terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sandy visto da órbita terrestre

O furacão Sandy está prestes a desferir um golpe devastador numa das regiões mais densamente povoadas dos Estados Unidos. De acordo com as mais recentes informações do NOAA, o centro da violenta tempestade encontra-se neste momento sobre a costa sul de Nova Jérsia, a menos de 10 km a sudoeste de Atlantic City, lançando à sua passagem fortes chuvadas e intensas rajadas de vento com velocidades até 130 km.h-1.
Anteontem, o satélite GOES-14 registou o movimento da tempestade pelo Atlântico Norte, numa espectacular sequência de imagens obtidas durante cerca de 12 horas. Vejam em baixo:

domingo, 28 de outubro de 2012

Ainda em Rocknest

Mosaico de imagens obtidas pelo Curiosity a 23 de Outubro de 2012 (sol 76 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS/Sérgio Paulino.

Passaram mais de três semanas desde a chegada do Curiosity a Rocknest, uma língua de areia rodeada por curiosos afloramentos rochosos. Enquanto esperamos por mais novidades da equipa da missão, deixo-vos aqui este mosaico ilustrando um interessante conjunto de rochas com uma estranha textura.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Forte fulguração classe-X na madrugada passada!

O Solar Dynamics Observatory observou esta madrugada uma breve mas intensa fulguração solar classe-X1,8. O fenómeno teve origem na recentemente numerada AR1598, uma região com uma configuração magnética beta que se tem mantido muito activa nos últimos 3 dias.


Fulguração classe-X desta madrugada vista pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly do Solar Dynamics Observatory, através de um filtro para o ultravioleta extremo (131 Å).
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium.

A fulguração atingiu o pico de intensidade pelas 04:17 (hora de Lisboa), altura em que enviou pulsos de radiação electromagnética (raios X e UV extremo) na direcção da Terra, que ionizaram parcialmente as camadas superiores da atmosfera terrestre, provocando um bloqueio na propagação de ondas de rádio de alta frequência no hemisfério diurno durante cerca de 1 hora. De acordo com o NOAA, o evento não gerou uma ejecção de massa coronal significativa, pelo que não terá qualquer efeito substancial na magnetosfera terrestre.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Antigos grandes mares no hemisfério sul de Titã?

Cientistas da missão Cassini sugerem que o hemisfério sul de Titã poderá ter albergado num passado recente vastos mares pouco profundos. Num trabalho apresentado esta semana na 44ª Reunião da Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Americana de Astronomia, Ellen Stofan descreveu como a análise de imagens de radar obtidas pela sonda entre 2008 e 2011 conduziu a equipa à descoberta de duas extensas regiões escuras delimitadas pelo que aparenta ser uma antiga linha de costa. Uma das regiões encerra no seu interior Ontario Lacus, a maior massa de hidrocarbonetos líquidos actualmente existente no hemisfério sul de Titã.

Ontario Lacus numa composição de imagens de radar obtidas pela sonda Cassini. A linha a vermelho desenha os limites de um antigo mar com pelo menos 475 km de comprimento e 280 km de largura.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASI/Proxemy Research.

Recentemente, um outro grupo de investigadores da missão, liderado por Oded Aharonson, sugeriu que processos semelhantes aos ciclos de Croll-Milankovich (variações a longo termo na órbita da Terra que se pensa estarem relacionadas com mudanças climatéricas cíclicas, como por exemplo, as glaciações) provocam a transferência cíclica de hidrocarbonetos entre os dois pólos de Titã. De acordo com este modelo, há menos de 50 mil anos, o pólo sul estaria coberto por extensas massas líquidas com aspecto e extensão semelhantes aos grandes mares observados actualmente no pólo norte. Os leitos secos agora descritos pela equipa de Stofan parecem confirmar a presença de tais ciclos climatéricos.
"Os mares de Titã são albergues temporários para experiências de química prebiótica, e sabemos que vão alternando de um hemisfério para outro em ciclos de mais de 100 mil anos" afirmou Stofan na conferência. Se Ontario Lacus é de facto tudo o resta de um extenso mar, então poderá ter acumulado ao longo desse tempo uma verdadeira sopa de compostos orgânicos prebióticos!
Leiam aqui o resumo deste e de outros trabalhos apresentados na Reunião da DPS deste ano.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Um antigo dínamo em Vesta

Vesta num mosaico de imagens obtidas pela sonda Dawn em Setembro de 2012.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA.

