Porção central de Hellespontus Montes, numa imagem obtida a 13 de janeiro de 2014, pela câmara HRSC da sonda europeia Mars Express.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin.
Esta espantosa imagem divulgada recentemente pela ESA mostra a secção central de Hellespontus Montes, uma cadeia montanhosa localizada no extremo ocidental de Hellas Planitia, no hemisfério sul de Marte. Com cerca de 2300 quilómetros de diâmetro e 9 quilómetros de profundidade, Hellas Planitia é a maior estrutura de impacto do Sistema Solar. A sua área equivale a aproximadamente metade da área do Brasil.
Hellespontus Montes é um produto das derradeiras fases de formação da bacia de Hellas Planitia. Elevada pelas tremendas forças que esculpiram a gigantesca bacia, esta cadeia montanhosa com pouco mais de 700 quilómetros de comprimento exibe uma interessante paisagem alterada ao longo de milhares de milhões de anos por fenómenos erosivos e por pequenos impactos.
Imagem de contexto mostrando toda a extensão de Hellespontus Montes. O pequeno retângulo branco evidencia a região visível na imagem de cima.
Crédito: NASA MGS MOLA Science Team/Freie Universitaet Berlin.
Na imagem podemos ver várias crateras com superfícies enrugadas no seu interior, algumas formando padrões concêntricos. Estas estruturas, conhecidas por "preenchimentos concêntricos", encontram-se provavelmente associadas a ciclos de precipitação de neve, ocorridos numa época em que Marte era um planeta muito mais húmido.
No final de cada ciclo, a neve acumulada no interior das crateras ficaria coberta por poeira e outros detritos, antes de ser compactada sob a forma de gelo. Estes depósitos tenderiam a fluir como um glaciar para o centro da crateras, adaptando-se aos contornos da paisagem à medida que se moviam. A quantidade de linhas concêntricas sugere que estes ciclos ocorreram diversas vezes, pelo que é possível que persistam alguns depósitos ricos em gelo a apenas algumas dezenas de metros de profundidade.
Perspetiva sobre Hellespontus Montes, criada com imagens obtidas a 13 de janeiro de 2014, pela câmara HRSC da sonda europeia Mars Express.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin.
A imagem revela ainda outros pormenores interessantes. No interior de uma grande cratera podemos observar camadas sedimentares parcialmente erodidas pelos ventos marcianos. Partes destas camadas formam pequenas colinas com topos planos, provavelmente constituídas por materiais mais resistentes à erosão. O alinhamento e a forma das dunas visíveis no interior desta cratera indicam que os ventos na região sopram maioritariamente de leste.
A norte da cratera encontra-se uma rede de intrincados vales que descem ao longo das vertentes de Hellespontus Montes, e serpenteiam em direção às planícies a leste. Estas planícies exibem vastos mantos de depósitos, provavelmente criados pela presença de antigos lagos.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin.
Esta espantosa imagem divulgada recentemente pela ESA mostra a secção central de Hellespontus Montes, uma cadeia montanhosa localizada no extremo ocidental de Hellas Planitia, no hemisfério sul de Marte. Com cerca de 2300 quilómetros de diâmetro e 9 quilómetros de profundidade, Hellas Planitia é a maior estrutura de impacto do Sistema Solar. A sua área equivale a aproximadamente metade da área do Brasil.
Hellespontus Montes é um produto das derradeiras fases de formação da bacia de Hellas Planitia. Elevada pelas tremendas forças que esculpiram a gigantesca bacia, esta cadeia montanhosa com pouco mais de 700 quilómetros de comprimento exibe uma interessante paisagem alterada ao longo de milhares de milhões de anos por fenómenos erosivos e por pequenos impactos.
Imagem de contexto mostrando toda a extensão de Hellespontus Montes. O pequeno retângulo branco evidencia a região visível na imagem de cima.
Crédito: NASA MGS MOLA Science Team/Freie Universitaet Berlin.
Na imagem podemos ver várias crateras com superfícies enrugadas no seu interior, algumas formando padrões concêntricos. Estas estruturas, conhecidas por "preenchimentos concêntricos", encontram-se provavelmente associadas a ciclos de precipitação de neve, ocorridos numa época em que Marte era um planeta muito mais húmido.
No final de cada ciclo, a neve acumulada no interior das crateras ficaria coberta por poeira e outros detritos, antes de ser compactada sob a forma de gelo. Estes depósitos tenderiam a fluir como um glaciar para o centro da crateras, adaptando-se aos contornos da paisagem à medida que se moviam. A quantidade de linhas concêntricas sugere que estes ciclos ocorreram diversas vezes, pelo que é possível que persistam alguns depósitos ricos em gelo a apenas algumas dezenas de metros de profundidade.
Perspetiva sobre Hellespontus Montes, criada com imagens obtidas a 13 de janeiro de 2014, pela câmara HRSC da sonda europeia Mars Express.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin.
A imagem revela ainda outros pormenores interessantes. No interior de uma grande cratera podemos observar camadas sedimentares parcialmente erodidas pelos ventos marcianos. Partes destas camadas formam pequenas colinas com topos planos, provavelmente constituídas por materiais mais resistentes à erosão. O alinhamento e a forma das dunas visíveis no interior desta cratera indicam que os ventos na região sopram maioritariamente de leste.
A norte da cratera encontra-se uma rede de intrincados vales que descem ao longo das vertentes de Hellespontus Montes, e serpenteiam em direção às planícies a leste. Estas planícies exibem vastos mantos de depósitos, provavelmente criados pela presença de antigos lagos.
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