quarta-feira, 29 de julho de 2009

A cicatriz de Júpiter vista pelo Hubble

Imagem da zona de impacto de um objecto desconhecido na atmosfera de Júpiter, obtida a 23 de Julho pela câmara WFC3 instalada no telescópio espacial Hubble.
Crédito: NASA/ESA/H. Hammel (SSI)/Jupiter Impact Team.

A negra cicatriz provocada pelo impacto de um objecto desconhecido na atmosfera joviana tem sido continuamente monitorizada por astrónomos amadores e profissionais em todo o mundo, desde a sua descoberta a 19 de Julho. Recentemente, cientistas da NASA interromperam os procedimentos de calibração do telescópio espacial Hubble para obter imagens de alta resolução do fenómeno utilizando a nova câmara WFC3, instalada durante a última missão de manutenção do telescópio. As fotografias captadas a 23 de Julho mostram uma série de ondulações na pluma de destroços que paira sobre a zona de impacto, causadas pela turbulência atmosférica de Júpiter. Amy Simon-Miller do Goddard Space Flight Center da NASA afirma que a avaliar pela aparência da cicatriz deixada pelo impacto, o objecto que colidiu com o gigante gasoso teria provavelmente várias centenas de metros de diâmetro.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Extremo Oriente assiste ao mais longo eclipse solar do século

Imagem obtida pelo satélite japonês MTSAT-1R, em órbita geostacionária, mostrando a sombra da Lua projectada na superfície da Terra, algures na costa chinesa.
Crédito: JMA/MSC.

Milhões de pessoas puderam ontem assistir ao mais longo eclipse solar do século XXI. O 37º eclipse da série Saros 136 deveu a sua longa duração à feliz coincidência dos posicionamentos da Lua e da Terra, em pontos respectivamente próximos do perigeu (o ponto na órbita lunar mais próximo da Terra) e do afélio (o ponto na órbita terrestre mais distante do Sol). A totalidade estendeu-se por 6 minutos e 39 segundos no ponto máximo do eclipse, localizado a algumas centenas de quilómetros a sudeste da costa japonesa, uma duração cerca de 2 minutos superior à do eclipse anular de 3 de Outubro de 2005, o último observado a partir de território português.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O mais longo eclipse solar do século XXI

Decorre neste momento, do outro lado do mundo, o mais longo eclipse solar do século XXI. O corredor da totalidade desloca-se por regiões densamente povoadas na Índia e na China, pelo este será um dos eclipses solares com mais observadores na História da Astronomia. Aguardo ansiosamente as primeiras imagens deste belo fenómeno celeste.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Possível colisão de um objecto com Júpiter

Imagem captada a 19 de Julho pelo astrónomo amador Anthony Wesley, mostrando uma mancha escura na região do pólo sul de Júpiter (na imagem voltado para cima).
Crédito: Anthony Wesley.

Crescem as evidências de que a mancha escura observada no passado Domingo pelo astrónomo amador australiano Anthony Wesley na região do pólo sul de Júpiter, poderá ser de facto, uma cicatriz causada pelo impacto de um asteróide ou de um cometa na atmosfera do gigante gasoso. Imagens captadas ontem de manhã pelos cientista da NASA em comprimentos de onda próximos do infra-vermelho, mostram na região uma concentração de partículas brilhantes nas camadas superiores da atmosfera joviana (provavelmente destroços do objecto que colidiu com o planeta) associadas a um aquecimento local ao nível da troposfera superior. Estas observações são consistentes com a ocorrência de um impacto muito semelhante ao observado em Julho de 1994, quando fragmentos do cometa Shoemaker-Levy 9 colidiram violentamente com a atmosfera de Júpiter.

Imagem do local de impacto de um objecto na atmosfera de Júpiter captadas ontem, dia 20 de Julho, usando um dos telescópios IRTF, localizados no topo do Mauna Kea, no Hawaii.
Crédito: NASA/JPL/Infrared Telescope Facility.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

40 anos da chegada do Homem à Lua

Edwin «Buzz» Aldrin ao lado do SWC (Solar Wind Composition), uma tira de folha de alumínio destinada à recolha de partículas do vento solar. Atrás encontra-se o módulo lunar Eagle.
Crédito: JSC/NASA.