Em Maio passado, cientistas da missão Dawn anunciaram a descoberta de indícios da presença de um núcleo metálico no interior de Vesta, uma característica partilhada pela Lua e pelos quatro planetas telúricos do Sistema Solar. Um novo artigo, publicado na semana passada na revista Science, vem agora desvendar o passado impressionante desta pequena estrutura. Durante os primeiros 100 milhões de anos após a sua formação, o núcleo de Vesta manteve activo um dínamo capaz de gerar um campo magnético forte o suficiente para magnetizar as rochas da crusta. As evidências encontram-se no registo paleomagnético de um dos meteoritos HED (howarditos–eucritos–diogenitos), objectos cujas assinaturas espectrais denunciam a sua origem vestiana.
Neste trabalho, os autores analisaram um total de 13 amostras de ALHA81001, um meteorito com excepcionais propriedades magnéticas recolhido em 1981, em Allan Hills, na Antártida. Estudos petrológicos anteriores sugerem que ALHA81001 terá tido origem na parte superior da crusta de Vesta. Depois de examinarem os pequenos cristais ferromagnéticos encontrados nas amostras e medirem cuidadosamente o seu alinhamento, os investigadores procederam a progressivas desmagnetizações até encontrarem o mais antigo vestígio de um campo magnético.


Secção do meteorito ALHA81001 visto através de um microscópio electrónico.
Crédito: Roger Fu (MIT).

A determinação da razão entre isótopos de Ar permitiu à equipa concluir que a mais recente magnetização térmica de ALHA81001 terá ocorrido há 3,69 mil milhões de anos, ou seja, muito depois do desaparecimento de um dínamo no interior do jovem Vesta. Para explicar esta aparente contradição, Roger e colegas sugerem que, nos primórdios, o dínamo criado pelo núcleo metálico de Vesta terá gerado na superfície um campo magnético com magnitudes entre 10 a 100 μT (para comparação, o campo magnético na superfície terrestre alcança magnitudes entre 25 a 65 μT). Este forte campo magnético global terá perpetuado a sua assinatura na crusta vestiana, persistindo em algumas regiões da superfície ao longo de milhares de milhões de anos.
Esta hipótese está em concordância com algumas observações realizadas pela Dawn durante a sua missão em Vesta. Análises espectrais conduzidas pela sonda mostraram que o vento solar tem um efeito muito limitado nos minerais da superfície de Vesta, comparativamente ao observado na Lua. De acordo com os autores deste estudo, esta anomalia poderá ser explicada pela actual presença de campos magnéticos remanescentes com força suficiente para deflectir grande parte das partículas solares.
Podem encontrar uma análise mais aprofundada a este artigo aqui.

domingo, 14 de outubro de 2012

Surpresas na rocha Jake

A rocha Jake Matijevic numa versão contrastada de uma imagem obtida pela MastCam do robot Curiosity, a 21 de Setembro de 2012. Na imagem estão assinalados os locais onde foram apontados dois instrumentos diferentes para estudar a composição da rocha. Os pontos a vermelho são os locais onde a ChemCam disparou o seu laser a 21 e a 24 de Setembro de 2012 (sóis 45 e 48 da missão). Os círculos a preto e branco são imagens captadas pela ChemCam para observar os orifícios criados na superfície da rocha pelo laser. Os círculos a roxo indicam os locais onde o instrumento APXS realizou as suas primeiras análises em Marte.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

