Os cientistas têm-se intrigado com as anomalias magnéticas encontradas em algumas regiões da Lua desde que os astronautas da missão Apollo 12 descobriram, pela primeira vez, rochas fortemente magnetizadas nas planícies de Mare Cognitum, no sul de Oceanus Procellarum. Tipicamente, as rochas recolhidas nas missões Apollo são pobres em ferro, o que lhes confere um fraco potencial de magnetização. Por outro lado, a distribuição de regiões fortemente magnetizadas na superfície lunar nem sempre se correlaciona com estruturas geológicas que possam fornecer pistas sobre a sua origem, como por exemplo, bacias de impacto, vulcões ou fluxos de lava. Um trio de investigadores acreditam agora terem encontrado na antiga bacia de impacto de Pólo Sul-Aitken a chave para a solução deste enigma.
Astronauta da missão Apollo 12 colhendo uma amostra de rocha lunar.
Crédito: NASA.
Com um diâmetro médio de 2.200 km e com cerca de 13 km de profundidade, a gigantesca depressão é a maior estrutura de impacto do Sistema Solar. A sua forma elíptica é uma clara evidência de que terá sido esculpida pelo impacto de um grande objecto numa trajectória oblíqua. A norte de Pólo Sul-Aitken concentra-se o mais proeminente grupo de anomalias magnéticas de toda a superfície lunar.
A bacia de impacto de Pólo Sul-Aitken. Estão evidenciados a vermelho na metade esquerda da imagem os grupos de anomalias magnéticas situadas no limite norte da depressão.
Crédito: NASA/LRO/Science/AAAS.
Mark Wieczorek do Institut de Physique du Globe de Paris e os seus dois colegas do Massachusetts Institute of Technology publicaram um artigo na revista Science onde especulam que esta coincidência é uma forte evidência de que a gigantesca bacia foi esculpida por um grande asteróide com 10 a 30% de ferro na sua composição, e cerca de 100 vezes mais magnetizado que os materiais da crusta lunar. Para testarem a sua hipótese, os investigadores realizaram várias simulações de impacto em computador, onde fizeram variar as dimensões do projéctil, a sua velocidade e o ângulo da sua trajectória. Descobriram que o impacto de um asteróide rico em ferro, com 200 km de diâmetro, num ângulo de 45º e a uma velocidade de 15 km.s-1 provocaria a distribuição dos seus materiais num padrão semelhante ao observado para as anomalias magnéticas lunares. Curiosamente, as simulações reproduzem inclusive a presença de fortes anomalias isoladas no lado mais próximo da Terra, como é o caso de Reiner Gama e Descartes.
Os fragmentos metálicos do asteróide teriam condições para ser magnetizados durante o seu arrefecimento, caso existisse um campo magnético global na Lua quando a bacia de Pólo Sul-Aitken se formou, há cerca de 4,3 mil milhões de anos - uma distinta possibilidade, de acordo com os autores. Depois do dínamo lunar cessar a sua actividade, essas regiões poderiam permanecer magnetizadas, criando o estranho retalho observado nos dias de hoje.
Podem consultar o artigo original deste trabalho aqui.
Astronauta da missão Apollo 12 colhendo uma amostra de rocha lunar.
Crédito: NASA.
Com um diâmetro médio de 2.200 km e com cerca de 13 km de profundidade, a gigantesca depressão é a maior estrutura de impacto do Sistema Solar. A sua forma elíptica é uma clara evidência de que terá sido esculpida pelo impacto de um grande objecto numa trajectória oblíqua. A norte de Pólo Sul-Aitken concentra-se o mais proeminente grupo de anomalias magnéticas de toda a superfície lunar.
A bacia de impacto de Pólo Sul-Aitken. Estão evidenciados a vermelho na metade esquerda da imagem os grupos de anomalias magnéticas situadas no limite norte da depressão.
Crédito: NASA/LRO/Science/AAAS.
Mark Wieczorek do Institut de Physique du Globe de Paris e os seus dois colegas do Massachusetts Institute of Technology publicaram um artigo na revista Science onde especulam que esta coincidência é uma forte evidência de que a gigantesca bacia foi esculpida por um grande asteróide com 10 a 30% de ferro na sua composição, e cerca de 100 vezes mais magnetizado que os materiais da crusta lunar. Para testarem a sua hipótese, os investigadores realizaram várias simulações de impacto em computador, onde fizeram variar as dimensões do projéctil, a sua velocidade e o ângulo da sua trajectória. Descobriram que o impacto de um asteróide rico em ferro, com 200 km de diâmetro, num ângulo de 45º e a uma velocidade de 15 km.s-1 provocaria a distribuição dos seus materiais num padrão semelhante ao observado para as anomalias magnéticas lunares. Curiosamente, as simulações reproduzem inclusive a presença de fortes anomalias isoladas no lado mais próximo da Terra, como é o caso de Reiner Gama e Descartes.
Os fragmentos metálicos do asteróide teriam condições para ser magnetizados durante o seu arrefecimento, caso existisse um campo magnético global na Lua quando a bacia de Pólo Sul-Aitken se formou, há cerca de 4,3 mil milhões de anos - uma distinta possibilidade, de acordo com os autores. Depois do dínamo lunar cessar a sua actividade, essas regiões poderiam permanecer magnetizadas, criando o estranho retalho observado nos dias de hoje.
Podem consultar o artigo original deste trabalho aqui.
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