sábado, 29 de setembro de 2012

Asteróide Toutatis passará perto da Terra a 12 de Dezembro

O asteróide 4179 Toutatis realizará no próximo dia 12 de Dezembro a sua sexta aproximação à Terra desde a sua redescoberta em Janeiro de 1989 (Toutatis foi observado pela primeira vez em Fevereiro de 1934, mas manteve-se perdido por várias décadas). Esta passagem realizar-se-á a mais de 6,9 milhões de quilómetros da superfície terrestre (cerca de 18 vezes a distância entre a Terra e a Lua), pelo que não existe qualquer risco de colisão com a Terra.

Modelo tridimensional de Toutatis baseado em imagens de radar obtidas em 1992 e em 1996 (ler mais sobre este trabalho aqui).
Crédito: R. S. Hudson, S. J. Ostro e D. J. Scheeres.

O evento será, no entanto, acompanhado com muita atenção por muitos astrónomos em todo o mundo. Com dimensões de 4.5×2.4×1.9 km, Toutatis é um dos maiores objectos potencialmente perigosos para a Terra. A sua órbita altamente excêntrica é coplanar com a órbita terrestre, e estende-se desde o interior da órbita do nosso planeta até à Cintura de Asteróides. Esta configuração orbital conduz Toutatis a frequentes encontros com os planetas mais interiores do Sistema Solar, que por sua vez provocam perturbações gravitacionais causadoras de comportamentos caóticos na sua órbita.
Imagens de radar obtidas pelos observatórios de Goldstone e de Arecibo nas últimas 5 passagens periélicas permitiram excluir qualquer risco de colisão com a Terra para, pelo menos, as próximas 5 décadas. Porém, como o comportamento caótico da sua órbita produz incertezas cumulativas a cada revolução, os astrónomos aproveitam cada passagem nas proximidades do nosso planeta para realizar novas observações e assim poderem ajustar os seus parâmetros orbitais, diminuindo assim as incertezas futuras.
De 4 a 22 de Dezembro, Toutatis estará, de novo, ao alcance dos radares de Goldstone e de Arecibo. Durante esse período, os astrónomos dos dois observatórios irão obter imagens de radar em alta resolução da sua superfície e determinar com maior precisão a orientação dos seus dois eixos de rotação, uma curiosa particularidade deste objecto, única no Sistema Solar. Estes parâmetros poderão ser importantes para a sonda chinesa Chang'E-2 que deverá passar nas proximidades do asteróide a 13 de Dezembro.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Curiosity encontra vestígios de um antigo leito de riacho

Hottah, um afloramento rochoso com interessantes conglomerados fotografado pelo Curiosity a 15 de Setrembro de 2012 (sol 39 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS

A equipa da missão Curiosity anunciou há poucas horas uma supreendente descoberta no caminho para Glenelg. Expostos na paisagem entre o monte Sharp e as montanhas da orla norte da cratera Gale, encontram-se alguns afloramentos rochosos que os cientistas pensam ser o que resta de um antigo leito de riacho. As evidências estão contidas em camadas de conglomerado com depósitos cimentados de fragmentos rochosos arredondados, semelhantes às pedras roladas encontradas em pequenos cursos de água pouco profundos na Terra.

Comparação dos fragmentos rochosos observados junto a um dos afloramentos rochosos da cratera Gale, com rochas semelhantes encontradas na Terra (dimensões de cada fragmento entre 0,5 a 1,0 cm).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS/PSI.

Pelo tamanho e forma dos fragmentos, os cientistas da missão puderam deduzir que no passado a água fluiu vigorosamente nestes locais, a uma velocidade máxima de 1 metro por segundo, e com uma profundidade até cerca de 50 cm. A forma arredondada de algumas das pequenas rochas indica que foram transportadas de uma enorme distância, provavelmente desde o cimo das montanhas da orla norte de Gale. Esta possibilidade é suportada pela existência de um canal bem deliniado na vertente sobranceira ao local de amartagem do Curiosity, que se abre a jusante para um extenso leque de aluvião. Imagens obtidas pela Mars Reconnaissance Orbiter mostram uma abundância de canais no seio do leque de aluvião, o que sugere que a água correu nesta paisagem continuamente ou repetidamente durante muito tempo.

Mapa topográfico do local de amartagem do Curiosity. Estão assinalados Peace Vallis, o canal que parte das montanhas da orla norte de Gale, e o leque de aluvião que preenche a planície a jusante. A elipse e a cruz a negro assinalam, respectivamente, a previsão do local de amartagem do Curiosity antes da sua chegada e o ponto onde realmente as rodas do robot tocaram pela primeira vez a superfície marciana.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UofA.