No caminho para Glenelg, a equipa da missão Curiosity seleccionou uma rocha com uma curiosa forma piramidal como primeiro alvo científico para o instrumento APXS (Alpha Particle X-Ray Spectrometer). Denominada Jake Matijevic, em honra ao engenheiro da NASA Jacob Matijevic, falecido a 20 de Agosto de 2012, a rocha era aparentemente um vulgar exemplar dos basaltos estudados em Marte pelas missões Spirit e Opportunity, pelo que os cientistas saberiam à partida o que esperar nestas primeiras análises. Para sua surpresa Jake revelou ser um tipo de rocha ígnea nunca antes encontrada no planeta vermelho.
"Esta rocha tem uma composição muito semelhante a invulgares, mas muito conhecidas, rochas ígneas encontradas em regiões vulcânicas na Terra", afirmou Edward Stolper, um dos investigadores da missão, na conferência de imprensa da passada quinta-feira. Os espectros obtidos pelo APXS mostram que, comparativamente aos basaltos encontrados pelos robots Spirit e Opportunity na cratera Gusev e em Meridiani Planum, Jake é pobre em magnésio e ferro, mas rica em elementos como o sódio, o alumínio, o silício e o potássio, elementos típicos dos feldspatos alcalinos, minerais nunca antes observados em Marte, porém vulgares nos granitos terrestres. Na Terra, este tipo de composição química resulta de processos ocorridos no manto, em magma relativamente rico em água, cristalizado a elevadas pressões. Os investigadores da missão vão, no entanto, aguardar por novos dados antes de se pronunciarem sobre os processos que estiveram na origem de Jake.
Os resultados do APXS parecem confirmar as observações realizadas pela ChemCam na rocha Jake e noutros alvos anteriores. "A ChemCam tem observado composições sugestivas de feldspato desde Agosto, e agora estamos perto de confirmar essas observações com os dados do APXS, embora existam ainda mais testes adicionais a realizar", afirmou Roger Wiens, investigador principal da ChemCam. O estudo da composição química de Jake é apenas uma pequena amostra das capacidades do robot Curiosity e das muitas surpresas que estão reservadas no caminho até o monte Sharp.
Aconselho-vos a leitura adicional do artigo da Emily Lakdawalla sobre este assunto (ver aqui), onde encontrarão uma análise mais aprofundada destes fabulosos resultados.

sábado, 13 de outubro de 2012

MAHLI fotografa pequeno objecto descoberto em Rocknest

Pequeno objecto brilhante visto pela câmara MAHLI a 11 de Outubro de 2012 (sol 65 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Malin Space Science Systems.

A equipa da missão Curiosity apontou na passada quinta-feira a poderosa câmara MAHLI na direcção do invulgar objecto descoberto em Rocknest no início da semana. Entretanto, a investigação levada a cabo nos dois dias anteriores concluiu que o pequeno objecto é, provavelmente, um fragmento de material plástico, possivelmente, um pedaço de tubo de um fio eléctrico do skycrane que caiu sobre o robot durante a fase final da amartagem, em Agosto passado.

Huygens poisou numa superfície arenosa ressequida

Representação artística da chegada da sonda Huygens à superfície de Titã.
Crédito: ESA.

Apesar de terem passado mais de 7 anos sobre a chegada da sonda Huygens à superfície de Titã, os cientistas continuam a extrair dos dados recolhidos pela missão valiosas informações acerca do ambiente titaniano. Recentemente, uma equipa internacional de investigadores reconstruiu o movimento da sonda após o primeiro impacto no solo, ao comparar as leituras de três instrumentos com os resultados obtidos em simulações computorizadas e num teste com um modelo da Huygens desenhado para replicar a alunagem. A análise revelou que a Huygens abriu uma depressão com 12 cm de profundidade no primeiro contacto com a superfície, e que depois ressaltou para uma área plana, deslizando com uma inclinação de 10º na direcção do movimento, ao longo de 30 a 40 cm.
De acordo com os investigadores, a sonda parou de deslizar devido à fricção com a superfície, balançando cinco vezes antes de se imobilizar por completo cerca de 10 segundos após o primeiro contacto. "Um pico nos dados da aceleração sugere que, quando a sonda balançou pela primeira vez, encontrou provavelmente um pequeno seixo saliente 2 cm acima da superfície" afirmou Stefan Schröder do Max Planck Institute for Solar System Research, primeiro autor do artigo onde foram publicados estes novos resultados (ver aqui). O movimento oscilatório da sonda "deverá ter pressionado o seixo contra o solo, o que sugere que a superfície teria a consistência de areia fina e húmida."


