Pahrump Hills, no sopé do monte Sharp. Imagem obtida pelo robot Curiosity, a 16 de setembro de 2014 (sol 751 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Damia Bouic.
A jornada do Curiosity no interior da cratera Gale atingiu mais um momento alto. Na semana passada, responsáveis da missão anunciaram a chegada definitiva do robot da NASA ao sopé do monte Sharp, o destino primário da missão na superfície do planeta vermelho. "O Curiosity vai iniciar agora um novo capítulo de uma já notável introdução ao mundo", disse Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária da NASA. "Depois de uma amartagem histórica e inovadora, juntamente com descobertas científicas bem-sucedidas, a sequela científica está agora aqui à nossa porta."
Elevando-se cerca de 5,5 quilómetros acima do chão da cratera Gale, o monte Sharp tem expostas nas suas encostas camadas sedimentares, possivelmente depositadas no leito de um grande lago que outrora preencheu o interior da cratera. A aventura do Curiosity na base da grande montanha irá começar com uma série de observações detalhadas das suas camadas mais profundas. O robot da NASA irá iniciar este processo num ponto de entrada próximo de um afloramento rochoso, denominado Pahrump Hills. A equipa da missão selecionou este local em detrimento de Murray Buttes, o ponto de entrada inicialmente programado, localizado a cerca de 2 quilómetros de distância. Ambos os locais encontram-se na fronteira entre a camada mais profunda do monte Sharp e os depósitos do chão da cratera, formados por materiais provenientes das montanhas que constituem a orla setentrional de Gale.
A nova rota do Curiosity na base do monte Sharp (indicada a amarelo) em comparação com a antiga rota até Murray Buttes (indicada a branco).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona.
"Foi uma longa mas histórica jornada até esta montanha marciana", afirmou o cientista do projeto Curiosity, John Grotzinger. "A natureza do terreno em Pahrump Hills, e nas áreas que se seguem, torna este local mais vantajoso que Murray Buttes para aprendermos acerca do significado deste contato. As camadas expostas nos pontos de contato são melhores porque têm um maior relevo topográfico."
A decisão de atalhar em direção a Pahrump Hills foi também influenciada por uma melhor compreensão da geografia da região, providenciada por imagens de diversos afloramentos rochosos, obtidas pelo Curiosity ao longo deste último ano. Neste momento, o robot da NASA encontra-se posicionado na base da montanha, numa estrutura geológica bem distinta, denominada formação de Murray. Comparada com o chão da cratera, esta estrutura apresenta rochas mais macias, e com cicatrizes de impacto mais degradadas. Imagens obtidas a partir da órbita marciana revelam ainda uma estratigrafia menos definida que a de outras unidades geológicas da base de monte Sharp.
Bonanza King visto pelo Curiosity, a 22 de agosto de 2014 (sol 726 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
No passado mês de agosto, o Curiosity realizou as primeiras observações detalhadas de dois afloramentos rochosos da formação de Murray. Ambas as estruturas revelaram diferenças notáveis em relação aos terrenos explorados pelo robot da NASA no último ano. O primeiro afloramento, denominado Bonanza King, mostrou-se demasiado instável para ser perfurado. No entanto, observações realizadas pelos instrumentos do robot permitiram determinar um elevado teor de silício. O segundo afloramento foi fotografado pelas câmaras MastCam, o que revelou uma superfície finamente granulada, entrelaçada com veios preenchidos com depósitos de sulfato.
Apesar destas diferenças não serem evidentes nas observações realizadas a partir da órbita marciana, a equipa da missão Curiosity baseia ainda muitas das suas decisões nos dados que lhes chegam da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO). Por exemplo, foram as imagens obtidas pela câmara HiRISE da MRO que permitiram aos cientistas identificar mesas com 18 metros de altura, a curta distância de Pahrump Hills. Foram estas estruturas que denunciaram a presença de uma extensa área exposta da formação de Murray nesta região da base do monte Sharp. A equipa da missão planeia obter algumas amostras neste local para serem analisadas no interior do robot.
Roda frontal esquerda do Curiosity numa imagem obtida pela câmara MAHLI, a 08 de agosto de 2014 (sol 713 da missão).
Crédito: NASA/JPL/MSSS/Emily Lakdawalla.
O Curiosity alcançou esta área depois da sua rota ter sido modificada, como resposta à crescente deterioração das suas rodas. Terrenos densamente preenchidos por rochas pontiagudas e extremamente afiadas abriram grandes buracos em quatro das seis rodas do robot, pelo que a equipa da missão decidiu encaminhar o robot por terrenos menos contundentes, junto ao sopé do monte Sharp.
"A questão das rodas contribuiu para levarmos o robot para sul mais cedo do que planeávamos, mas não é um fator na decisão motivada por questões científicas, de iniciar a escalada aqui, em vez de continuarmos primeiro até Murray Buttes", explicou Jennifer Trosper, membro da equipa responsável pelo projeto Curiosity. "Estivemos a conduzir com esforço durante muitos meses para alcançarmos um ponto de acesso ao monte Sharp. Agora que chegámos, vamos ajustar o estilo das operações, dando prioridade às investigações necessárias para cada camada da montanha, em detrimento da prioridade em conduzirmos."
