O cometa Ikeya-Seki, também conhecido como o grande cometa de 1965. Durante a sua aproximação ao periélio tornou-se visível junto ao Sol em plena luz do dia.
Crédito: Roger Lynds/NOAO/AURA/NSF.
Foi invulgar o número de cometas que mergulhou na atmosfera solar entre o dia 13 e 22 de Dezembro. Geralmente, o SOHO observa em média, por semana, cerca de 2 destes objectos. Mas em Dezembro foi diferente. Durante 10 dias foram identificados 25 cometas suicidas, todos com diâmetros de apenas algumas dezenas de metros.
A grande maioria destes pedaços de gelo detectados pelo SOHO são membros da família de cometas rasantes Kreutz, um grupo de objectos resultante da fragmentação de um único progenitor à cerca de 2.500 anos. Fazem parte desta família alguns dos mais espectaculares cometas registados na História, incluindo o cometa Ikeya-Seki e o cometa C/1882 R1, o grande cometa de 1882.
Concebido para estudar a coroa solar, o coronógrafo LASCO do SOHO tem demonstrado particular eficiência na detecção dos membros mais pequenos do grupo, objectos invisíveis a partir dos observatórios na Terra. Nos últimos anos tornou-se clara uma tendência para o aumento do número de visitas de membros da família Kreutz. Segundo os astrónomos americanos Karl Battams do Naval Research Laboratory, Washington, DC, e Matthew Knight do Obsertório Lowell, Flagstaff, Arizona, a recente tempestade de cometas rasantes confirma essa tendência e poderá ser um prenúncio da chegada em breve de um objecto muito maior, um fragmento de dimensões semelhantes ao núcleo do cometa Ikeya-Seki.
Na sua visita em 1965, Ikeya-Seki passou a 450 mil quilómetros da superfície do Sol. O seu núcleo era tão grande (cerca de 5 km de diâmetro) que sobreviveu ao escaldante encontro, emergindo do periélio como um dos mais brilhantes cometas do último milénio.
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