Esta descoberta é particularmente importante porque desvenda a presença no passado de um ambiente potencialmente habitável no interior da cratera Gale. A missão vai, contudo, distanciar-se destes locais e prosseguir o seu caminho até ao sopé do monte Sharp, local onde deverá encontrar os tão desejados mineirais de sulfato e argilas, materiais detectados a partir de órbita com capacidade para preservar compostos orgânicos de carbono, ingredientes essenciais para o florescimento da vida como a conhecemos.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Uma lua estranha num céu estranho

Fobos vista da superfície de Marte. Imagem obtida pela MastCam-100 do robot Curiosity a 21 de Setembro de 2012 (sol 45 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Malin Space Science Systems/Sérgio Paulino.

À primeira vista, a imagem de cima parece ilustrar um grande vazio cinzento-esverdeado. Mas se olharem com atenção para o quadrante superior direito, vão reparar em algo maravilhoso. Quase dissimulado pelo brilho do céu vespertino de Marte encontra-se o crescente da lua Fobos, a maior das duas luas do planeta vermelho!
Vejam em baixo uma ampliação da mesma imagem:

Ampliação ligeiramente contrastada da imagem obtida pelo Curiosity no sol 45. As quadrículas visíveis no céu são artefactos produzidos pela compressão em jpg da imagem original.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Malin Space Science Systems/Sérgio Paulino.

Fobos é uma lua estranha pelos padrões terrestres. É um pequeno mundo de forma irregular, com dimensões e uma densidade muito diferentes da nossa Lua. A sua órbita é também radicalmente distinta da órbita da companheira da Terra. Fobos viaja em redor de Marte abaixo da órbita areossíncrona, ou seja, move-se a uma velocidade maior que a velocidade de rotação de Marte. Na prática, este fenómeno produz uma trajectória aparente nos céus marcianos de oeste para leste (portanto, contrária ao movimento aparente da Lua nos céus terrestres), e duas passagens completas pelo céu a cada sol, cada uma com uma duração de apenas 4 horas e 15 minutos (ou menor, nas latitudes mais distantes do equador), um comportamento verdadeiramente de outro mundo.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Novo cometa C/2012 S1 (ISON) visível a olho nu em Novembro de 2013!

Foi anunciada há poucas horas a descoberta de um novo cometa que poderá oferecer um espectáculo inesquecível no céu no final do próximo ano. Designado oficialmente C/2012 S1 (ISON), o pequeno objecto passará a apenas 0,012 UA do Sol no final de Novembro de 2013, rumando depois para uma passagem a 0,4 UA da Terra no início de Janeiro de 2014. De acordo com os parâmetros orbitais até agora disponíveis, este novo cometa poder-se-á tornar visível a olho nu no período entre Novembro de 2013 e Janeiro de 2014, podendo mesmo atingir magnitudes negativas durante a sua passagem pelo periélio!

O cometa C/2012 S1 (ISON) fotografado através de um telescópio da ITelescope network, a 22 de Setembro de 2012.
Crédito: Ernesto Guido/Giovanni Sostero/Nick Howes.

C/2012 S1 (ISON) foi descoberto no passado dia 21 de Setembro pelo bielorusso Vitali Nevski e pelo russo Artyom Novichonok, em imagens obtidas por um dos telescópios da rede ISON (International Scientific Optical Network). A sua órbita é quase parabólica (e=0,999999964), pelo que este deve ser, provavelmente, um objecto da Nuvem de Oort numa primeira visita ao Sistema Solar interior.

sábado, 22 de setembro de 2012

Equinócio de Outono 2012

Um pôr-do-sol junto ao monólito truncado, no Cromeleque dos Almendres, por altura do Equinócio do Outono. Imagem obtida a 21 de Setembro de 2010.
Crédito: Sérgio Paulino.

Hoje, pelas 15:49 (hora de Lisboa), no seu movimento aparente pelo céu, o Sol cruzou a linha imaginária do equador celeste em direcção a Sul, dando início ao Outono no Hemisfério Norte. Esta estação prolonga-se por 89,81 dias até ao próximo solstício, que irá ocorrer no dia 21 de Dezembro pelas 11:12 (hora de Lisboa).
A palavra Equinócio deriva da expressão latina aequus nox, que significa "noite igual ao dia", uma alusão ao facto de nestas datas dia e noite terem igual duração.

Bola de fogo sobre o Reino Unido!

