ou seja, até à próxima quarta-feira.
Estamos quase lá!
Comecemos pela amartagem. De acordo com a NASA, este momento crucial da missão concretizou-se exactamente às 06:17:57 (hora de Lisboa), cerca de 13 minutos e 48 segundos antes do sinal de confirmação chegar à Terra e a euforia irromper na sala de controlo da equipa EDL (Entry, Descent and Landing). A sucessão de complicadas manobras que conduziram o Curiosity até à cratera Gale realizou-se de acordo com o previsto, colocando o robot a cerca de 2,4 quilómetros da melhor estimativa calculada logo após a amartagem, e a cerca de 6 km do seu destino, o monte Sharp.
Comparação entre o local de amartagem do Curiosity (marcado com um X vermelho) determinado a partir das imagens obtidas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), e a previsão inicial realizada pela equipa EDL (elipse azul clara). São visíveis ainda a estimativa realizada logo após a amartagem (circunferência verde) e as coordenadas determinadas pelo computador de bordo do robot (cruz preta). A ilustração mostra também os locais de impacto das massas de tungsténio usadas como lastro na entrada (marcas negras visíveis na imagem de contexto da MRO) e compara-as com as previsões realizadas pela equipa EDL (elipse e círculos azuis escuros).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/University of Arizona/MSSS.
Os locais de repouso final do escudo térmico, do paraquedas, da cápsula e do sky crane foram entretanto identificados numa imagem obtida pela sonda MRO. O escudo térmico embateu no solo aproximadamente 1.500 metros a leste do local onde se encontra o robot. As restantes peças estão numa direcção oposta. O paraquedas e a cápsula caíram a cerca de 615 metros de distância, enquanto que o sky crane formou um leque de destroços a cerca de 650 metros do Curiosity.
Local de amartagem do Curiosity fotografado pela câmara HiRISE da MRO cerca de 24 horas após a sua chegada. Estão assinalados os locais onde repousam as 4 principais peças de hardware que acompanharam o robot até à sua entrada na atmosfera marciana.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona.
Como puderam verificar pela sucessão de espectaculares imagens divulgadas pela NASA durante toda a semana, as operações na superfície começaram pouco tempo depois das rodas do robot tocarem o solo marciano. No sol 1 (a amartagem ocorreu no sol 0 por volta das 15:00 locais), a equipa da missão esteve essencialmente ocupada a abrir a antena de alto ganho e a optimizar as comunicações com a Terra. Foram também testados alguns dos equipamentos científicos, com particular destaque para o Mars Hand Lens Imager (MAHLI), a pequena câmara localizada no braço do robot.
No sol 2, foi erguido o mastro onde se encontram as NavCam e as MastCam, e foram obtidas as primeiras imagens panorâmicas do local de amartagem. A equipa da missão continuou com a calibração da antena de alto ganho, aumentando a velocidade de envio de dados para um máximo de 256 kb.s-1. Esta tem sido a principal razão para a lentidão na chegada de imagens em alta-resolução.
A tão aguardada panorâmica a cores da MastCam foi enviada no sol 3, ainda numa versão preliminar com imagens individuais de 144 por 144 pixels. Entretanto, as versões de 1.200 por 1.200 pixels destas imagens têm estado a chegar aos poucos desde sexta-feira, e já dão para construir um fabuloso mosaico que vale a pena espreitar aqui.
Por fim, o sol 4, o último da semana, foi dedicado inteiramente à instalação de uma nova actualização do software de navegação do Curiosity, e à eliminação das versões anteriores. A nova versão, a R10, inclui todas as linhas de código necessárias para o robot se movimentar na superfície, operar o seu braço robótico e analisar amostras. Esta actividade prolongar-se-à até ao sol 8 e incluirá uma série de diagnósticos ao desempenho dos dois computadores do robot (um deles redundante). As actividades científicas ficarão assim adiadas até ao sol 9, ou seja, até à próxima quarta-feira.
Estamos quase lá!
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