domingo, 15 de dezembro de 2013

NASA divulga um novo mapa da região do pólo norte de Titã

A mais completa visão sobre a região do pólo norte de Titã, num mosaico colorido construído com imagens obtidas pelo radar da sonda Cassini entre 2004 e 2013.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASI/USGS.

A equipa da missão Cassini divulgou na semana passada, na Conferência de Outono da União Americana de Geofísica, em São Francisco, um novo mapa das regiões mais setentrionais da lua Titã. Construído com imagens obtidas pelo radar da sonda da NASA, o novo mapa inclui todos os mares e a maioria dos grandes lagos que povoam esta região, num detalhe nunca antes alcançado.

"A aprendizagem acerca de estruturas da superfície, como lagos e mares, ajuda-nos a compreender como os líquidos, sólidos e gases de Titã interagem entre si para fazerem com que esta lua tenha uma aparência tão próxima à da Terra", afirma Steve Wall, líder da equipa responsável pelo radar da Cassini. "Embora estes dois mundos não sejam exactamente iguais, à medida que obtemos novas imagens, estas estruturas mostra-nos mais e mais processos [geológicos] semelhantes aos terrestres."

As novas imagens revelam que Kraken Mare é mais extenso e complexo que o assumido anteriormente. As imagens mostram, ainda, que quase todos os mares e lagos de Titã se encontram confinados numa área com somente 900 por 1.800 km. Apenas 3% da superfície líquida de Titã se localiza no exterior desta área.



"Os cientistas têm-se questionado porque se encontram os lagos de Titã no sítio onde estão", diz Randolph Kirk, um dos membros da equipa do radar da Cassini. "Estas imagens mostram-nos que o leito rochoso e a geologia criaram, certamente, no interior deste rectângulo, um ambiente particularmente convidativo para os lagos."

A equipa aplicou, ainda, de forma inovadora, um método anteriormente usado na análise de dados obtidos em Marte, para determinar, pela primeira vez, a profundidade de um mar ou lago de Titã. Baseados nesta nova análise, os cientistas conseguiram medir uma profundidade de cerca de 170 metros em Ligeia Mare, a segunda maior superfície líquida da lua de Saturno. Esta descoberta só foi possível porque o líquido é bastante puro, permitindo a passagem do sinal de radar até ao leito marinho. A superfície de Ligeia Mare deverá ser tão lisa quanto a pintura de um automóvel, pelo que provoca interferências mínimas no radar. Estes novos resultados indicam que Ligeia Mare deverá ser constituído predominantemente por metano, com uma pequena fracção de etano.

Podem assistir à apresentação destes resultados na Conferência de Outono de 2013 da União Americana de Geofísica aqui.

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