sábado, 30 de abril de 2011

Equipa da New Horizons lança busca por novos alvos na Cintura de Kuiper

Representação artística do encontro da sonda New Horizons com um objecto da Cintura de Kuiper.
Crédito: Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute (JHUAPL/SwRI).

A equipa da missão New Horizons, em colaboração com astrónomos dos maiores observatórios em todo o mundo, iniciou este mês uma extensa campanha de busca de objectos da Cintura de Kuiper que possam ser visitados pela sonda americana depois do seu encontro com o sistema plutoniano em meados de 2015. Segundo John Spencer, um dos investigadores da missão, a New Horizons tem combustível suficiente para se aproximar, pelo menos, de um objecto com um tamanho mínimo de 50 quilómetros.

Diagrama da trajectória da New Horizons com os principais eventos assinalados. A órbita de Plutão e a trajectória da sonda encontram-se marcadas, respectivamente, a amarelo e e a vermelho.
Crédito: Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute (JHUAPL/SwRI).

De acordo com Spencer, ainda não haviam sido identificados os alvos seguintes da missão por duas razões. Em primeiro lugar, estes objectos deverão ter um brilho 10 mil vezes mais fraco que o de Plutão, um brilho próximo do limite do detecção dos maiores observatórios. Em segundo lugar, a New Horizons desloca-se na direcção da constelação de Sagitário, uma região densamente preenchida pelas estrelas do centro da Galáxia, onde a procura dos elusivos objectos da Cintura de Kuiper é extremamente difícil. Como resultado, a equipa teve de criar um programa de busca específico para a missão, um que pudesse alcançar os seus objectivos antes do encontro da sonda com Plutão.
Vão participar neste projecto uma equipa internacional de astrónomos provenientes de nove instituições sediadas nos Estados Unidos, no Canadá, na França e no Chile. Prevê-se que no conjunto sejam obtidas milhares de fotografias, contendo cada uma milhões de estrelas. A equipa de astrónomos terá de mergulhar nesta pilha de dados para procurar pequenos pontos de luz em movimento com órbitas localizadas na Cintura de Kuiper.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Um tesouro escondido em Mercúrio?

Cratera mercuriana sem nome fotografada no dia 24 de Abril de 2011 pela sonda MESSENGER.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

Terá a MESSENGER descoberto o local onde se esconde um tesouro?
No passado Domingo, a sonda americana apontou as suas câmaras para uma grande cratera sem nome com uma curiosa marca em forma de X no seu interior. Obviamente, as duas linhas perpendiculares não marcam nenhum esconderijo de qualquer tesouro mercuriano. São apenas duas cadeias de crateras secundárias alinhadas de forma caprichosa, com origem nos ejecta de dois impactos primários localizados nas proximidades.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Locais na superfície de Lutécia recebem nomes oficiais

21 Lutécia e os 36 nomes escolhidos para crateras, fissuras, escarpas e outros locais na superfície do asteróide.
Crédito: ESA 2010 MPS para a equipa OSIRIS/MPS/UPD/LAM/IAA/RSSD/INTA/UPM/DASP/IDA.

Foram aprovados no início do mês pelo Working Group for Planetary System Nomenclature (WGPSN) da União Astronómica Internacional (UAI) nomes novos para crateras e outros locais de interesse geológico observados no ano passado pela sonda europeia Rosetta na superfície de Lutécia. As 13 crateras nomeadas receberam o nome de cidades romanas e outras regiões europeias adjacentes contemporâneas de Lutécia - a cidade sepultada no que hoje são as fundações de Paris. Para as regiões e outras estruturas geológicas foram reservados, respectivamente: os nomes de Hermann Goldschmidt (o descobridor do asteróide 21 Lutécia) e de províncias do Império Romano do tempo de Lutécia; e os nomes de rios e territórios adjacentes a Roma usados no mesmo período.
Para mais informações visitem esta página.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Primeiro aniversário do Solar Dynamics Observatory - votem no vosso vídeo favorito

