quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cassini observa as maiores nuvens alguma vez detectadas em Titã

Nuvens titanianas numa imagem captada a 27 de Setembro de 2010, a cerca de 1,3 milhões de quilómetros de distância, pelo sistema de imagem da sonda Cassini através de um filtro para o comprimento de onde de 938 nm (infra-vermelho próximo).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

A sonda Cassini observou na passada segunda-feira o maior sistema de nuvens alguma vez detectado na atmosfera de Titã! O gigantesco sistema foi localizado em latitudes equatoriais, sobre a região de Senkyo, um facto que poderá significar o início de grandes mudanças sazonais na maior lua de Saturno. Esta campanha de observação de nuvens em Titã teve a participação de outros instrumentos, entre eles o espectrómetro VIMS (Visual and Infrared Mapping Spectrometer), pelo que em breve deverão ser anunciados mais pormenores relacionados com este fenómeno.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

China prepara lançamento da sonda lunar Chang'E-2

Representação artística da sonda lunar chinesa Chang'e-2.
Crédito: CNSA/CLEP.

Encontra-se já posicionado no Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan, na China, o foguetão CZ-3C que irá colocar no espaço a segunda sonda lunar chinesa, a Chang'E-2. O lançamento deverá ocorrer no dia 1 de Outubro, o dia em que se comemora o 61º aniversário da fundação da República Popular da China.
Originalmente construída como sonda suplente da Chang'E-1, a Chang'E-2 é, na sua estrutura básica, um duplicado da sua antecessora. Alterações introduzidas em alguns instrumentos e no plano da missão deverão, no entanto, produzir melhorias significativas no desempenho da Chang'E-2, em particular, na resolução das imagens da superfície da Lua e na velocidade de transmissão de dados para a Terra. A sonda deverá ainda reunir um conjunto de informações fundamentais relativas aos locais candidatos para as futuras alunagens das sondas Chang'E-3 e Chang'E-4.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A misteriosa lua Titã

Retrato em cores aproximadamente naturais da lua Titã, obtido pela sonda Cassini a 25 de Setembro de 2010, a cerca de 140 mil quilómetros da sua superfície. Foram usadas nesta composição três imagens captadas através de filtros de luz visível para as cores azul (460 nm), verde (567 nm) e vermelho (648 nm).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

A sonda Cassini teve novo encontro planeado com a maior lua de Saturno na passada sexta-feira. A passagem a cerca de 8.175 km da sua superfície permitiu dois conjuntos de observações. O primeiro, realizado durante a aproximação, incluiu medições da composição da atmosfera titaniana e das densas camadas de aerossóis que se formam em diferentes altitudes. O segundo adicionou às observações atmosféricas, o mapeamento de parte do hemisfério anti-saturniano e a detecção e monitorização de sistemas de nuvens na atmosfera. Parte deste segundo conjunto de observações, a imagem que aqui vos trago mostra com clareza o quanto opaca é a atmosfera de Titã à luz visível. Felizmente, a densa neblina alaranjada é relativamente transparente a comprimentos de onda no infra-vermelho próximo, uma faixa do espectro luminoso para o qual estão dedicados alguns dos filtros do sistema de imagem da Cassini.

sábado, 25 de setembro de 2010

Fobos poderá ter sido formada após impacto catastrófico em Marte

A pequena lua marciana Fobos numa imagem a cores captada pela câmara HRSC (High Resolution Stereo Camera) da Mars Express, a 22 de Agosto de 2004.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).

As duas pequenas luas de Marte sempre intrigaram os astrónomos. A maioria das teorias sobre a sua formação sustenta que Deimos e Fobos são asteróides formados na Cintura de Asteróides e, posteriormente, capturados pela gravidade do planeta vermelho em órbitas progressivamente mais estáveis. No entanto, as respectivas densidades (significativamente inferiores às observadas nos asteróides) evidenciam estruturas demasiado frágeis para que os dois corpos pudessem ter sobrevivido intactos às tensões gravitacionais geradas durante o processo.
Esta semana, dois investigadores europeus anunciaram no Congresso Europeu de Ciência Planetária, em Roma, uma possível solução para este problema. De acordo com os trabalhos apresentados por Marco Giuranna do Instituto Nacional de Astrofísica de Roma, e por Pascal Rosenblatt do Observatório Real da Bélgica, a formação de Fobos deverá ter ocorrido in situ, após um impacto catastrófico em Marte, por re-acreacção de material ejectado da superfície marciana. A surpreendente conclusão resulta da interpretação das observações da superfície de Fobos em comprimentos de onda no infravermelho, realizadas independentemente pela Mars Global Surveyor e pela Mars Express.
Segundo Marco Giuranna, estas observações permitiram a detecção inequívoca, pela primeira vez, da presença de filossilicatos na superfície da lua, particularmente nas áreas a nordeste de Stickney, a maior cratera de Fobos. O achado é deveras intrigante, uma vez que a ocorrência destes minerais implica a interacção de materiais ricos em silicatos com a água em estado líquido, um processo que se sabe, deverá ter ocorrido no passado na superfície de Marte. A presença dos filossilicatos em Fobos parece assim indicar uma íntima ligação entre a pequena lua e as rochas da superfície marciana.