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Damia Bouic.
A jornada do Curiosity no interior da cratera Gale atingiu mais um momento alto. Na semana passada, responsáveis da missão anunciaram a chegada definitiva do robot da NASA ao sopé do monte Sharp, o destino primário da missão na superfície do planeta vermelho. "O Curiosity vai iniciar agora um novo capítulo de uma já notável introdução ao mundo", disse Jim Green, diretor da Divisão de Ciência Planetária da NASA. "Depois de uma amartagem histórica e inovadora, juntamente com descobertas científicas bem-sucedidas, a sequela científica está agora aqui à nossa porta."
Elevando-se cerca de 5,5 quilómetros acima do chão da cratera Gale, o monte Sharp tem expostas nas suas encostas camadas sedimentares, possivelmente depositadas no leito de um grande lago que outrora preencheu o interior da cratera. A aventura do Curiosity na base da grande montanha irá começar com uma série de observações detalhadas das suas camadas mais profundas. O robot da NASA irá iniciar este processo num ponto de entrada próximo de um afloramento rochoso, denominado Pahrump Hills. A equipa da missão selecionou este local em detrimento de Murray Buttes, o ponto de entrada inicialmente programado, localizado a cerca de 2 quilómetros de distância. Ambos os locais encontram-se na fronteira entre a camada mais profunda do monte Sharp e os depósitos do chão da cratera, formados por materiais provenientes das montanhas que constituem a orla setentrional de Gale.
A nova rota do Curiosity na base do monte Sharp (indicada a amarelo) em comparação com a antiga rota até Murray Buttes (indicada a branco).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Univ. of Arizona.
"Foi uma longa mas histórica jornada até esta montanha marciana", afirmou o cientista do projeto Curiosity, John Grotzinger. "A natureza do terreno em Pahrump Hills, e nas áreas que se seguem, torna este local mais vantajoso que Murray Buttes para aprendermos acerca do significado deste contato. As camadas expostas nos pontos de contato são melhores porque têm um maior relevo topográfico."
A decisão de atalhar em direção a Pahrump Hills foi também influenciada por uma melhor compreensão da geografia da região, providenciada por imagens de diversos afloramentos rochosos, obtidas pelo Curiosity ao longo deste último ano. Neste momento, o robot da NASA encontra-se posicionado na base da montanha, numa estrutura geológica bem distinta, denominada formação de Murray. Comparada com o chão da cratera, esta estrutura apresenta rochas mais macias, e com cicatrizes de impacto mais degradadas. Imagens obtidas a partir da órbita marciana revelam ainda uma estratigrafia menos definida que a de outras unidades geológicas da base de monte Sharp.
Bonanza King visto pelo Curiosity, a 22 de agosto de 2014 (sol 726 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
No passado mês de agosto, o Curiosity realizou as primeiras observações detalhadas de dois afloramentos rochosos da formação de Murray. Ambas as estruturas revelaram diferenças notáveis em relação aos terrenos explorados pelo robot da NASA no último ano. O primeiro afloramento, denominado Bonanza King, mostrou-se demasiado instável para ser perfurado. No entanto, observações realizadas pelos instrumentos do robot permitiram determinar um elevado teor de silício. O segundo afloramento foi fotografado pelas câmaras MastCam, o que revelou uma superfície finamente granulada, entrelaçada com veios preenchidos com depósitos de sulfato.
Apesar destas diferenças não serem evidentes nas observações realizadas a partir da órbita marciana, a equipa da missão Curiosity baseia ainda muitas das suas decisões nos dados que lhes chegam da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO). Por exemplo, foram as imagens obtidas pela câmara HiRISE da MRO que permitiram aos cientistas identificar mesas com 18 metros de altura, a curta distância de Pahrump Hills. Foram estas estruturas que denunciaram a presença de uma extensa área exposta da formação de Murray nesta região da base do monte Sharp. A equipa da missão planeia obter algumas amostras neste local para serem analisadas no interior do robot.
Roda frontal esquerda do Curiosity numa imagem obtida pela câmara MAHLI, a 08 de agosto de 2014 (sol 713 da missão).
Crédito: NASA/JPL/MSSS/Emily Lakdawalla.
O Curiosity alcançou esta área depois da sua rota ter sido modificada, como resposta à crescente deterioração das suas rodas. Terrenos densamente preenchidos por rochas pontiagudas e extremamente afiadas abriram grandes buracos em quatro das seis rodas do robot, pelo que a equipa da missão decidiu encaminhar o robot por terrenos menos contundentes, junto ao sopé do monte Sharp.
"A questão das rodas contribuiu para levarmos o robot para sul mais cedo do que planeávamos, mas não é um fator na decisão motivada por questões científicas, de iniciar a escalada aqui, em vez de continuarmos primeiro até Murray Buttes", explicou Jennifer Trosper, membro da equipa responsável pelo projeto Curiosity. "Estivemos a conduzir com esforço durante muitos meses para alcançarmos um ponto de acesso ao monte Sharp. Agora que chegámos, vamos ajustar o estilo das operações, dando prioridade às investigações necessárias para cada camada da montanha, em detrimento da prioridade em conduzirmos."
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