O Solar Dynamics Observatory (SDO) completou no passado dia 21 de Abril de 2011 um ano de actividade no espaço. Foram 12 meses a observar continuamente a nossa estrela com um nível de detalhe nunca antes alcançado. A missão devolveu imagens impressionantes de explosões solares, filamentos, proeminências e ejecções de massa coronal, alguns destes fenómenos publicados aqui no blog.
Para comemorar a data, a equipa da missão reuniu 10 vídeos com alguns dos mais belos e interessantes eventos registados pelo SDO. Podem ver todos os vídeos e votar aqui no vosso favorito até ao dia 5 de Maio. Os resultados serão publicados no dia seguinte.

Solar Dynamics Observatory: o primeiro ano.
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

KaBOOOOMM!!!

Cratera lunar muito recente, com cerca de 80 metros de diâmetro, fotografada a 15 de Março de 2011 pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter.
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

Quando vi pela primeira vez a imagem desta pequena cratera não consegui deixar de imaginar a violenta explosão que a formou. Quase que se consegue visualizar toda a acção desse momento impressa no manto brilhante de ejecta que cobre toda a área envolvente. Curiosamente, são também visíveis crateras secundárias formadas pela queda de grandes fragmentos de rocha resultantes do impacto primário. Estas estruturas são, por sua vez, rodeadas pelos seus próprios mantos de ejecta formados por material mais escuro proveniente dos estratos inferiores.

Pormenor da imagem de cima mostrando o manto de ejecta e algumas crateras secundárias.
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

O padrão em estrela dos raios que rodeiam esta cratera e a elevada reflectência do manto de ejecta são sinais claros da frescura deste impacto. A estrutura situa-se nas proximidades de Mare Undarum, no extremo leste do hemisfério mais próximo da Terra.

E a tempestade continua...

O planeta dos anéis visto a 22 de Abril de 2011 pela câmara de ângulo aberto da sonda Cassini, quando esta se encontrava a cerca de 2,182 milhões de quilómetros do topo das suas nuvens. Composição em cores aproximadamente naturais resultante da combinação de imagens obtidas através dos filtros azul (460 nm), verde (567 nm) e infra-vermelho próximo (752 nm).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

A tempestade serpente, que desde Dezembro passado se mantém activa no hemisfério norte de Saturno, não dá quaisquer sinais de abrandamento. Como podem ver na imagem, neste momento forma uma cintura bem definida nas latitudes temperadas a norte.
Podem ver aqui, aqui, aqui e aqui, mais imagens deste fenómeno.

sábado, 23 de abril de 2011

Uma janela para a superfície de Titã

Dois retratos de Titã obtidos a 19 de Abril de 2011 pela sonda Cassini. O primeiro resulta da combinação de três imagens captadas através de filtros de luz visível (azul, verde e vermelho) e representa a lua de Saturno em cores naturais. O segundo foi criado através da combinação de duas imagens em infra-vermelho (890 e 939 nm) com uma imagem captada através de um filtro para luz visível (cor violeta a 420 nm).
No segundo retrato, as áreas a verde representam os locais onde a Cassini consegue observar a superfície de Titã. A vermelho estão representadas as regiões mais elevadas da estratosfera titaniana, locais onde o metano atmosférico absorve a luz visível. O halo azul escuro visível em redor de Titã corresponde à neblina de aerossóis formada na termosfera titaniana, uma camada atmosférica que se torna mais proeminente nos comprimentos de onda próximos do violeta visível.

Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

A propósito do recente artigo sobre a possibilidade da existência na Galáxia de mais Titãs que Terras, achei interessante mostrar-vos como o sistema de imagem da sonda Cassini toma partido das propriedades físicas da atmosfera titaniana para observar a superfície de Titã.
Quando em 1980, as sondas Voyager se aproximaram da maior lua de Saturno, encontraram um corpo envolto numa densa neblina alaranjada completamente opaca à luz visível. Para observar a superfície de Titã, os responsáveis da missão Cassini tiveram de incluir no sistema de imagem da sua sonda um conjunto de filtros sensíveis à radiação infravermelha, a única capaz de penetrar a complexa mistura de moléculas orgânicas que compõe a atmosfera titaniana. No entanto, o metano (um dos seus principais constituintes) tem bandas de forte absorção no infra-vermelho próximo (619, 727 e 890 nm), pelo que a Cassini transporta filtros especiais para estreitas janelas deslocadas dessas regiões do espectro electromagnético. Neste conjunto de filtros, é particularmente importante o filtro para os 939 nm, a única banda onde a atmosfera titaniana é quase completamente transparente.

terça-feira, 19 de abril de 2011

O nascimento de um grupo de manchas solares

Recordam-se de AR1158, uma região activa que em Fevereiro passado produziu duas violentas explosões solares (ver aqui, aqui e aqui)? A equipa da missão do SDO publicou recentemente este espectacular vídeo que mostra a evolução desta região, desde o seu nascimento até à sua passagem para o hemisfério mais distante do Sol. A acção desenrola-se ao longo de duas semanas, o correspondente a metade do período de rotação solar.

A região activa AR1158 numa sequência de imagens captadas entre os dias 7 e 20 de Fevereiro de 2011, pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly (AIA) do Solar Dynamics Observatory, banda dos 4500 Å.
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium.

Estranhas texturas na superfície de Mercúrio

Colinas e vales de aspecto caótico nas proximidades da cratera Petrarca. Imagem captada a 05 de Abril de 2011 pela câmara de ângulo fechado do instrumento Mercury Dual Imaging System da sonda MESSENGER.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

A superfície plana do interior da cratera Petrarca contrasta, nesta imagem, com as texturas enrugadas e caóticas que se estendem a leste. Apelidada de "terreno esquisito" pela equipa de imagem da Mariner 10 (a primeira sonda a obter imagens desta região de Mercúrio), esta área foi provavelmente modificada pela convergência de ondas sísmicas e/ou ejecta resultantes da formação de Caloris.

Caloris, uma gigantesca bacia de impacto com cerca de 1.550 quilómetros de diâmetro. O terreno caótico visível na primeira imagem situa-se exactamente no seu ponto antipodal.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

sábado, 16 de abril de 2011

Haverá na Galáxia mais Titãs do que Terras?

O hemisfério norte de Titã visto pela Cassini em cores naturais.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

Foi recentemente publicado um interessante artigo na revista Planetary and Space Science que se debruça sobre as condições que favorecem a presença de metano líquido em planetas e luas fora do Sistema Solar. Os autores Ashley Gilliam e Chris McKay começam por enumerar as condições ambientais actualmente existentes em Titã, para definir, em seguida, as regiões nas órbitas das anãs vermelhas onde estas se pudessem manter estáveis.
Titã é um caso curioso no Sistema Solar. Junto à superfície, a maior lua de Saturno apresenta temperaturas e pressões atmosféricas que rondam, respectivamente, os 94 K e as 1,4 atm - condições próximas do ponto triplo do metano. A sua atmosfera é composta por mais de 90% de azoto, cerca de 5% de metano, e uma pequena mas importante fracção de compostos orgânicos opacos à luz visível, mas transparentes à radiação em comprimentos de onda no infravermelho. Esta última particularidade gera em Titã um eficaz efeito anti-estufa, uma vez que, em contraste com o que acontece na Terra, a atmosfera titaniana bloqueia a entrada de grande parte da radiação solar, mas permite o escape do calor da superfície para o espaço.