Choveram ontem à noite no Twitter relatos da observação de uma bola de fogo extremamente brilhante nos céus das ilhas britânicas. Aparentemente, pelas 23:00 (hora local), um objecto atravessou a atmosfera terrestre numa trajectória de leste para oeste, fragmentando-se em vários pedaços antes de desaparecer na escuridão da noite. Entretanto foram já publicados vários vídeos do fenómeno, provenientes de várias localidades da Escócia e do norte de Inglaterra.
Vejam em baixo:


Dalbeattie, Escócia.


Dunfermline, Escócia.


Warrington, Inglaterra.


Forfar, Escócia.


Yorkshire, Inglaterra.

Ainda não se sabe se este objecto é uma rocha espacial ou parte de um satélite moribundo a reentrar na atmosfera. Geralmente, os meteoros viajam a velocidades superiores. Os destroços de satélites tendem a mover-se mais lentamente e a fragmentarem-se com maior facilidade.
Vamos aguardar por novidades, em particular se foram recuperados alguns pedaços que possam ter atingido o solo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Titã e o seu vórtice polar

Titã visto pela Cassini a 12 de Setembro de 2012. Composição em cores naturais construída com imagens obtidas através de filtros para o azul, o verde e o vermelho (imagens originais: N00195022, N00195023 e N00195024).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

Na semana passada, o sistema de imagem da sonda Cassini esteve ocupado a monitorizar a presença de nuvens sobre a região sul do hemisfério anti-saturniano de Titã. As imagens que deram origem à composição de cima foram obtidas durante essa campanha, e mostram a grande lua de Saturno envolta numa densa neblina alaranjada, um espesso manto apenas perturbado pelo enorme vórtice polar que desde Maio passado rodopia a grande velocidade sobre a região do pólo sul.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Voyager 1 cada vez mais próxima da heliopausa

Representação artística de uma das sondas Voyager.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

Em Junho passado, tinha dado conta aqui que a Voyager 1 estaria muito próxima de atingir a derradeira fronteira do Sistema Solar, a heliopausa. Nas semanas anteriores, a sonda havia detectado um rápido aumento na densidade de partículas energéticas interestelares, um dos três sinais que os cientistas esperam encontrar nos limites do espaço interestelar.

Raios cósmicos galácticos detectados pela sonda Voyager 1 nos últimos 12 meses.
Crédito: NASA.

A 28 de Julho surgiu um novo indício de que a Voyager 1 se encontra, de facto, numa nova região, muito próxima da heliopausa. A par de uma súbita aceleração no aumento da densidade de partículas interestelares, a sonda da NASA detectou uma quebra muito forte e rápida no nível de partículas com origem no interior do Sistema Solar. Este nível foi praticamente restabelecido ao fim de três dias mas, durante o mês de Agosto, os cientistas da missão assistiram a mais duas quebras, a última das quais muito profunda e aparentemente definitiva.

Partículas com baixa energia provenientes do interior do Sistema Solar detectadas pela sonda Voyager 1 nos últimos 12 meses.
Crédito: NASA.

A chegada oficial ao espaço interestelar acontecerá quando a Voyager 1 detectar o terceiro sinal, uma alteração significativa na direcção do campo magnético. Até agora, a sonda manteve-se numa região com a mesma orientação das linhas do campo magnético do Sol, o que indica que ainda não abandonou a heliosfera.
A Voyager 1 comemorou recentemente o 35º aniversário do seu lançamento. Neste momento, a sonda encontra-se separada da Terra por mais de 18, 24 mil milhões de quilómetros, uma distância que a torna no mais longínquo objecto construído pelo Homem.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Astrónomos amadores observam explosão em Júpiter

Algo atingiu o gigante Júpiter anteontem pelas 12:35 (hora de Lisboa). O alarme foi dado pelo astrónomo amador americano Dan Petersen, depois de ter observado através do seu telescópio "uma explosão brilhante com cerca de dois segundos de duração (...) no limite sul da Cintura Equatorial Norte" do planeta.
O fenómeno foi entretanto confirmado por um outro astrónomo amador do Texas, EUA. George Hall estava a filmar Júpiter através de uma webcam montada no seu telescópio, quando a bola de fogo se manifestou no extremo leste do planeta. Vejam em baixo o vídeo da explosão obtido por Hall:

Pequeno vídeo mostrando o impacto de um objecto nas nuvens de Júpiter a 10 de Setembro de 2012.
Crédito: George Hall.

