Crédito: NASA.
Para o asteróide 2012 DA14, o encontro de hoje com a Terra poderá custar mais do que um simples desvio na sua órbita. De acordo com o investigador do MIT Richard Binzel, a pequena rocha espacial poderá experimentar uma série de abalos sísmicos desencadeados pela sua passagem a curta distância do centro de gravidade do nosso planeta. Os indícios de que tal possa ocorrer encontram-se na superfície de alguns dos asteróides que frequentemente cruzam a órbita da Terra.
À medida que se movem no espaço, a superfície dos asteróides tende a escurecer lentamente, devido à acção contínua dos raios cósmicos e da radiação solar. Os asteróides de tipo espectral Q exibem, no entanto, um albedo demasiado elevado, o que sugere que estes objectos evitaram de alguma forma a exposição prolongada ao clima espacial.
Para esclarecerem este mistério, Binzel e colegas calcularam as suas órbitas, e concluíram que todos eles intersectaram o interior do sistema Terra-Lua inúmeras vezes nos últimos 500 mil anos. Trabalhos anteriores já haviam demonstrado que as tensões gravitacionais geradas em tais encontros produzem actividade sísmica suficiente para perturbar os materiais presentes na sua superfície, pelo que estes resultados sugerem ser este o mecanismo responsável pela manutenção da cor observada neste grupo de asteróides.
Durante o encontro de hoje, a equipa de Binzel irá coordenar várias sessões de observação em todo o mundo, com o objectivo de recolher dados relativos à cor, rotação, forma e reflectividade de 2012 DA14. Caso ocorram sismos neste asteróide, é possível que despoletem pequenas avalanches ou outros efeitos mais dramáticos na sua superfície, pelo que a monitorização destes parâmetros será determinante na sua detecção.
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