Dados recentemente obtidos pela Venus Express revelaram que o período de rotação de Vénus é agora 6,5 minutos mais longo que o medido no início dos anos 90 pela sonda americana Magellan. Esta intrigante diferença foi detectada pelos cientistas da missão europeia depois de verificarem que as estruturas geológicas que estudavam não se encontravam exactamente na posição esperada.
Animação mostrando a rotação de Vénus, um planeta com massa e diâmetro semelhantes à Terra, mas com uma atmosfera esmagadora, nuvens de ácido sulfúrico e uma temperatura superficial superior a 460ºC.
Crédito: ESA/C. Carreau.
Usando dados obtidos pelo instrumento VIRTIS (Visible and Infrared Thermal Imaging Spectrometer) da Venus Express, investigadores da ESA descobriram que pontos específicos da superfície venusiana se encontravam deslocados cerca de 20 km em relação aos locais onde deveriam estar, tendo em conta o período de rotação calculado há quase duas décadas pela Magellan. Cerca de 4 anos e meio na órbita do planeta permitiram à sonda da NASA determinar com extrema precisão a duração do dia venusiano, fixando-o em 243,0185 ± 0,0001 dias terrestres. Agora, quase 18 anos após a Magellan ter concluído a sua missão, dados obtidos pela Venus Express indicam que o período de rotação de Vénus se estendeu em média por mais 6,5 minutos.
Representação artística da sonda europeia Venus Express na órbita de Vénus.
Crédito: ESA.
O que terá provocado o abrandamento da rotação de Vénus? A resposta poderá estar na densa atmosfera do planeta. Com mais de 90 vezes a pressão registada na superfície da Terra e com a presença de ventos velozes nas camadas mais altas, a atmosfera venusiana exerce uma fricção considerável na superfície, fricção essa capaz de alterar o período de rotação. No nosso planeta, os ventos e as marés produzem um efeito semelhante, provocando a cada ano oscilações sazonais no período de rotação terrestre em cerca de 1 milissegundo. A variação observada pela Venus Express é, no entanto, demasiado elevada, tendo em conta que ocorreu em apenas um par de décadas.
Os cientistas da missão estão ainda a investigar a contribuição de outros mecanismos neste fenómeno, incluindo a troca de momento angular entre Vénus e a Terra quando os dois planetas se encontram mais próximos um do outro.
Podem ler mais pormenores desta curiosa descoberta aqui.Crédito: ESA/C. Carreau.
Usando dados obtidos pelo instrumento VIRTIS (Visible and Infrared Thermal Imaging Spectrometer) da Venus Express, investigadores da ESA descobriram que pontos específicos da superfície venusiana se encontravam deslocados cerca de 20 km em relação aos locais onde deveriam estar, tendo em conta o período de rotação calculado há quase duas décadas pela Magellan. Cerca de 4 anos e meio na órbita do planeta permitiram à sonda da NASA determinar com extrema precisão a duração do dia venusiano, fixando-o em 243,0185 ± 0,0001 dias terrestres. Agora, quase 18 anos após a Magellan ter concluído a sua missão, dados obtidos pela Venus Express indicam que o período de rotação de Vénus se estendeu em média por mais 6,5 minutos.
Representação artística da sonda europeia Venus Express na órbita de Vénus.
Crédito: ESA.
O que terá provocado o abrandamento da rotação de Vénus? A resposta poderá estar na densa atmosfera do planeta. Com mais de 90 vezes a pressão registada na superfície da Terra e com a presença de ventos velozes nas camadas mais altas, a atmosfera venusiana exerce uma fricção considerável na superfície, fricção essa capaz de alterar o período de rotação. No nosso planeta, os ventos e as marés produzem um efeito semelhante, provocando a cada ano oscilações sazonais no período de rotação terrestre em cerca de 1 milissegundo. A variação observada pela Venus Express é, no entanto, demasiado elevada, tendo em conta que ocorreu em apenas um par de décadas.
Os cientistas da missão estão ainda a investigar a contribuição de outros mecanismos neste fenómeno, incluindo a troca de momento angular entre Vénus e a Terra quando os dois planetas se encontram mais próximos um do outro.
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