Esta não é a primeira vez que astrónomos amadores detectam impactos na atmosfera joviana. Clarões semelhantes já haviam sido observados em Junho e Agosto de 2010. Na altura, os cientistas concluiram que o maior planeta do Sistema Solar é frequentemente atingido por objectos com poucas dezenas de metros de diâmetro, provavelmente provenientes da vizinha Cintura de Asteróides, e que os astrónomos teriam um papel importante na caracterização destas populações.
Astrónomos amadores e profissionais em todo o mundo estão agora a monitorizar o local do impacto em busca de uma cicatriz semelhante às deixadas pelos fragmentos do cometa P/Shoemaker-Levy 9 em Julho de 1994.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

MAHLI fotografa a barriga do Curiosity!

A parte inferior do robot Curiosity num mosaico construído com imagens obtidas pela câmara MAHLI a 10 de Setembro de 2012.
Crédito: NASA/JPL/MSSS/Astro0.

É quase inacreditável, mas este é um panorama construído com imagens reais enviadas esta madrugada pelo Curiosity! Obtidas pela MAHLI (Mars Hand Lens Imager) após a remoção da cobertura de protecção da sua lente, as imagens mostram toda a parte inferior do robot, incluindo as suas seis rodas firmemente implantadas no solo marciano e dois dos seus quatro pares de HazCam (câmaras de navegação para fotografar potenciais perigos no solo).
Podem ver mais imagens desta sequência aqui.

sábado, 8 de setembro de 2012

Primeiro auto-retrato do Curiosity em Marte!

Chegou há poucas horas à Terra o primeiro auto-retrato do Curiosity na superfície de Marte! Digam OLÁ!

Primeiro auto-retrato do Curiosity em Marte obtido pela câmara MAHLI a 08 de Setembro de 2012 (sol 32 da missão).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Malin Space Science Systems.

A imagem foi obtida pela MAHLI, a câmara que se encontra na extremidade do braço robótico, através da cobertura protectora da sua lente. Apesar de ser transparente, esta cobertura acumulou uma quantidade significativa de poeira durante a última fase da descida do Curiosity, razão pela qual este primeiro auto-retrato é ainda pouco nítido. A qualidade das imagens da MAHLI deverá melhorar consideravelmente assim que a cobertura da lente for removida.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Opportunity encontra bizarras concreções no interior da cratera Endeavour

Enquanto o Curiosity assinala os seus primeiros 100 metros no interior da cratera Gale, o venerável Opportunity continua a sua épica jornada no outro hemisfério do planeta vermelho. Na semana passada, o veterano robot da NASA ultrapassou a marca dos 35 km, encontrando-se neste momento a explorar o flanco leste do cabo York, na cratera Endeavour. Nos últimos dias, o Oppy rodou em direcção a um curioso afloramento que se destaca na paisagem pelas suas diferentes cores e texturas.

Afloramento de rochas no flanco leste do cabo York. Mosaico em cores aproximadamente naturais construído com imagens obtidas pelo robot Opportunity a 02 de Setembro de 2012.
Crédito: NASA/JPL/USGS/Stuart Atkinson.

O mosaico de cima parece mostrar um conjunto de rochas vulgares alinhadas sobre a superfície. Novas imagens obtidas ontem pelo Microscopic Imager revelam, no entanto, pormenores surpreendentes na face de uma destas rochas que as tornam tudo menos vulgares. Vejam em baixo:

A face de uma das rochas do afloramento num mosaico de quatro imagens obtidas a 06 de Setembro de 2012 pelo Microscopic Imager do Opportunity.
Crédito: NASA/JPL/USGS/Stuart Atkinson.

O que são estas bizarras estruturas esféricas embebidas na rocha?
Aparentemente, são concreções de tamanho idêntico aos "mirtilos", inclusões de hematite descobertas pelo Oppy em algumas rochas encontradas durante a sua longa travessia por Meridiani Planum. No entanto, como nos explica aqui a geóloga Emily Lakdawalla, estas novas concreções encontram-se em estratos mais antigos e não têm o mesmo aspecto dos "mirtilos". O que serão, então?
Teremos de aguardar pela equipa da missão para mais esclarecimentos.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Erupção de um filamento solar revisitada em alta definição

Na semana passada divulguei aqui espectaculares imagens do colapso de um enorme filamento solar, obtidas pelo Solar Dynamics Observatory (SDO). Ontem, a NASA publicou um excelente vídeo em alta definição, onde inclui também dados reunidos pelos coronógrafos dos observatórios SOHO e STEREO-B. Vejam em baixo:


O colapso de um gigantesco filamento solar e consequente ejecção de massa coronal vistos a 31 de Agosto de 2012 pelos observatórios espaciais SDO, SOHO e STEREO-B.
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center.

