O robot Yutu visto pela sonda Chang'e-3, em janeiro de 2014.
Crédito: Academia Chinesa de Ciências.
Cientistas chineses descobriram múltiplas camadas de rocha distintas sob o local de alunagem da sonda Chang'e-3, em Mare Imbrium, na Lua. As camadas foram detetadas pelo radar do robot Yutu e sugerem que a região teve uma história geológica muito mais complexa do que se pensava anteriormente.
A Chang'e-3 alcançou a superfície da Lua a 14 de dezembro de 2013, concretizando a primeira alunagem bem sucedida desde a chegada da sonda soviética Luna 24 a Mare Crisium, em agosto de 1976. No mesmo dia, a sonda chinesa fez descer por uma rampa o pequeno robot Yutu para uma viagem de exploração pela paisagem desolada em seu redor. Munido de um radar de penetração no solo, capaz de revelar estruturas subsuperficiais até uma profundidade de 400 metros, o Yutu obteve dados do subsolo lunar durante aproximadamente um mês, antes de uma avaria mecânica ditar a sua imobilização prematura a curta distância da sonda-mãe.
Local de alunagem da sonda Chang'e-3 (seta branca), numa imagem captada pela Lunar Reconnaissance Orbiter, a 16 de fevereiro de 2014.
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.
No novo trabalho publicado anteontem na revista Science, a equipa liderada por Long Xiao, da Universidade de Geociências da China, apresenta os resultados da análise conduzida pelo radar do Yutu, durante a sua viagem sinuosa de 114 metros. De acordo com os investigadores, os dados enviados pelo pequeno robot denunciam a presença de pelo menos nove camadas rochosas distintas por debaixo do local de alunagem da sonda Chang'e-3.
As mais profundas representam fluxos de lava que inundaram a região há cerca de 3,3 mil milhões de anos. Nas camadas intermédias encontram-se fluxos significativamente mais recentes, com aproximadamente 2,5 mil milhões de anos de idade. Estas camadas podem ser observadas na superfície a oeste do local de alunagem da Chang'e-3.
Mapa da região noroeste de Mare Imbrium, contruído com dados obtidos pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter. Podemos ver neste mapa a proximidade do local de alunagem da sonda Chang'e-3 à fronteira entre dois tipos de rocha basáltica: uma mais antiga, com uma cor mais "castanha", e outra mais recente, com uma cor mais "azul".
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.
Os estratos mais superficiais têm uma espessura média de 4 metros, e aparentam ser compostos por material ejetado por uma cratera vizinha de tamanho significativo. Baseados na densidade das crateras que cobrem a região, Xiao e colegas estimam que estas camadas foram formadas há 27 a 80 milhões de anos. Durante a sua viagem, o Yutu detetou ainda rochedos soterrados, provavelmente com origem na mesma cratera.
De acordo com os investigadores, estes resultados mostram que a Lua teve uma história geológica muito mais complexa. Os dados do Yutu revelam, ainda, a presença de atividade vulcânica por um período mais prolongado do que se pensava. A descoberta de rochas piroclásticas no local de alunagem é uma clara indicação de que terão ocorrido erupções explosivas no local, o que contraria a visão de que os gases aprisionados no manto lunar teriam escapado na sua totalidade quando a Lua se encontrava ainda em formação.
Podem encontrar todos os detalhes deste trabalho aqui.
Crédito: Academia Chinesa de Ciências.
Cientistas chineses descobriram múltiplas camadas de rocha distintas sob o local de alunagem da sonda Chang'e-3, em Mare Imbrium, na Lua. As camadas foram detetadas pelo radar do robot Yutu e sugerem que a região teve uma história geológica muito mais complexa do que se pensava anteriormente.
A Chang'e-3 alcançou a superfície da Lua a 14 de dezembro de 2013, concretizando a primeira alunagem bem sucedida desde a chegada da sonda soviética Luna 24 a Mare Crisium, em agosto de 1976. No mesmo dia, a sonda chinesa fez descer por uma rampa o pequeno robot Yutu para uma viagem de exploração pela paisagem desolada em seu redor. Munido de um radar de penetração no solo, capaz de revelar estruturas subsuperficiais até uma profundidade de 400 metros, o Yutu obteve dados do subsolo lunar durante aproximadamente um mês, antes de uma avaria mecânica ditar a sua imobilização prematura a curta distância da sonda-mãe.
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.
No novo trabalho publicado anteontem na revista Science, a equipa liderada por Long Xiao, da Universidade de Geociências da China, apresenta os resultados da análise conduzida pelo radar do Yutu, durante a sua viagem sinuosa de 114 metros. De acordo com os investigadores, os dados enviados pelo pequeno robot denunciam a presença de pelo menos nove camadas rochosas distintas por debaixo do local de alunagem da sonda Chang'e-3.
As mais profundas representam fluxos de lava que inundaram a região há cerca de 3,3 mil milhões de anos. Nas camadas intermédias encontram-se fluxos significativamente mais recentes, com aproximadamente 2,5 mil milhões de anos de idade. Estas camadas podem ser observadas na superfície a oeste do local de alunagem da Chang'e-3.
Mapa da região noroeste de Mare Imbrium, contruído com dados obtidos pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter. Podemos ver neste mapa a proximidade do local de alunagem da sonda Chang'e-3 à fronteira entre dois tipos de rocha basáltica: uma mais antiga, com uma cor mais "castanha", e outra mais recente, com uma cor mais "azul".
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.
Os estratos mais superficiais têm uma espessura média de 4 metros, e aparentam ser compostos por material ejetado por uma cratera vizinha de tamanho significativo. Baseados na densidade das crateras que cobrem a região, Xiao e colegas estimam que estas camadas foram formadas há 27 a 80 milhões de anos. Durante a sua viagem, o Yutu detetou ainda rochedos soterrados, provavelmente com origem na mesma cratera.
De acordo com os investigadores, estes resultados mostram que a Lua teve uma história geológica muito mais complexa. Os dados do Yutu revelam, ainda, a presença de atividade vulcânica por um período mais prolongado do que se pensava. A descoberta de rochas piroclásticas no local de alunagem é uma clara indicação de que terão ocorrido erupções explosivas no local, o que contraria a visão de que os gases aprisionados no manto lunar teriam escapado na sua totalidade quando a Lua se encontrava ainda em formação.
Podem encontrar todos os detalhes deste trabalho aqui.
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