Representação artística da explosão de um cometa na atmosfera terrestre.
Crédito: Terry Bakker.
Uma equipa de investigadores descobriu o que aparenta ser o remanescente de um fragmento de um núcleo cometário que colidiu com a Terra há 28,5 milhões de anos. O achado constitui a primeira evidência alguma vez observada do impacto de um cometa na superfície do nosso planeta.
A pequena rocha tem apenas 30 g de massa e foi encontrada em Dezembro de 1996 por um geólogo egípcio, numa remota região do sudoeste do Egipto. Localizada em pleno deserto líbio, esta região é caracterizada pela presença de inúmeros fragmentos de vidro natural dispersos por uma área de aproximadamente 6.000 km2. Trabalhos anteriores mostram que estes fragmentos são tudo o que resta de uma camada de vidro formada pelo aquecimento a 2.000 ºC de uma superfície arenosa, gerado pela explosão de um cometa na atmosfera terrestre. É possível admirar um magnífico exemplar deste vidro de tom amarelado numa das peças de joalharia encontradas no interior do túmulo do faraó Tutankhamun.
Broche descoberto no túmulo de Tutankhamun ostentando uma gema de vidro do deserto líbio em forma de escaravelho.
Crédito: Jon Bodsworth.
"Os cometas sempre visitaram os nossos céus (...), mas nunca antes na história se encontrou material de um cometa na Terra", afirmou David Block, professor da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, África do Sul, e membro da equipa responsável pela descoberta.
Depois de realizarem um conjunto de sofisticadas análises químicas e mineralógicas, os investigadores chegaram à conclusão que a pequena rocha é o primeiro fragmento de um núcleo cometário alguma vez recuperado na Terra. A equipa deu a este impressionante objecto o nome Hipátia, em honra à primeira mulher matemática, filósofa e astrónoma da história, Hipátia de Alexandria.
Hipátia é constituída principalmente por carbono, em concentrações que se assemelham às observadas em partículas de poeira provenientes dos cometas Halley e 81P/Wild2. No seu interior, os cientistas observaram aglomerados de nanodiamantes, estruturas microscópicas formadas pela esmagadora pressão gerada pelo impacto. "Os diamantes são produzidos em materiais que contêm carbono", afirmou Jan Kramers da Universidade de Joanesburgo, primeiro autor do trabalho. "Normalmente, eles formam-se nas profundezas da Terra, onde a pressão é elevada, mas também pode ser gerada uma pressão muito alta pelo choque. Parte do cometa colidiu, e o choque do impacto produziu diamantes."
Até hoje, nunca tinham sido encontrados quaisquer fragmentos de cometas na Terra, à excepção de partículas microscópicas de poeira cometária na alta atmosfera e nos gelos antárcticos. As agências espaciais gastam milhares de milhões de dólares para assegurarem a obtenção de quantidades diminutas destes materiais no espaço. "Os cometas contêm segredos que permitem desvendar a formação do nosso sistema solar", afirmou Block. "Esta descoberta dá-nos uma oportunidade sem precedentes de estudar material cometário em primeira mão."
Podem ler mais sobre este trabalho aqui e aqui.
Crédito: Terry Bakker.
Uma equipa de investigadores descobriu o que aparenta ser o remanescente de um fragmento de um núcleo cometário que colidiu com a Terra há 28,5 milhões de anos. O achado constitui a primeira evidência alguma vez observada do impacto de um cometa na superfície do nosso planeta.
A pequena rocha tem apenas 30 g de massa e foi encontrada em Dezembro de 1996 por um geólogo egípcio, numa remota região do sudoeste do Egipto. Localizada em pleno deserto líbio, esta região é caracterizada pela presença de inúmeros fragmentos de vidro natural dispersos por uma área de aproximadamente 6.000 km2. Trabalhos anteriores mostram que estes fragmentos são tudo o que resta de uma camada de vidro formada pelo aquecimento a 2.000 ºC de uma superfície arenosa, gerado pela explosão de um cometa na atmosfera terrestre. É possível admirar um magnífico exemplar deste vidro de tom amarelado numa das peças de joalharia encontradas no interior do túmulo do faraó Tutankhamun.
Broche descoberto no túmulo de Tutankhamun ostentando uma gema de vidro do deserto líbio em forma de escaravelho.
Crédito: Jon Bodsworth.
"Os cometas sempre visitaram os nossos céus (...), mas nunca antes na história se encontrou material de um cometa na Terra", afirmou David Block, professor da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, África do Sul, e membro da equipa responsável pela descoberta.
Depois de realizarem um conjunto de sofisticadas análises químicas e mineralógicas, os investigadores chegaram à conclusão que a pequena rocha é o primeiro fragmento de um núcleo cometário alguma vez recuperado na Terra. A equipa deu a este impressionante objecto o nome Hipátia, em honra à primeira mulher matemática, filósofa e astrónoma da história, Hipátia de Alexandria.
Hipátia é constituída principalmente por carbono, em concentrações que se assemelham às observadas em partículas de poeira provenientes dos cometas Halley e 81P/Wild2. No seu interior, os cientistas observaram aglomerados de nanodiamantes, estruturas microscópicas formadas pela esmagadora pressão gerada pelo impacto. "Os diamantes são produzidos em materiais que contêm carbono", afirmou Jan Kramers da Universidade de Joanesburgo, primeiro autor do trabalho. "Normalmente, eles formam-se nas profundezas da Terra, onde a pressão é elevada, mas também pode ser gerada uma pressão muito alta pelo choque. Parte do cometa colidiu, e o choque do impacto produziu diamantes."
Até hoje, nunca tinham sido encontrados quaisquer fragmentos de cometas na Terra, à excepção de partículas microscópicas de poeira cometária na alta atmosfera e nos gelos antárcticos. As agências espaciais gastam milhares de milhões de dólares para assegurarem a obtenção de quantidades diminutas destes materiais no espaço. "Os cometas contêm segredos que permitem desvendar a formação do nosso sistema solar", afirmou Block. "Esta descoberta dá-nos uma oportunidade sem precedentes de estudar material cometário em primeira mão."
Podem ler mais sobre este trabalho aqui e aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário