Covas feitas pelo Curiosity nas areias de Rocknest, numa imagem obtida pela câmara MAHLI a 31 de Outubro de 2012 (sol 84).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
A equipa científica da missão Curiosity divulgou ontem, numa conferência de imprensa, os resultados da sua primeira análise completa a amostras de solo marciano recolhidas no interior da cratera Gale. Para desilusão de muitos, o robot da NASA não detectou quaisquer compostos orgânicos de origem marciana, mas encontrou uma variedade de interessantes moléculas que sugerem a presença de uma química complexa nas areias de Rocknest.
Dados recolhidos pelos instrumentos Alpha Particle X-Ray Spectrometer (APXS) e Mars Hand Lens Imager (MAHLI) confirmaram que Rocknest tem uma textura e composição química elementar semelhante ao solo de outros locais no planeta vermelho, visitados anteriormente pelas missões Pathfinder, Spirit e Opportunity. As imagens da MAHLI mostram que a pequena língua de areia se encontrava coberta por uma crusta com um a dois grãos de areia de espessura revestida por uma fina camada de poeira, o que sugere que se manteve imperturbada por muito tempo. Abaixo da crusta superficial, Rocknest revelou-se ser formada por grãos de areia escura mais finos.
Pormenores dos grãos de areia de Rocknest vistos pela câmara MAHLI. À esquerda, variedade de tamanhos nos grãos da crusta superficial numa imagem obtida a 04 de Outubro de 2012 (sol 58). À direita, finos grãos de areia escura subsuperficiais numa imagem obtida a 20 de Outubro de 2012 (sol 73).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
A composição mineralógica e química de Rocknest foi escrutinada pelo instrumento Chemistry and Mineralogy X-Ray Diffraction (CheMin) e pelo mini-laboratório de análise química Sample Analysis at Mars (SAM), em amostras recolhidas por uma pequena pá vibratória localizada na extremidade do braço robótico do Curiosity. De acordo com os dados obtidos pelo CheMin, as areias de Rocknest são constituídas por partes iguais de minerais vulcânicos comuns e de materiais não cristalinos semelhantes ao vidro vulcânico. A estes dados, o SAM adicionou informações relativas aos ingredientes presentes em menores concentrações e à razão isotópica de alguns elementos.
"Não temos uma detecção definitiva de [compostos] orgânicos marcianos nesta fase, mas vamos continuar a procurá-los nos diversos ambientes existentes na cratera Gale", afirmou na conferência de imprensa o investigador principal do SAM Paul Mahaffy.
Entre as moléculas detectadas nas areias de Rocknest não se encontravam as tão esperadas moléculas orgânicas marcianas. No entanto, o SAM identificou vários compostos interessantes entre os mais abundantes, incluindo a água (em quantidades insuficientes para suportar vida tal como a conhecemos, mas ainda assim acima do esperado), o enxofre (numa proporção até 10% no conjunto das amostras) e os percloratos (compostos muito reactivos que já haviam sido identificados nos solos árticos marcianos pela missão Phoenix). Adicionalmente, foram detectadas quantidades vestigiais de compostos orgânicos simples, que os investigadores da missão pensam ser de origem terrestre (contaminantes terrestres possivelmente presentes no interior do SAM). A razão deutério/hidrogénio medida em Rocknest é, curiosamente, cinco vezes superior à encontrada nos oceanos terrestres, um resultado importante para a compreensão da evolução do ambiente marciano.
Terminados que estão os testes a todos os equipamentos do Curiosity, ficam assim reunidas as condições para o arranque, em breve, da fase científica da missão, já com uma primeira escala em Glenelg. "Usámos quase todas as partes da nossa aparelhagem científica neste local" disse o responsável científico da missão John Grotzinger. "A sinergia dos instrumentos e a riqueza dos dados dá-nos grandes promessas para o seu uso no destino científico principal da missão, o monte Sharp."
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
A equipa científica da missão Curiosity divulgou ontem, numa conferência de imprensa, os resultados da sua primeira análise completa a amostras de solo marciano recolhidas no interior da cratera Gale. Para desilusão de muitos, o robot da NASA não detectou quaisquer compostos orgânicos de origem marciana, mas encontrou uma variedade de interessantes moléculas que sugerem a presença de uma química complexa nas areias de Rocknest.
Dados recolhidos pelos instrumentos Alpha Particle X-Ray Spectrometer (APXS) e Mars Hand Lens Imager (MAHLI) confirmaram que Rocknest tem uma textura e composição química elementar semelhante ao solo de outros locais no planeta vermelho, visitados anteriormente pelas missões Pathfinder, Spirit e Opportunity. As imagens da MAHLI mostram que a pequena língua de areia se encontrava coberta por uma crusta com um a dois grãos de areia de espessura revestida por uma fina camada de poeira, o que sugere que se manteve imperturbada por muito tempo. Abaixo da crusta superficial, Rocknest revelou-se ser formada por grãos de areia escura mais finos.
Pormenores dos grãos de areia de Rocknest vistos pela câmara MAHLI. À esquerda, variedade de tamanhos nos grãos da crusta superficial numa imagem obtida a 04 de Outubro de 2012 (sol 58). À direita, finos grãos de areia escura subsuperficiais numa imagem obtida a 20 de Outubro de 2012 (sol 73).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
A composição mineralógica e química de Rocknest foi escrutinada pelo instrumento Chemistry and Mineralogy X-Ray Diffraction (CheMin) e pelo mini-laboratório de análise química Sample Analysis at Mars (SAM), em amostras recolhidas por uma pequena pá vibratória localizada na extremidade do braço robótico do Curiosity. De acordo com os dados obtidos pelo CheMin, as areias de Rocknest são constituídas por partes iguais de minerais vulcânicos comuns e de materiais não cristalinos semelhantes ao vidro vulcânico. A estes dados, o SAM adicionou informações relativas aos ingredientes presentes em menores concentrações e à razão isotópica de alguns elementos.
"Não temos uma detecção definitiva de [compostos] orgânicos marcianos nesta fase, mas vamos continuar a procurá-los nos diversos ambientes existentes na cratera Gale", afirmou na conferência de imprensa o investigador principal do SAM Paul Mahaffy.
Entre as moléculas detectadas nas areias de Rocknest não se encontravam as tão esperadas moléculas orgânicas marcianas. No entanto, o SAM identificou vários compostos interessantes entre os mais abundantes, incluindo a água (em quantidades insuficientes para suportar vida tal como a conhecemos, mas ainda assim acima do esperado), o enxofre (numa proporção até 10% no conjunto das amostras) e os percloratos (compostos muito reactivos que já haviam sido identificados nos solos árticos marcianos pela missão Phoenix). Adicionalmente, foram detectadas quantidades vestigiais de compostos orgânicos simples, que os investigadores da missão pensam ser de origem terrestre (contaminantes terrestres possivelmente presentes no interior do SAM). A razão deutério/hidrogénio medida em Rocknest é, curiosamente, cinco vezes superior à encontrada nos oceanos terrestres, um resultado importante para a compreensão da evolução do ambiente marciano.
Terminados que estão os testes a todos os equipamentos do Curiosity, ficam assim reunidas as condições para o arranque, em breve, da fase científica da missão, já com uma primeira escala em Glenelg. "Usámos quase todas as partes da nossa aparelhagem científica neste local" disse o responsável científico da missão John Grotzinger. "A sinergia dos instrumentos e a riqueza dos dados dá-nos grandes promessas para o seu uso no destino científico principal da missão, o monte Sharp."
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