Dois retratos de Titã obtidos a 19 de Abril de 2011 pela sonda Cassini. O primeiro resulta da combinação de três imagens captadas através de filtros de luz visível (azul, verde e vermelho) e representa a lua de Saturno em cores naturais. O segundo foi criado através da combinação de duas imagens em infra-vermelho (890 e 939 nm) com uma imagem captada através de um filtro para luz visível (cor violeta a 420 nm).
No segundo retrato, as áreas a verde representam os locais onde a Cassini consegue observar a superfície de Titã. A vermelho estão representadas as regiões mais elevadas da estratosfera titaniana, locais onde o metano atmosférico absorve a luz visível. O halo azul escuro visível em redor de Titã corresponde à neblina de aerossóis formada na termosfera titaniana, uma camada atmosférica que se torna mais proeminente nos comprimentos de onda próximos do violeta visível.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.
A propósito do recente artigo sobre a possibilidade da existência na Galáxia de mais Titãs que Terras, achei interessante mostrar-vos como o sistema de imagem da sonda Cassini toma partido das propriedades físicas da atmosfera titaniana para observar a superfície de Titã.
Quando em 1980, as sondas Voyager se aproximaram da maior lua de Saturno, encontraram um corpo envolto numa densa neblina alaranjada completamente opaca à luz visível. Para observar a superfície de Titã, os responsáveis da missão Cassini tiveram de incluir no sistema de imagem da sua sonda um conjunto de filtros sensíveis à radiação infravermelha, a única capaz de penetrar a complexa mistura de moléculas orgânicas que compõe a atmosfera titaniana. No entanto, o metano (um dos seus principais constituintes) tem bandas de forte absorção no infra-vermelho próximo (619, 727 e 890 nm), pelo que a Cassini transporta filtros especiais para estreitas janelas deslocadas dessas regiões do espectro electromagnético. Neste conjunto de filtros, é particularmente importante o filtro para os 939 nm, a única banda onde a atmosfera titaniana é quase completamente transparente.
No segundo retrato, as áreas a verde representam os locais onde a Cassini consegue observar a superfície de Titã. A vermelho estão representadas as regiões mais elevadas da estratosfera titaniana, locais onde o metano atmosférico absorve a luz visível. O halo azul escuro visível em redor de Titã corresponde à neblina de aerossóis formada na termosfera titaniana, uma camada atmosférica que se torna mais proeminente nos comprimentos de onda próximos do violeta visível.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.
A propósito do recente artigo sobre a possibilidade da existência na Galáxia de mais Titãs que Terras, achei interessante mostrar-vos como o sistema de imagem da sonda Cassini toma partido das propriedades físicas da atmosfera titaniana para observar a superfície de Titã.
Quando em 1980, as sondas Voyager se aproximaram da maior lua de Saturno, encontraram um corpo envolto numa densa neblina alaranjada completamente opaca à luz visível. Para observar a superfície de Titã, os responsáveis da missão Cassini tiveram de incluir no sistema de imagem da sua sonda um conjunto de filtros sensíveis à radiação infravermelha, a única capaz de penetrar a complexa mistura de moléculas orgânicas que compõe a atmosfera titaniana. No entanto, o metano (um dos seus principais constituintes) tem bandas de forte absorção no infra-vermelho próximo (619, 727 e 890 nm), pelo que a Cassini transporta filtros especiais para estreitas janelas deslocadas dessas regiões do espectro electromagnético. Neste conjunto de filtros, é particularmente importante o filtro para os 939 nm, a única banda onde a atmosfera titaniana é quase completamente transparente.
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