Faz hoje 40 anos que Neil Armstrong e Edwin «Buzz» Aldrin se tornaram os primeiros seres humanos a pisar solo extraterrestre. Quem quiser recordar a aventura dos dois astronautas da Apollo 11 pode ouvir aqui todas as transmissões áudio da missão, exactamente à mesma hora em que foram emitidas em 1969.

domingo, 19 de julho de 2009

Locais de alunagem das missões Apollo fotografadas pela LRO

Dias antes do 40º aniversário da chegada do Homem à Lua, a sonda americana Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) captou as primeiras imagens de 5 dos 6 locais de alunagem das missões Apollo (o local de alunagem da Apollo 12 será fotografado nas próximas semanas). As imagens mostram os níveis descendentes dos módulos lunares pousados na superfície da Lua.
Dado que a LRO se encontra ainda numa órbita lunar elíptica, a resolução das imagens varia entre 1,0 a 1.4 m/pixel. Estes locais serão revisitados durante a fase operacional da missão, onde se espera um aumento da resolução para cerca de 0,5 m/pixel.

Imagem captada pela LRO, mostrando o local de alunagem da Apollo 11. É claramente visível na imagem o nível descendente do módulo lunar Eagle lançando uma longa sombra na superfície lunar.
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University.

Imagem captada pela LRO, mostrando o local de alunagem da Apollo 14. São visíveis na imagem o nível descendente do módulo lunar Antares, o conjunto de instrumentos científicos ALSEP (Apollo Lunar Surface Experiment Package) e rastos de pegadas entre os dois objectos.
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University.

Imagem captada pela LRO, mostrando o local de alunagem da Apollo 15. É visível na imagem o nível descendente do módulo lunar Falcon.
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University.

Imagem captada pela LRO, mostrando o local de alunagem da Apollo 16. É visível na imagem o nível descendente do módulo lunar Orion e a sua longa sombra na superfície lunar.
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University.


Imagem captada pela LRO, mostrando o local de alunagem da última das missões tripuladas à Lua, a missão Apollo 17. É visível na imagem o nível descendente do módulo lunar Challenger.
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University.

sábado, 18 de julho de 2009

As estrelas voltam às cidades portuguesas

As estrelas vão voltar às grandes cidades portuguesas durante o início da noite de hoje. Municípios por todo o país vão desligar a iluminação pública durante cerca de 1 hora.
Integrada no projecto chave "Dark Skies Awareness" do Ano Internacional da Astronomia 2009, a iniciativa "Noite das Estrelas" pretende sensibilizar as pessoas para o problema da poluição luminosa, convidando-as a desfrutar da beleza do céu nocturno isento do brilho alaranjado produzido pela iluminação pública mal direccionada. Para mais informações acerca dos locais, horas e actividades programadas, consulte o programa aqui.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Locais de alunagem das missões Apollo vistos pela Kaguya

Faltam poucos dias para se completarem os 40 anos sobre a chegada do Homem à Lua. Recordando a aproximação da data do aniversário de um dos feitos mais fabulosos da conquista humana do espaço, a JAXA disponibilizou recentemente no YouTube sequências de vídeo captadas pela sonda nipónica Kaguya, mostrando os locais de alunagem das missões Apollo 11, Apollo 14 e Apollo 15. Ao ver estas imagens, apraz-me dizer, usando as palavras de Edwin "Buzz" Aldrin, o segundo homem a poisar os pés na Lua: "Magnífica desolação!"

Local de alunagem da Apollo 11 vista pela Kaguya.

Local de alunagem da Apollo 14 vista pela Kaguya.

Local de alunagem da Apollo 15 vista pela Kaguya.

domingo, 12 de julho de 2009

Neptuno à vista

Mosaico de Neptuno produzido a partir de imagens captadas pela sonda Voyager 2 durante a sua aproximação ao gigante gelado em 1989.
Crédito: NASA/JPL.


