Meteorito fóssil pertencente a uma nova classe (B), encontrado em 2011 na pedreira de Thorberg (A).
Crédito: Schmitz et al., 2014.
Investigadores identificaram um meteorito fóssil possivelmente associado a uma violenta colisão ocorrida há centenas de milhões de anos, na Cintura de Asteróides. O pequeno objeto foi encontrado numa pedreira de calcário do Ordovícico Médio, na Suécia, e aparenta ser o primeiro representante de um nova classe de meteoritos relacionados com os winonaítos - um grupo de acondritos primitivos dos quais só se conhecem 26 exemplares.
Cerca de um quarto de todos os meteoritos recuperados na superfície da Terra tiveram origem na fragmentação de um enorme asteróide do tipo espetral L, há aproximadamente 470 milhões de anos. O evento deixou marcas proeminentes no registo geológico do nosso planeta, e poderá ter estado na origem das atuais famílias de asteróides Flora e Gefion. Em 2007, um grupo de cientistas especulou uma possível ligação entre esta catástrofe e um dos maiores episódios de biodiversificação da Terra, ocorridos no Ordovícico Médio (ver mais pormenores aqui).
Nos últimos 20 anos, cientistas suecos recuperaram mais de uma centena de meteoritos fósseis em antigos sedimentos marinhos do Ordovícico Médio, nas proximidades de Thorsberg, no sul da Suécia. Distribuídos em estratos depositados durante aproximadamente 2 milhões de anos, numa área de apenas 20000 m2, estes pequenos objetos denunciam um súbito aumento do fluxo de meteoróides na direção da Terra, o que coincide com a antiga catástrofe ocorrida na Cintura de Asteróides.
Análises geoquímicas indicam que a maioria dos meteoritos de Thorsberg são condritos do tipo L. No entanto, recentemente, os cientistas identificaram um novo meteorito que não se enquadra em nenhuma das classes até agora conhecidas. Dados espetrométricos e radiométricos confirmam que o pequeno objeto atingiu a superfície da Terra na mesma altura que os restantes meteoritos encontrados no mesmo estrato, e que esteve exposto à radiação cósmica do espaço durante um período de cerca de 1 milhão de anos - um período idêntico ao dos condritos de tipo L encontrados na pedreira - o que sugere uma estreita relação entre este misterioso objeto e os outros meteoritos.
De acordo com os autores, esta relação sugere a intrigante possibilidade deste novo meteorito ser um pequeno pedaço do objeto que provocou a fragmentação do asteróide progenitor dos meteoritos de tipo L. Até agora, os cientistas não tinham encontrado qualquer vestígio de outro asteróide implicado na catástrofe, pelo que muitos sugeriam que este segundo asteróide tinha sido vaporizado no impacto. Com esta nova descoberta, os investigadores adicionam mais uma peça fundamental num dos eventos do Sistema Solar mais proeminentes dos últimos 3 mil milhões de anos.
Podem encontrar todos os pormenores deste trabalho aqui.
Crédito: Schmitz et al., 2014.
Investigadores identificaram um meteorito fóssil possivelmente associado a uma violenta colisão ocorrida há centenas de milhões de anos, na Cintura de Asteróides. O pequeno objeto foi encontrado numa pedreira de calcário do Ordovícico Médio, na Suécia, e aparenta ser o primeiro representante de um nova classe de meteoritos relacionados com os winonaítos - um grupo de acondritos primitivos dos quais só se conhecem 26 exemplares.
Cerca de um quarto de todos os meteoritos recuperados na superfície da Terra tiveram origem na fragmentação de um enorme asteróide do tipo espetral L, há aproximadamente 470 milhões de anos. O evento deixou marcas proeminentes no registo geológico do nosso planeta, e poderá ter estado na origem das atuais famílias de asteróides Flora e Gefion. Em 2007, um grupo de cientistas especulou uma possível ligação entre esta catástrofe e um dos maiores episódios de biodiversificação da Terra, ocorridos no Ordovícico Médio (ver mais pormenores aqui).
Nos últimos 20 anos, cientistas suecos recuperaram mais de uma centena de meteoritos fósseis em antigos sedimentos marinhos do Ordovícico Médio, nas proximidades de Thorsberg, no sul da Suécia. Distribuídos em estratos depositados durante aproximadamente 2 milhões de anos, numa área de apenas 20000 m2, estes pequenos objetos denunciam um súbito aumento do fluxo de meteoróides na direção da Terra, o que coincide com a antiga catástrofe ocorrida na Cintura de Asteróides.
Análises geoquímicas indicam que a maioria dos meteoritos de Thorsberg são condritos do tipo L. No entanto, recentemente, os cientistas identificaram um novo meteorito que não se enquadra em nenhuma das classes até agora conhecidas. Dados espetrométricos e radiométricos confirmam que o pequeno objeto atingiu a superfície da Terra na mesma altura que os restantes meteoritos encontrados no mesmo estrato, e que esteve exposto à radiação cósmica do espaço durante um período de cerca de 1 milhão de anos - um período idêntico ao dos condritos de tipo L encontrados na pedreira - o que sugere uma estreita relação entre este misterioso objeto e os outros meteoritos.
De acordo com os autores, esta relação sugere a intrigante possibilidade deste novo meteorito ser um pequeno pedaço do objeto que provocou a fragmentação do asteróide progenitor dos meteoritos de tipo L. Até agora, os cientistas não tinham encontrado qualquer vestígio de outro asteróide implicado na catástrofe, pelo que muitos sugeriam que este segundo asteróide tinha sido vaporizado no impacto. Com esta nova descoberta, os investigadores adicionam mais uma peça fundamental num dos eventos do Sistema Solar mais proeminentes dos últimos 3 mil milhões de anos.
Podem encontrar todos os pormenores deste trabalho aqui.
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