Ontarius Lacus, o maior lago de metano do hemisfério sul de Titã. Esta imagem captada a 12 de Janeiro de 2010 pelo radar da sonda Cassini, mostra não só os contornos definidos deste grande lago, mas também alguns rios serpenteando em direcção às suas margens.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

Comparadas com o Sol, as anãs vermelhas são estrelas mais frias e menos luminosas, pelo que qualquer planeta com condições semelhantes às da Terra (em particular, a presença de água líquida capaz de suster uma biosfera semelhante à nossa), teria de se encontrar a distâncias muito curtas da sua estrela - distâncias suficientes para que o efeito de maré obrigasse o planeta a manter a mesma face voltada para a sua estrela. O resultado seria, certamente, a formação de extremos ambientais nos dois hemisférios, condições inóspitas para o florescimento da vida como a conhecemos.
No entanto, apesar da sua fraca luminosidade, as anãs vermelhas emitem uma fracção de luz infravermelha consideravelmente superior à do Sol, a mesma luz que consegue penetrar na densa neblina de compostos orgânicos presente na atmosfera titaniana. Partindo deste presuposto, Gilliam e McKay analisaram as alterações na superfície da lua Titã, se esta fosse colocada na órbita de uma estrela anã vermelha, a uma distância corresponde àquela em que estaria exposta ao mesmo fluxo de radiação infravermelha recebido do Sol na sua actual posição no Sistema Solar. Verificaram que, dentro das possíveis variações de actividade existentes nas anãs vermelhas, planetas do tamanho de Titã manteriam condições favoráveis à presença de metano líquido na sua superfície a distâncias entre 0,24 a 0,52 UA. Curiosamente, se o tamanho desses planetas fosse superior ao de Titã, a distância à sua estrela hospedeira poderia aumentar consideravelmente, devido ao previsível aumento do fluxo de calor interno. Para o caso particular da famosa anã vermelha Gliese 581, Titã poderia manter os seus lagos de metano líquido a uma distância de 1,66 UA!
Tendo em conta que as anãs vermelhas são as estrelas mais abundantes na Via Láctea, conclui-se de imediato que poderão existir mais planetas ou luas semelhantes a Titã do que objectos com ambientes terrestres.
Poderá a vida surgir em condições semelhantes às de Titã? Quem sabe? Talvez a nossa procura por vida devesse considerar essa possibilidade...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Talvez a melhor imagem de sempre da Grande Mancha Vermelha de Júpiter

A Grande Mancha Vermelha de Júpiter num mosaico composto por 24 imagens captadas a 04 de Março de 1979 pela sonda Voyager 1, através de filtros para as cores violeta (400 nm) e laranja (615 nm), a uma distância de cerca de 1,85 milhões de quilómetros.
Crédito: NASA/JPL/ mosaico e composição a cores de Björn Jónsson.

A Grande Mancha Vermelha (GMV) de Júpiter é uma gigantesca tempestade de altas pressões em actividade há pelo menos 340 anos no hemisfério sul do planeta. Com dimensões máximas de 15 mil por 40 mil quilómetros, a GMV é suficientemente grande para conter dois a três planetas do tamanho da Terra!
Em 1979, as sondas Voyager obtiveram imagens impressionantes da intrincada estrutura da tempestade, algumas delas disponibilizadas pela NASA em pequenos mosaicos de baixa resolução.
Recentemente, o entusiasta do processamento de imagens Björn Jónsson reprocessou velhas imagens da Voyager 1 para construir este magnífico retrato do secular anticiclone. Depois de vasculhar a base de dados do Planetary Data System, Jónsson reuniu imagens suficientes para compor um mosaico maior e mais detalhado que as versões oficiais da NASA (ver aqui versão em cores verdadeiras e aqui versão em cores falsas). O resultado foi publicado no fórum Unmanned Spaceflight.com, local onde também está disponível uma versão em cores naturais. Aconselho-vos a observarem com atenção este retrato na máxima resolução de 18 km/pixel (cliquem aqui); vão descobrir certamente detalhes incríveis, que incluem algumas sombras projectadas pelas nuvens em redor da GMV.
Melhor que isto, talvez só em 2016, quando a sonda Juno alcançar a órbita de Júpiter!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Comemorações dos 50 anos do histórico voo de Yuri Gagarin - estreia do filme First Orbit

