Representação artística de Kepler-10b, um pequeno mundo com uma órbita demasiado próxima da sua estrela.
Crédito: NASA/Kepler Mission/Dana Berry.
Foi anunciada anteontem a descoberta do primeiro planeta telúrico extrasolar por parte da missão Kepler. Designado Kepler-10b, a sua presença foi denunciada pelas pequenas variações no brilho estelar causadas pela passagem do planeta na frente da sua estrela hospedeira. O conhecimento das características espectrais da estrela, da quantidade de luz bloqueada em cada trânsito, e da frequência com que os trânsitos são observados, permitiu aos astrónomos deduzir com rigor o diâmetro e o período orbital do novo planeta.
Kepler-10b tem cerca de 1,4 vezes o diâmetro da Terra, o que o torna um dos mais pequenos exoplanetas descobertos até hoje. O seu período orbital de apenas 20 horas coloca-o a curta distância da superfície da sua estrela Kepler-10: cerca de 0,017 UA, o correspondente a 1/20 da distância média entre o planeta Mercúrio e o Sol! Ou seja, Kepler-10b deverá ser um mundo infernal, com temperaturas na sua superfície acima dos 1.300º C (superiores às temperaturas registadas nos fluxos de lava terrestres).
Kepler 10b orbita uma velha estrela de tipo espectral G, com massa e temperatura ligeiramente inferiores às do Sol. O sistema situa-se a cerca de 560 anos-luz de distância do Sistema Solar, na direcção da constelação do Dragão.
Crédito: NASA/Kepler Mission/Dana Berry.
Esta descoberta foi já confirmada por observações independentes realizadas com o espectrómetro HIRES do Observatório W.M. Keck. As leituras precisas da velocidade radial da estrela Kepler-10 providenciadas pelo HIRES, permitiram ainda a obtenção dos dados necessários para os astrónomos calcularem a massa e a densidade do planeta: respectivamente, 4,6 vezes a massa da Terra e 8,8 g.cm-3 de densidade (para comparação, a Terra tem 5,5 g.cm-3 de densidade). Estes valores indicam que Kepler-10b é inequivocamente um objecto de natureza metálico-rochosa.
Diagrama mostrando a composição teórica dos planetas Kepler-10b, CoRot-7b e GJ 1214b, de acordo com a sua massa e tamanho. Estão representados os planetas Marte, Vénus e Terra para comparação.
Crédito: NASA.
A equipa de investigadores responsável pela descoberta identificou um segundo sinal nos dados do telescópio Kepler, que poderá corresponder a outro planeta com uma massa até 20 vezes superior à da Terra e um período orbital de cerca de 45 dias. A confirmação da presença deste segundo objecto carece, no entanto, da sua detecção pelo método da velocidade radial.
Podem consultar o artigo com os pormenores desta descoberta aqui.
ae gente o que é composição sem zoa?
ResponderEliminarLamento Anónimo mas não entendi a sua questão.
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