Reconstituição da alunagem da sonda Huygens em Titã a 14 de Janeiro de 2005. Os movimentos foram recriados tendo por base dados recolhidos pelos instrumentos HASI (Huygens Atmospheric Structure Instrument), SSP (Surface Science Package) e DISR (Descent Imager/Spectral Radiometer).
Crédito: ESA/C. Carreau.

A depressão criada pelo impacto inicial da Huygens mostra que o solo era macio e deformável no local da alunagem. No entanto, a superfície deveria ser também dura o suficiente para permitir o movimento oscilatório detectado após a imobilização, um movimento impossível de reproduzir caso o solo fosse lamacento.
A Huygens detectou ainda evidências da formação de uma nuvem de partículas de poeira em seu redor logo após o primeiro contacto com o solo, o que sugere que a superfície se encontrava seca na altura da alunagem. As propriedades ópticas destas partículas são semelhantes às dos aerossóis de compostos orgânicos observados em suspensão na atmosfera titaniana. Este resultado contrasta com outros anteriormente publicados, que revelam a detecção de vapores de metano libertados do solo por contacto com as superfícies quentes da sonda (recordem-se que em Titã chove metano e etano). Na presença destes resultados aparentemente discordantes, Schröder e colegas concluem que, apesar da superfície estar coberta por uma camada de poeira seca, o solo subsuperficial encontrava-se húmido quando a Huygens alunou, o que sugere um episódio recente de seca na região.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Curiosity encontra objecto invulgar no solo marciano

Um estranho objecto brilhante no solo marciano junto ao braço robótico do Curiosity. Imagem obtida pela MastCam-34 a 07 de Outubro de 2012 (sol 61 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

No passado Domingo, o Curiosity preparava a primeira amostra de regolito marciano para análise, quando os cientistas da missão repararam num pequeno objecto brilhante, com cerca de 8 mm de comprimento, repousando no solo junto ao braço robótico. Seria um pedaço de um dos componentes do robot? Ou um fragmento do skycrane? Ou, quem sabe, talvez algo mais exótico? Para determinar a natureza do objecto e possíveis impactos da sua presença na colheita e análise de amostras, a equipa cancelou as actividades programadas para o sol seguinte, e comandou a captação de imagens adicionais com a ChemCam.

O enigmático objecto da imagem de cima visto pela ChemCam a 08 de Outubro de 2012 (sol 62 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/LANL.

Após uma primeira análise das imagens da ChemCam, a equipa da missão anunciou que o misterioso objecto aparenta ser um fragmento de plástico ou de material isolante proveniente do robot, talvez libertado durante a preparação da amostra de regolito. A equipa vai, no entanto, continuar com a investigação por mais um sol, antes de decidir se retoma as actividades anteriormente programadas. Entretanto, o Curiosity irá fotografar o solo em seu redor e alguns componentes dos seus instrumentos, em busca de mais pistas que possam conduzir os cientistas a uma identificação definitiva.


Vibração da amostra de regolito marciano na pá do braço robótico do Curiosity, executada antes da descoberta do misterioso objecto brilhante.
Crédito: NASA/JPL.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mais uma rocha espacial a rasar a Terra

No passado Domingo, o asteróide 2012 TV cruzou tranquilamente o interior do sistema Terra-Lua, passando a uma distância mínima de cerca de 249 mil quilómetros da superfície terrestre. Neste momento, a pequena rocha espacial afasta-se do nosso planeta, estando já demasiado distante para poder ser observada através dos maiores telescópios amadores.
Entretanto, um outro asteróide recém-descoberto fará uma passagem ainda mais próxima da Terra na madrugada do dia 12 de Outubro. Designado provisoriamente 2012 TC4, este novo objecto atravessará os céus a uma distância de 88 mil quilómetros da superfície terrestre, cerca do dobro da altitude a que se encontram os satélites geostacionários. Algumas horas mais tarde fará uma nova passagem rasante, desta vez a 115 mil quilómetros da Lua.