Comemoram-se hoje os 50 anos da épica viagem de Yuri Gagarin ao espaço. O que terá visto o primeiro ser humano na órbita da Terra? Durante os cerca de 108 minutos de voo, Gagarin descreveu como pôde o que observou a partir da sua cápsula espacial, mas não registou qualquer vídeo da sua jornada no espaço.
Numa colaboração única entre o produtor de documentários Christopher Riley e a ESA, pelas mãos do astronauta italiano Paolo Nespoli, estreia hoje First Orbit, um filme inteiramente gravado na órbita terrestre que reproduz a trajectória seguida por Gagarin a 12 de Abril de 1961. O filme combina imagens captadas a partir da Estação Espacial Internacional com as gravações audio originais da missão e música inédita produzida pelo compositor Philip Sheppard.
Vejam aqui, na integra, o novo filme.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A dança dos arcos magnéticos de AR1176

Na semana passada, um conjunto de arcos magnéticos pairaram durante alguns dias no extremo leste do disco solar, sobre a região activa AR1176. O espectáculo foi registado pelo Solar Dynamics Observatory na banda do ultra-violeta extremo.

Arcos magnéticos sobre a região activa AR1176. Imagens captadas entre os dias 3 e 5 de Abril de 2011 pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly do Solar Dynamics Observatory, através do canal de 171 Å (Fe IX).
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium.

Os arcos magnéticos são formados por plasma quente que se movimenta ao longo das linhas do campo magnético solar. Estas estruturas são, aparentemente, fundamentais no aquecimento da coroa solar a temperaturas que atingem alguns milhões de graus centígrados.
De acordo com observações realizadas pelos observatórios TRACE e SOHO, o plasma ascende nos arcos magnéticos depois de ser aquecido junto à base, perto da superfície solar. Posteriormente, o plasma arrefece na coroa solar, e caí de volta à superfície solar a velocidades que podem atingir os 100 km.s-1.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

MODIS fotografa nuvem de poeira junto à costa portuguesa

Uma densa nuvem de poeira paira sobre Portugal e o Oceano Atlântico a oeste da costa portuguesa. Imagem captada a 06 de Abril de 2011 pelo espectroradiómetro MODIS do satélite Terra.
Crédito: NASA/MODIS Rapid Response Team (GSFC)/anotações de Sérgio Paulino.

No início da semana, fortes ventos associados a um sistema de baixa pressão arrastaram para as águas do Atlântico a oeste da costa portuguesa, uma densa nuvem de poeira proveniente do deserto do Sahara. Constituídas por pequenas partículas sólidas ricas em ferro e outros minerais, estas nuvens fertilizam os oceanos terrestres com nutrientes essenciais à proliferação dos organismos fitoplanctónicos.
Anteontem, o sistema MODIS do satélite Terra registou a presença de uma extensa florescência de fitoplâncton logo abaixo da nuvem de poeira - uma curiosa coincidência, apesar dos dois fenómenos poderem não estar necessariamente relacionados.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

SOHO observa um objecto brilhante junto ao Sol!

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Animação composta por 23 imagens captadas a 05 de Abril de 2011 pelo coronógrafo LASCO do observatório solar SOHO, mostrando um objecto brilhante junto ao disco solar.
Crédito: LASCO/SOHO Consortium/NRL/ESA/NASA/animação de Sérgio Paulino.

O coronógrafo LASCO do SOHO registou anteontem imagens de um objecto brilhante a cruzar os céus junto do disco solar. O objecto não era uma nave estraterrestre, o planeta Nibiru ou qualquer outro produto da imaginação humana. Era antes o gigante gasoso Júpiter em conjunção com o Sol!
Curiosamente, as imagens captadas pelo LASCO mostram não só o maior planeta do Sistema Solar, como também, pelo menos, duas das suas luas. Observem com atenção a mesma animação ampliada e centrada em Júpiter.

