Mercúrio em cores naturais numa composição construída com imagens obtidas pela sonda MESSENGER a 14 de Janeiro de 2008.
Crédito: NASA/JHUAPL/Gordan Ugarkovic.
Dados obtidos pela sonda MESSENGER sugerem que o planeta Mercúrio reduziu o seu raio em cerca de 7 quilómetros nos últimos 3,8 mil milhões de anos. Os novos resultados baseiam-se na caracterização de mais de 5900 estruturas espalhadas pela superfície do planeta, e contrariam estimativas anteriores, calculadas a partir de observações realizadas pela sonda Mariner 10 há cerca de 40 anos.
Antes da chegada da MESSENGER, os cientistas conheciam apenas 45% da superfície de Mercúrio. Três encontros com o planeta mais próximo do Sol tinham permitido à Mariner 10 obter imagens nunca antes vistas de um pequeno mundo crivado de crateras, algumas recortadas por escarpas lobadas e cristas de enrugamento. Estas primeiras observações sugeriam que Mercúrio tinha contraído radialmente entre 0,8 e 3 quilómetros, valores muito inferiores aos previstos pelos modelos de evolução térmica dos planetas.
Um dos mais proeminentes cinturões orogénicos observados em Mercúrio. Este sistema tem cerca de 1700 quilómetros de comprimento e consiste num conjunto de escarpas lobadas e cristas de enrugamento, que incluem Victoria Rupes, Endeavour Rupes e Antoniadi Dorsum.
Crédito: NASA/JHUAPL/Byrne et al.
"Esta discrepância entre a teoria e a observação, um quebra-cabeças com 4 décadas, foi finalmente resolvida", afirmou Sean Solomon, investigador principal da missão MESSENGER. "É genuinamente maravilhoso ver que a nossa compreensão teórica é, por fim, coincidente com as evidências geológicas."
Usando imagens de alta-resolução e dados topográficos recolhidos pela sonda da NASA, os investigadores da missão construíram uma mapa global das estruturas tectónicas visíveis na superfície do planeta. Ao todo foram identificadas 5934 escarpas e cristas, com comprimentos entre os 9 e os 900 quilómetros. Os novos dados sugerem que Mercúrio contraiu radialmente entre 4,6 a 7 quilómetros, um intervalo semelhante ao previsto pelos modelos teóricos - aproximadamente 5 a 10 quilómetros.
Mapa mostrando a totalidade das escarpas e cristas identificadas pelos autores do trabalho.
Crédito: NASA/JHUAPL/Byrne et al.
"Estes novos resultados resolvem um paradoxo com décadas, entre os modelos de evolução térmica e as estimativas da contracção de Mercúrio", disse Paul Byrne, primeiro autor deste trabalho. "Agora, a história da produção e perda de calor, e contracção global são consistentes. Curiosamente, as nossas observações são também reminiscentes de modelos, agora obsoletos, de como ocorreram deformações geológicas de larga escala na Terra, numa altura em que a comunidade científica pensava que a Terra teria apenas uma placa tectónica. Esses modelos foram desenvolvidos no século XIX para explicar a construção de montanhas e a actividade tectónica, antes do aparecimento da teoria da tectónica de placas."
Com as suas múltiplas placas tectónicas, a Terra é um caso único no Sistema Solar. Distinta da crusta terrestre, a camada mais exterior de Mercúrio é formada por uma única estrutura rígida. Esta descoberta poderá, assim, providenciar um modelo de estudo para compreender como um planeta arrefece ao longo do tempo - um modelo que poderá ser aplicado não só aos planetas telúricos do Sistema Solar como também a outros planetas na órbita de outras estrelas.
Podem ler mais sobre este trabalho aqui.
Crédito: NASA/JHUAPL/Gordan Ugarkovic.
Dados obtidos pela sonda MESSENGER sugerem que o planeta Mercúrio reduziu o seu raio em cerca de 7 quilómetros nos últimos 3,8 mil milhões de anos. Os novos resultados baseiam-se na caracterização de mais de 5900 estruturas espalhadas pela superfície do planeta, e contrariam estimativas anteriores, calculadas a partir de observações realizadas pela sonda Mariner 10 há cerca de 40 anos.
Antes da chegada da MESSENGER, os cientistas conheciam apenas 45% da superfície de Mercúrio. Três encontros com o planeta mais próximo do Sol tinham permitido à Mariner 10 obter imagens nunca antes vistas de um pequeno mundo crivado de crateras, algumas recortadas por escarpas lobadas e cristas de enrugamento. Estas primeiras observações sugeriam que Mercúrio tinha contraído radialmente entre 0,8 e 3 quilómetros, valores muito inferiores aos previstos pelos modelos de evolução térmica dos planetas.
Um dos mais proeminentes cinturões orogénicos observados em Mercúrio. Este sistema tem cerca de 1700 quilómetros de comprimento e consiste num conjunto de escarpas lobadas e cristas de enrugamento, que incluem Victoria Rupes, Endeavour Rupes e Antoniadi Dorsum.
Crédito: NASA/JHUAPL/Byrne et al.
"Esta discrepância entre a teoria e a observação, um quebra-cabeças com 4 décadas, foi finalmente resolvida", afirmou Sean Solomon, investigador principal da missão MESSENGER. "É genuinamente maravilhoso ver que a nossa compreensão teórica é, por fim, coincidente com as evidências geológicas."
Usando imagens de alta-resolução e dados topográficos recolhidos pela sonda da NASA, os investigadores da missão construíram uma mapa global das estruturas tectónicas visíveis na superfície do planeta. Ao todo foram identificadas 5934 escarpas e cristas, com comprimentos entre os 9 e os 900 quilómetros. Os novos dados sugerem que Mercúrio contraiu radialmente entre 4,6 a 7 quilómetros, um intervalo semelhante ao previsto pelos modelos teóricos - aproximadamente 5 a 10 quilómetros.
Mapa mostrando a totalidade das escarpas e cristas identificadas pelos autores do trabalho.
Crédito: NASA/JHUAPL/Byrne et al.
"Estes novos resultados resolvem um paradoxo com décadas, entre os modelos de evolução térmica e as estimativas da contracção de Mercúrio", disse Paul Byrne, primeiro autor deste trabalho. "Agora, a história da produção e perda de calor, e contracção global são consistentes. Curiosamente, as nossas observações são também reminiscentes de modelos, agora obsoletos, de como ocorreram deformações geológicas de larga escala na Terra, numa altura em que a comunidade científica pensava que a Terra teria apenas uma placa tectónica. Esses modelos foram desenvolvidos no século XIX para explicar a construção de montanhas e a actividade tectónica, antes do aparecimento da teoria da tectónica de placas."
Com as suas múltiplas placas tectónicas, a Terra é um caso único no Sistema Solar. Distinta da crusta terrestre, a camada mais exterior de Mercúrio é formada por uma única estrutura rígida. Esta descoberta poderá, assim, providenciar um modelo de estudo para compreender como um planeta arrefece ao longo do tempo - um modelo que poderá ser aplicado não só aos planetas telúricos do Sistema Solar como também a outros planetas na órbita de outras estrelas.
Podem ler mais sobre este trabalho aqui.
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