Cientistas da missão Cassini sugerem que o hemisfério sul de Titã poderá ter albergado num passado recente vastos mares pouco profundos. Num trabalho apresentado esta semana na 44ª Reunião da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Americana de Astronomia, Ellen Stofan descreveu como a análise de imagens de radar obtidas pela sonda entre 2008 e 2011 conduziu a equipa à descoberta de duas extensas regiões escuras delimitadas pelo que aparenta ser uma antiga linha de costa. Uma das regiões encerra no seu interior Ontario Lacus, a maior massa de hidrocarbonetos líquidos actualmente existente no hemisfério sul de Titã.
Ontario Lacus numa composição de imagens de radar obtidas pela sonda Cassini. A linha a vermelho desenha os limites de um antigo mar com pelo menos 475 km de comprimento e 280 km de largura.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASI/Proxemy Research.
Recentemente, um outro grupo de investigadores da missão, liderado por Oded Aharonson, sugeriu que processos semelhantes aos ciclos de Croll-Milankovich (variações a longo termo na órbita da Terra que se pensa estarem relacionadas com mudanças climatéricas cíclicas, como por exemplo, as glaciações) provocam a transferência cíclica de hidrocarbonetos entre os dois pólos de Titã. De acordo com este modelo, há menos de 50 mil anos, o pólo sul estaria coberto por extensas massas líquidas com aspecto e extensão semelhantes aos grandes mares observados actualmente no pólo norte. Os leitos secos agora descritos pela equipa de Stofan parecem confirmar a presença de tais ciclos climatéricos.
"Os mares de Titã são albergues temporários para experiências de química prebiótica, e sabemos que vão alternando de um hemisfério para outro em ciclos de mais de 100 mil anos" afirmou Stofan na conferência. Se Ontario Lacus é de facto tudo o resta de um extenso mar, então poderá ter acumulado ao longo desse tempo uma verdadeira sopa de compostos orgânicos prebióticos!
Leiam aqui o resumo deste e de outros trabalhos apresentados na Reunião da DPS deste ano.
Ontario Lacus numa composição de imagens de radar obtidas pela sonda Cassini. A linha a vermelho desenha os limites de um antigo mar com pelo menos 475 km de comprimento e 280 km de largura.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASI/Proxemy Research.
Recentemente, um outro grupo de investigadores da missão, liderado por Oded Aharonson, sugeriu que processos semelhantes aos ciclos de Croll-Milankovich (variações a longo termo na órbita da Terra que se pensa estarem relacionadas com mudanças climatéricas cíclicas, como por exemplo, as glaciações) provocam a transferência cíclica de hidrocarbonetos entre os dois pólos de Titã. De acordo com este modelo, há menos de 50 mil anos, o pólo sul estaria coberto por extensas massas líquidas com aspecto e extensão semelhantes aos grandes mares observados actualmente no pólo norte. Os leitos secos agora descritos pela equipa de Stofan parecem confirmar a presença de tais ciclos climatéricos.
"Os mares de Titã são albergues temporários para experiências de química prebiótica, e sabemos que vão alternando de um hemisfério para outro em ciclos de mais de 100 mil anos" afirmou Stofan na conferência. Se Ontario Lacus é de facto tudo o resta de um extenso mar, então poderá ter acumulado ao longo desse tempo uma verdadeira sopa de compostos orgânicos prebióticos!
Leiam aqui o resumo deste e de outros trabalhos apresentados na Reunião da DPS deste ano.
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