O novo vídeo permite-nos contemplar em detalhe toda a violência do fenómeno. A colisão de parte do filamento com a superfície solar provocou uma fulguração classe-C8, que por sua vez esteve associada a distúrbios na ionosfera terrestre no lado diurno da Terra que temporariamente degradaram a propagação de ondas de rádio. A restante fracção do filamento foi arremessada para o espaço a uma velocidade de cerca de 1.500 km.s-1! A densa nuvem de plasma não viajou directamente na direcção da Terra, mas um dos seus flancos colidiu com a magnetosfera terrestre na segunda-feira passada, provocando a manifestação de belas auroras nas latitudes mais elevadas.

Comparação das dimensões do filamento no momento do colapso com o diâmetro da Terra.
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center.

Hasta la vista, Vesta!

A região do pólo norte de Vesta vista pela Dawn a 26 de Agosto de 2012. Imagem pertencente à última sequência obtida pela sonda na órbita do asteróide.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA.

A Dawn escapou ontem de manhã, definitivamente, à influência gravitacional de Vesta. A sonda da NASA encontra-se agora oficialmente a caminho do seu próximo destino, o planeta-anão Ceres. A partida aconteceu por volta das 07:26 (hora de Lisboa) e pôs um ponto final a mais de um ano de maravilhosas descobertas num dos mais exóticos objectos do Sistema Solar. A Dawn enfrenta agora cerca de 2 anos e meio de viagem pelo interior da Cintura de Asteróides, período após o qual deverá iniciar uma nova fase da sua aventura, desta vez na órbita cereriana.
Para comemorar mais um momento histórico da missão, a equipa da Dawn publicou um novo vídeo onde sumariza as 5 principais façanhas realizadas durante a sua estadia em Vesta. Vejam em baixo:


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sobrevoando as encostas do monte Sharp

Estão certamente ansiosos por verem de perto as encostas do monte Sharp. Que tal uma visita virtual aos caminhos que o robot Curiosity irá percorrer?

A encosta noroeste do monte Sharp numa animação criada com modelos topográficos tridimensionais e imagens da NASA.
Crédito: Adrian Lark (animação)/NASA /JPL/UA (dados topográficos e imagens).

Criada pelo britânico Adrian Lark (ver mais sobre o seu trabalho aqui), esta magnífica animação transporta-nos num voo a baixa altitude sobre os locais que o robot da NASA irá explorar durante a sua missão no interior da cratera Gale. Não existe qualquer exagero vertical na topografia, pelo que o aspecto da paisagem corresponde quase na perfeição ao que seria visível da janela de uma aeronave.

domingo, 2 de setembro de 2012

De olhos postos em Saturno

O planeta dos anéis visto pela Cassini a 29 de Agosto de 2012.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

A Cassini continua a explorar o sistema saturniano e a enviar incríveis imagens como esta de cima. Embrenhada na primeira fase inclinada da missão solstício, a sonda tem-se dedicado, essencialmente, nestes últimos meses, a observar a atmosfera saturniana, o sistema de anéis e a gigantesca lua Titã. Amanhã, a Cassini realizará uma passagem distante por Encélado, uma oportunidade para observar as plumas de vapor de água e gelo que emanam do seu pólo sul.

sábado, 1 de setembro de 2012

Curiosity a caminho de Glenelg

Marcas das rodas do Curiosity no solo marciano, num mosaico construído com imagens obtidas a 30 de Agosto de 2012 pelas NavCam (ver imagem na sua máxima resolução aqui).
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

Começou esta semana a viagem do Curiosity em direcção a Glenelg, o primeiro alvo científico da missão. Anteontem, após trilhar cerca de 21 metros, o robot rodou o seu mastro na direcção do local de amartagem e fotografou este belíssimo panorama que inclui as marcas frescas deixadas pelas suas rodas no solo poeirento da cratera Gale.
A equipa da missão espera concluir a odisseia até Glenelg em algumas semanas. No caminho, o Curiosity deverá realizar mais uma paragem para testar os instrumentos que equipam o seu braço robótico.

Filamento solar colapsa de forma espectacular!

Durante toda a semana, um enorme filamento de plasma serpenteou no extremo sudeste do disco solar. Ontem, ao final da tarde, a gigantesca estrutura colapsou, provocando uma fulguração classe-C8 assim que atingiu a superfície do Sol. O Solar Dynamics Observatory registou toda a acção nesta espectacular sequência de imagens:



Imagens obtidas pelo coronógrafo LASCO do SOHO sugerem que o fenómeno terá provocado a libertação de uma brilhante ejecção de massa coronal, não se sabendo ainda, neste momento, qual a sua direcção e velocidade.