Diagrama da órbita do asteróide 2012 TC4.
Crédito: JPL's Small Body Database.

2012 TC4 foi descoberto a 04 de Outubro, em imagens obtidas pelo telescópio Pan-STARRS. Com um tamanho inferior a 30 metros, o pequeno visitante deverá brilhar a uma magnitude máxima de 13,76 nas horas que precedem o momento de maior aproximação ao nosso planeta.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Guardas-do-sol, halo de 22º e círculo paraélico sobre Tróia

No Sábado passado fotografei um conjunto de belíssimos fenómenos atmosféricos sobre a península de Tróia. Vejam em baixo:

Halos solares na península de Tróia.
Crédito: Sérgio Paulino.

Na imagem podem identificar dois guardas-do-sol, um halo de 22º e parte de um círculo paraélico partindo do guarda-do-sol da direita. Os três tipos de halos são fenómenos frequentes em todo o mundo e resultam da refracção da luz solar nos pequenos cristais de gelo que constituem os cirros, nuvens visíveis na imagem que se formam a altitudes elevadas na atmosfera terrestre (tipicamente entre os 5 e os 10 km de altitude).

domingo, 7 de outubro de 2012

Asteróide 2012 TV passou hoje perto da Terra

A Terra recebeu hoje a visita de uma rocha espacial com cerca de 40 metros de diâmetro. Designado provisoriamente 2012 TV, o pequeno asteróide passou incólume, pelas 16:04 (hora de Lisboa), a 249 mil quilómetros de distância da superfície terrestre (cerca de 2/3 da distância média entre a Terra e a Lua).

2012 TV fotografado a 06 de Outubro de 2012 pela equipa do Observatório Remanzacco.
Crédito: Ernesto Guido, Giovanni Sostero, Nick Howes e Luca Donato.

2012 TV foi descoberto na sexta-feira passada, em imagens obtidas pelo Observatório Tenagra II. A sua órbita é típica dos asteróides da classe Apolo, objectos que cruzam a órbita da Terra, com características orbitais semelhantes às do asteróide 1862 Apolo (o primeiro objecto deste grupo a ser observado).

sábado, 6 de outubro de 2012

Beleza gelada na ilha de prata

Gelo de dióxido de carbono em Argyre Planitia. Composição em cores naturais construída com imagens obtidas a 08 de Junho de 2012 pela High-Resolution Stereo Camera da Mars Express.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).

Com aproximadamente 1.800 quilómetros de diâmetro e cerca de 5,2 quilómetros de profundidade, Argyre é a segunda maior bacia de impacto do planeta vermelho. O seu nome deriva da mitologia greco-romana, que descrevia Argyre como uma ilha de prata (árgyros, em grego) situada junto à costa ocidental da actual Birmânia. No século XIX, a palavra Argyre figurava pela primeira vez num mapa de Marte criado pelo astrónomo italiano Giovanni Schiaparelli, sobre uma região brilhante situada nas proximidades do pólo sul do planeta.
A imagem de cima mostra uma porção da região mais setentrional da gigantesca bacia vista durante o Inverno. A paisagem é dominada pela metade ocidental de Hooke, uma profunda cratera com cerca de 138 km de diâmetro, e pelas terras baixas ajdacentes moldadas pelo vento e por processos glacio-lacustrinos. Nestes terrenos é possível observar finas camadas de gelo de dióxido de carbono cobrindo as superfícies mais abrigadas do Sol.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Efeito de oposição nos anéis de Saturno

Efeito de oposição no anel B de Saturno numa imagem obtida pela Cassini a 25 de Setembro de 2012.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

A Cassini afastava-se do pericrono da actual órbita quando obteve esta imagem do majestoso sistema de anéis de Saturno. Na altura, a sua câmara de grande angular apontava aproximadamente na direcção do ponto antisolar, o que lhe permitiu registar o efeito de oposição sobre o anel B. Visível a ângulos de fase próximos de zero, este curioso fenómeno resulta da ocultação das sombras das partículas dos anéis, que exibem assim temporariamente o seu máximo brilho intrínseco.