Representação artística do evento que deu origem à formação da Lua.
Crédito: Dana Berry/SwRI.
Uma equipa de investigadores financiada pela NASA produziu uma nova estimativa da idade da Lua, recorrendo à análise do metamorfismo de impacto gerado por antigas colisões em meteoritos rochosos provenientes da Cintura de Asteroides. O trabalho foi publicado na semana passada na revista Science e confirma estimativas anteriores baseadas em métodos de datação isotópica das rochas lunares recolhidas pelas missões Apollo.
Logo após o início da formação dos planetas, um objeto do tamanho de Marte chocou violentamente com a Terra, lançando uma imensidão de detritos na órbita terrestre, que viriam a coalescer para formar a nossa Lua. Este evento foi a maior e a mais recente colisão catastrófica conhecida no Sistema Solar interior. No entanto, o momento exato em que ocorreu continua a ser alvo de debate.
Para esclarecer esta incerteza, a equipa liderada por Bill Bottke, do Southwest Research Institute (SwRI), usou simulações numéricas para demonstrar como o gigantesco impacto criou não só um disco de detritos na órbita da Terra, como também ejetou uma quantidade imensa de fragmentos rochosos para o exterior do sistema Terra-Lua. O destino deste material tem sido um mistério, no entanto, é provável que uma parte significativa tenha colidido com numerosos objetos da Cintura de Asteroides, criando um registo desses impactos nas suas camadas rochosas superficiais. Colisões menos violentas entre os asteroides poderão ter enviado, posteriormente, este material em direção à Terra, acabando por atingir a superfície do nosso planeta sob a forma de pequenos meteoritos.
Simulação do impacto que deu origem à formação da Lua. Estão representados a vermelho os detritos que escaparam ao sistema Terra-Lua. Os objetos verdes correspondem a materiais que permaneceram na órbita terrestre, enquanto que os azuis são fragmentos que acabaram por colidir de novo com o nosso planeta.
Crédito: Robin Canup/SwRI.
As novas simulações sugerem que muitos dos fragmentos ejetados teriam alguns quilómetros de diâmetro. Este material terá atingido a Cintura de Asteroides a velocidades consideravelmente superiores às que tipicamente ocorrem nas colisões entre os objetos desta região do Sistema Solar, pelo que as crateras produzidas por este bombardeamento geraram certamente uma abundância de materiais metamorfizados pelos impactos a alta velocidade.
Esta conclusão levou os investigadores a tentar deduzir a magnitude relativa e o período em que ocorreu este bombardeamento. Partindo de modelos que simulam a evolução dos fragmentos ejetados pelo gigantesco impacto, e adaptando os resultados aos vestígios de antigas colisões em meteoritos rochosos, a equipa liderada por Bottke conseguiu inferir que a Lua se formou há 4,47 mil milhões de anos - um valor que está de acordo com as anteriores estimativas.
As assinaturas de impactos encontradas nos meteoritos providenciam ainda um vislumbre das últimas fases de formação planetária no Sistema Solar interior. A equipa está neste momento focada em explorar a possibilidade de poderem usar estas assinaturas na determinação da quantidade de objetos do tamanho de asteroides que permaneceram no Sistema Solar interior, no rescaldo da formação dos planetas.
"É até possível que minúsculos remanescentes da proto-Terra ou do objeto responsável pela formação da Lua possam ser ainda encontrados no interior de meteoritos que exibam sinais de metamorfização com origem em colisões de fragmentos produzidos pelo gigantesco impacto", explica Bottke. "Isso iria permitir aos cientistas explorar pela primeira vez a natureza primordial desconhecida do nosso planeta."
Podem ler mais sobre este trabalho aqui.
Crédito: Dana Berry/SwRI.
Uma equipa de investigadores financiada pela NASA produziu uma nova estimativa da idade da Lua, recorrendo à análise do metamorfismo de impacto gerado por antigas colisões em meteoritos rochosos provenientes da Cintura de Asteroides. O trabalho foi publicado na semana passada na revista Science e confirma estimativas anteriores baseadas em métodos de datação isotópica das rochas lunares recolhidas pelas missões Apollo.
Logo após o início da formação dos planetas, um objeto do tamanho de Marte chocou violentamente com a Terra, lançando uma imensidão de detritos na órbita terrestre, que viriam a coalescer para formar a nossa Lua. Este evento foi a maior e a mais recente colisão catastrófica conhecida no Sistema Solar interior. No entanto, o momento exato em que ocorreu continua a ser alvo de debate.
Para esclarecer esta incerteza, a equipa liderada por Bill Bottke, do Southwest Research Institute (SwRI), usou simulações numéricas para demonstrar como o gigantesco impacto criou não só um disco de detritos na órbita da Terra, como também ejetou uma quantidade imensa de fragmentos rochosos para o exterior do sistema Terra-Lua. O destino deste material tem sido um mistério, no entanto, é provável que uma parte significativa tenha colidido com numerosos objetos da Cintura de Asteroides, criando um registo desses impactos nas suas camadas rochosas superficiais. Colisões menos violentas entre os asteroides poderão ter enviado, posteriormente, este material em direção à Terra, acabando por atingir a superfície do nosso planeta sob a forma de pequenos meteoritos.
Simulação do impacto que deu origem à formação da Lua. Estão representados a vermelho os detritos que escaparam ao sistema Terra-Lua. Os objetos verdes correspondem a materiais que permaneceram na órbita terrestre, enquanto que os azuis são fragmentos que acabaram por colidir de novo com o nosso planeta.
Crédito: Robin Canup/SwRI.
As novas simulações sugerem que muitos dos fragmentos ejetados teriam alguns quilómetros de diâmetro. Este material terá atingido a Cintura de Asteroides a velocidades consideravelmente superiores às que tipicamente ocorrem nas colisões entre os objetos desta região do Sistema Solar, pelo que as crateras produzidas por este bombardeamento geraram certamente uma abundância de materiais metamorfizados pelos impactos a alta velocidade.
Esta conclusão levou os investigadores a tentar deduzir a magnitude relativa e o período em que ocorreu este bombardeamento. Partindo de modelos que simulam a evolução dos fragmentos ejetados pelo gigantesco impacto, e adaptando os resultados aos vestígios de antigas colisões em meteoritos rochosos, a equipa liderada por Bottke conseguiu inferir que a Lua se formou há 4,47 mil milhões de anos - um valor que está de acordo com as anteriores estimativas.
As assinaturas de impactos encontradas nos meteoritos providenciam ainda um vislumbre das últimas fases de formação planetária no Sistema Solar interior. A equipa está neste momento focada em explorar a possibilidade de poderem usar estas assinaturas na determinação da quantidade de objetos do tamanho de asteroides que permaneceram no Sistema Solar interior, no rescaldo da formação dos planetas.
"É até possível que minúsculos remanescentes da proto-Terra ou do objeto responsável pela formação da Lua possam ser ainda encontrados no interior de meteoritos que exibam sinais de metamorfização com origem em colisões de fragmentos produzidos pelo gigantesco impacto", explica Bottke. "Isso iria permitir aos cientistas explorar pela primeira vez a natureza primordial desconhecida do nosso planeta."
Podem ler mais sobre este trabalho aqui.
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