Consegui observar pela primeira vez o planeta mais distante do Sistema Solar! Não era mais que um pequeníssimo ponto azulado a norte da estrela μ Capricorni e do planeta Júpiter, mas foi com prazer que o contemplei por largos minutos. Fiquei surpreendido porque não esperava ter sucesso num céu brilhante de uma grande cidade como é o céu de Lisboa.
A excitação que senti fez-me recordar uma pequena passagem de um excerto do tratado Venus in sole visa, escrito no século XVII pelo astrónomo britânico Jeremiah Horrocks, que encontrei reproduzido no livro "Trânsito de Vénus" (dos autores Nuno Crato, Fernando Reis e Luís Tirapicos). O pequeno texto descreve a observação do trânsito de Vénus de 1639 por William Crabtree, um amigo de Jeremiah Horrocks:
... Emocionado pela contemplação, ficou algum tempo sem se mover, quase não confiado nos seus próprios sentidos, tomado por excesso de alegria; porque nós astrónomos temos como que uma disposição feminina, ficamos dominados pela alegria das ninharias, e tais assuntos menores praticamente não impressionam outros; ...

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Lua, Neptuno e Júpiter juntos no céu nocturno

Posição relativa da Lua, de Neptuno e de Júpiter no céu nocturno, na madrugada de Sábado, dia 11 de Julho, pelas 02H00 (hora de Lisboa).
Crédito: Sérgio Paulino/Stellarium 0.10.0.

Hoje de madrugada, durante o regresso a casa, dei-me conta da proximidade entre a Lua e o planeta Júpiter. Ao olhar para os dois objectos celestes, recordei que durante grande parte do ano o gigante gasoso vai-se encontrar próximo no céu do distante Neptuno, um planeta que nunca observei.
Amanhã, Lua e Júpiter vão estar ainda mais próximos, separados apenas por 4º. O brilho dos dois objectos não irá certamente facilitar a observação de Neptuno; no entanto, ao contemplá-los senti o apelo de tentar procurar com o meu telescópio o mais distante planeta do Sistema Solar. Talvez seja uma boa forma de iniciar o fim-de-semana. Conseguirei superar tal desafio?

domingo, 5 de julho de 2009

Pôr-do-sol vulcânico

Provavelmente, esta não será uma novidade para quem tem acompanhado nos últimos dias o site SpaceWeather.com. A recente erupção do pico Sarychev (ilha Matua, arquipélago das Curilas) gerou nas últimas semanas, densas nuvens vulcânicas carregadas de cinzas e de dióxido de enxofre, que se espalharam pela estratosfera sobre o hemisfério norte, proporcionando durante a semana passada aos observadores da América do Norte e da Europa, magníficos pores-do-sol.

Imagem da erupção do pico Sarychev captada a 12 de Junho pelos astronautas da Estação Espacial Internacional.
Crédito: M. Justin Wilkinson, NASA-JSC.

Ontem, aproveitei um passeio familiar junto às praias do Guincho para observar o pôr-do-sol, na esperança de identificar sobre o horizonte plumas de aeróssois vulcânicos e alterações significativas na coloração do céu crepuscular. Não estou certo de ter observado as plumas vulcânicas junto ao horizonte; no entanto pareceu-me notória uma coloração púrpura pouco habitual no céu por cima das nossas cabeças. Partilho convosco a magnífica vista.

Pôr-do-sol no Guincho retocado em tons púrpura. Alguns estratocúmulos adornam o cenário.
Crédito: Sérgio Paulino.

sábado, 4 de julho de 2009

LRO envia as primeiras imagens da Lua

Imagem captada pela sonda americana LRO no dia 30 de Junho, mostrando uma região de colinas e pequenas crateras situadas nos planaltos a sul de Mare Nubium (Mar das Nuvens).
Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center/Arizona State University.

A Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) activou as duas câmaras que compõem o instrumento LROC, e captou as primeiras imagens da superfície lunar desde a sua chegada à Lua. Estas primeiras imagens permitiram testar o funcionamento do instrumento que irá gerar os mais detalhados mapas fotográficos de alta resolução da superfície lunar alguma vez obtidos. A sonda americana vai prosseguir durante a próxima semana com a activação dos restantes seis instrumentos científicos.