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Júpiter e as suas luas Ganimedes e Calisto vistas através do coronógrafo LASCO do observatório solar SOHO. A imagem de Júpiter aparece alongada devido à saturação provocada pelo seu intenso brilho. Os restantes pontos são estrelas e ruído de fundo produzido pelo impacto de partículas energéticas nos detectores do coronógrafo.
Crédito: LASCO/SOHO Consortium/NRL/ESA/NASA/animação de Sérgio Paulino.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dois intrusos fazem hoje voo rasante à Terra

2011 GW9 e 2011 GP28 fazem hoje uma passagem pelo interior da órbita da Lua, a cerca de 77 mil e 192 mil quilómetros de distância da superfície terrestre, respectivamente. Os dois asteróides foram observados pela primeira vez no início da semana por astrónomos do Catalina Sky Survey. 2011 GW9 tem cerca de 8 metros e já sobrevoou a Terra durante a madrugada. 2011 GP28 tem um tamanho ligeiramente menor e deverá atingir o ponto de maior aproximação à superfície terrestre pelas 20:36 (hora de Lisboa).

segunda-feira, 4 de abril de 2011

MESSENGER observa Camões

A cratera Camões vista pela sonda MESSENGER a 30 de Março de 2011.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

A órbita polar em que a MESSENGER se encontra desde a sua chegada a Mercúrio, permitiu às câmaras do Mercury Dual Imaging System obter na semana passada, pela primeira vez, imagens de regiões próximas dos dois pólos, locais inacessíveis nas três anteriores passagens equatoriais. Situada nas proximidades do pólo sul, a cratera Camões foi um dos pontos observados recentemente pela câmara de ângulo fechado.
Descoberta nos anos 70 pela sonda Mariner 10, a cratera deve o seu nome ao poeta português Luís Vaz de Camões. Como se pode observar na imagem, a sua estrutura com 70 km de diâmetro destaca-se na paisagem em redor pela escarpa que serpenteia ao longo do seu interior (um indício de actividade geológica relativamente recente?).

Termina a missão primária da sonda chinesa Chang'E-2

Modelo tridimensional de uma pequena região em Sinus Iridum. Dados e imagens obtidas pela sonda chinesa Chang'E-2 a 28 de Outubro de 2010.
Crédito: CNSA/CLEP.

Chegou ao fim a missão primária da segunda sonda lunar chinesa. Em actividade desde a sua chegada à Lua em Outubro passado, a Chang'E-2 tinha como objectivo principal encontrar potenciais locais de alunagem para a sua sucessora, a Chang'E-3. Durante cerca de 180 dias, a sonda mapeou a superfície lunar com uma resolução superior à conseguida pela Chang'E-1, identificando cinco potenciais pontos de alunagem na planície basáltica de Sinus Iridum.
Apesar do sucesso da missão, continua ainda por determinar o destino final da Chang'E-2. De acordo com Wen Weibin, engenheiro sénior dos Observatórios Astronómicos Nacionais Chineses, a sonda encontra-se com combustível suficiente para observar a Lua por mais um ou dois anos. "Poderá ainda desviar a sua trajectória para o espaço exterior, região nunca antes alcançada por sondas chinesas", afirmou Weibin à CNTV.
A próxima fase do programa chinês de exploração da Lua terá início em 2013, com o lançamento da Chang'E-3.

sábado, 2 de abril de 2011

LRO observa derrocadas em Klute W

Fracturas e derrocadas na orla da cratera Klute W, no lado mais distante da Lua. São visíveis na imagem objectos do tamanho de pequenos automóveis.
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

Klute W mostra com nitidez alguns dos processos geológicos que promovem as lentas transformações na estrutura das crateras lunares. Recentemente, a Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) observou fracturas e derrocadas na orla sul desta relativamente jovem cratera, processos de degradação que poderão ser influenciados pelos pequenos impactos nas redondezas. As sucessivas derrocadas nas orlas das crateras lunares vão aumentando ligeiramente os respectivos diâmetros, apagando não só a estrutura original das vertentes esculpidas pelo impacto, como também parte do manto de ejecta e as pequenas crateras sobre si formadas.

Mosaico construído com imagens obtidas pela câmara de grande angular da LRO, mostrando a cratera Klute W e toda a região em redor. O terreno visível na imagem de cima encontra-se assinalado pelo quadrado branco.
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.