A rocha Esperance em cores falsas, numa imagem obtida pela PanCam do robot Opportunity a 28 de Março de 2013 (sol 3.262 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell/Arizona State University.
A poucas semanas de completar 10 anos desde a sua partida da Terra, o robot Opportunity realizou uma das mais importantes descobertas da sua já longa missão em Meridiani Planum. Depois de 20 meses a examinar rochas intensamente modificadas pela água num afloramento rochoso no sopé de Cabo York, o robot da NASA encontrou as suas primeiras evidências de um ambiente ancestral favorável à vida tal como a conhecemos numa rocha fracturada denominada Esperance.
"O que Esperance tem de tão especial é que existiu ali água suficiente não só para produzir minerais argilosos, mas também para remover iões libertados por essas reacções, pelo que o Opportunity consegue ver claramente essas alterações" afirmou à NASA Scott McLennan, da Stony Brooke University, em Nova Iorque, um dos membros da equipa científica da missão.
Esperance é uma rocha radicalmente diferente de todas as outras examinadas pelo Opportunity. Usando a sua escova abrasiva RAT (Rock Abrasion Tool), o robot expôs uma pequena secção do interior da rocha, e analisou-a com a câmara microscópica e o espectrómetro de raios-X que equipam a extremidade do seu braço robótico. A rocha revelou ter na sua composição uma elevada concentração de alumínio e sílica, e uma concentração menor de cálcio e ferro, uma combinação de elementos que sugerem a presença de um antigo ambiente húmido muito menos acídico que os detectados até agora pela missão.
Pormenor da rocha Esperance após abrasão com o instrumento RAT, numa mosaico de 4 imagens obtidas pela câmara microscópica do braço robótico do Opportunity a 11 de Maio de 2013 (sol 3.305 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell/USGS.
Esperance foi identificada pela equipa científica da missão num afloramento rochoso denominado Whitewater Lake, numa altura em que o Opportunity explorava uma secção do Cabo York, onde antes o espectrómetro CRISM (Compact Reconnaissance Spectrometer for Mars) da sonda Mars Reconnaissance Orbiter havia detectado minerais argilosos. As argilas formam-se tipicamente em ambientes húmidos com condições de pH e temperatura favoráveis à vida, pelo que este achado foi de extrema importância do ponto de vista biológico.
"Parece ter existido uma extensa, porém fraca, alteração em Whitewater Lake, mas uma intensa alteração em Esperance ao longo de fracturas que proporcionaram ductos para o fluído fluir" disse o investigador principal da missão Steve Squyres, da Cornell University, em Ithaca, Nova Iorque. "A água que correu por estas fracturas providenciou condições mais favoráveis para a biologia que qualquer outro ambiente húmido documentado nas rochas que o Opportunity viu anteriormente."
Vista sobre Solander Point, o próximo destino do Opportunity. Composição em cores aproximadamente naturais obtida pela PanCam do robot a 01 de Junho de 2013 (sol 3.325 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell Univ./Arizona State University.
Terminadas as actividades em Cabo York, o robot segue agora em direcção a um novo destino, denominado Solander Point. Situado a 2,2 quilómetros de distância, o local oferece um acesso a um registo geológico muito mais abrangente que a área onde o Opportunity esteve a trabalhar nos últimos meses. As encostas desta colina são também um bom refúgio para o próximo Inverno marciano, uma vez que dispõem de diversas áreas inclinadas a norte, uma particularidade favorável para manter a actividade e a mobilidade do robot nos dias com menos horas de Sol. A equipa da missão espera que o Opportunity atinja Solander Point muito antes do início do Inverno, que ocorrerá em Fevereiro de 2014.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell/Arizona State University.
A poucas semanas de completar 10 anos desde a sua partida da Terra, o robot Opportunity realizou uma das mais importantes descobertas da sua já longa missão em Meridiani Planum. Depois de 20 meses a examinar rochas intensamente modificadas pela água num afloramento rochoso no sopé de Cabo York, o robot da NASA encontrou as suas primeiras evidências de um ambiente ancestral favorável à vida tal como a conhecemos numa rocha fracturada denominada Esperance.
"O que Esperance tem de tão especial é que existiu ali água suficiente não só para produzir minerais argilosos, mas também para remover iões libertados por essas reacções, pelo que o Opportunity consegue ver claramente essas alterações" afirmou à NASA Scott McLennan, da Stony Brooke University, em Nova Iorque, um dos membros da equipa científica da missão.
Esperance é uma rocha radicalmente diferente de todas as outras examinadas pelo Opportunity. Usando a sua escova abrasiva RAT (Rock Abrasion Tool), o robot expôs uma pequena secção do interior da rocha, e analisou-a com a câmara microscópica e o espectrómetro de raios-X que equipam a extremidade do seu braço robótico. A rocha revelou ter na sua composição uma elevada concentração de alumínio e sílica, e uma concentração menor de cálcio e ferro, uma combinação de elementos que sugerem a presença de um antigo ambiente húmido muito menos acídico que os detectados até agora pela missão.
Pormenor da rocha Esperance após abrasão com o instrumento RAT, numa mosaico de 4 imagens obtidas pela câmara microscópica do braço robótico do Opportunity a 11 de Maio de 2013 (sol 3.305 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell/USGS.
Esperance foi identificada pela equipa científica da missão num afloramento rochoso denominado Whitewater Lake, numa altura em que o Opportunity explorava uma secção do Cabo York, onde antes o espectrómetro CRISM (Compact Reconnaissance Spectrometer for Mars) da sonda Mars Reconnaissance Orbiter havia detectado minerais argilosos. As argilas formam-se tipicamente em ambientes húmidos com condições de pH e temperatura favoráveis à vida, pelo que este achado foi de extrema importância do ponto de vista biológico.
"Parece ter existido uma extensa, porém fraca, alteração em Whitewater Lake, mas uma intensa alteração em Esperance ao longo de fracturas que proporcionaram ductos para o fluído fluir" disse o investigador principal da missão Steve Squyres, da Cornell University, em Ithaca, Nova Iorque. "A água que correu por estas fracturas providenciou condições mais favoráveis para a biologia que qualquer outro ambiente húmido documentado nas rochas que o Opportunity viu anteriormente."
Vista sobre Solander Point, o próximo destino do Opportunity. Composição em cores aproximadamente naturais obtida pela PanCam do robot a 01 de Junho de 2013 (sol 3.325 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell Univ./Arizona State University.
Terminadas as actividades em Cabo York, o robot segue agora em direcção a um novo destino, denominado Solander Point. Situado a 2,2 quilómetros de distância, o local oferece um acesso a um registo geológico muito mais abrangente que a área onde o Opportunity esteve a trabalhar nos últimos meses. As encostas desta colina são também um bom refúgio para o próximo Inverno marciano, uma vez que dispõem de diversas áreas inclinadas a norte, uma particularidade favorável para manter a actividade e a mobilidade do robot nos dias com menos horas de Sol. A equipa da missão espera que o Opportunity atinja Solander Point muito antes do início do Inverno, que ocorrerá em Fevereiro de 2014.
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