Locais em Fobos onde foi detectada a presença de filossilicatos.
Crédito: Marco Giuranna.

Pascal Rosenblatt reafirmou o cenário da acrecção in situ de Fobos, depois de apresentar a análise das leituras realizadas pelo instrumento MaRS (Mars Radio Science Experiment) que segue a bordo da Mars Express, durante diferentes passagens pela pequena lua. Partindo do estudo das variações na frequência das comunicações rádio entre a sonda europeia e a Terra, a equipa da MaRS reconstruiu com precisão as perturbações gravitacionais induzidas por Fobos na trajectória da Mars Express. Com esses dados, a equipa conseguiu calcular a massa da pequena lua com uma precisão sem precendente, e deduzir a respectiva densidade, limitando-a para valores de 1,86 ± 0,02 g/cm3 (a melhor estimativa de sempre). De acordo com Rosenblatt, os valores obtidos indiciam que a estrutura interna de Fobos deverá ter uma porosidade na ordem dos 25-45%, uma característica que parece confirmar o cenário da formação por re-acrecção.
O veredicto final relativamente ao problema da formação das luas marcianas não está ainda, no entanto, completamente definido. A questão só deverá ficar completamente elucidada com a realização da missão russa Phobos-Grunt, uma missão à superfície de Fobos cujo objectivo principal será a obtenção e devolução à Terra de uma amostra da pequena lua marciana.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Equinócio de Outono

Pôr-do-sol junto ao monólito truncado, no Cromeleque dos Almendres, a 21 de Setembro de 2010, 2 dias antes do Equinócio do Outono (consultem aqui para obterem mais informações sobre o possível significado astronómico deste magnífico monumento megalítico).
Crédito: Sérgio Paulino.

Ocorre hoje pelas 04:09 (hora de Lisboa) o Equinócio, altura em que o Sol, no seu movimento anual aparente, cruzará o equador celeste em direcção a Sul. Esse instante marca o início do Outono no hemisfério norte, estação que se irá prolongar este ano por 89,85 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de Dezembro às 23:38 (hora de Lisboa).
A palavra Equinócio deriva da expressão latina aequus nox, que significa "noite igual ao dia", uma alusão ao facto de nestas datas dia e noite terem igual duração.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Júpiter e Urano em oposição

O céu a leste na região de Lisboa, no dia 21 de Setembro de 2010, pouco antes das 21 horas (hora de Lisboa).
Crédito: Sérgio Paulino/Stellarium 0.10.0.

Júpiter tem dominado os céus durante todo o mês de Setembro. Se olharem para leste nas primeiras horas da noite podem encontrá-lo facilmente brilhando a magnitude -2,9. Amanhã atingirá a oposição, o ponto na sua órbita oposto ao do Sol quando observado a partir da Terra. Este ano esse ponto estará mais próximo do nosso planeta que em qualquer outro momento desde 1963 até 2022, pelo que poderão contar com um brilho cerca de 4% superior ao habitual durante as oposições. A acrescentar a este facto terão o recente desaparecimento da Cintura Equatorial Sul (CES), uma faixa de nuvens acastanhadas que normalmente adorna o hemisfério sul de Júpiter. Enriquecida em cristais de amónia nos últimos meses, a CES tornou-se consideravelmente mais reflectiva, o que acrescenta uns adicionais 4% de brilho à atmosfera do planeta.

O planeta Júpiter visto através do telescópio do astrónomo amador australiano Anthony Wesley, na noite de 30 de Agosto de 2010. Reparem na aparência anómala da Cintura Equatorial Sul.
Crédito: Anthony Wesley.

Muito próximo de Júpiter, terão o distante planeta Urano a atingir também a oposição amanhã. Urano é, neste momento, facilmente visível através de uns binóculos, brilhando com uma magnitude semelhante à das quatro maiores luas de Júpiter.
Durante a oposição, os dois planetas estarão muito próximos do ponto no céu que marca o equinócio vernal, o ponto exactamente oposto aquele em que Sol se posicionará no próximo dia 23 de Setembro (dia do equinócio de Outono). O par encontrará ainda a Lua cheia, na mesma região do céu, na próxima quinta-feira.
Em resumo: um conjunto de belos cenários celestes para esta semana.

domingo, 19 de setembro de 2010

Noite da Lua

A Lua gibosa pelas lentes da minha câmara na Noite Internacional de Observação da Lua.
Crédito: Sérgio Paulino.

Realizou-se ontem a primeira Noite Internacional de Observação da Lua, um evento a nível mundial que pretendeu juntar astrónomos profissionais e amadores, observatórios, centros de ciência, planetários e outros entusiastas da Astronomia na celebração da companheira celestial da Terra. A noite foi assinalada por diversas actividades em todo o mundo (incluindo Portugal), todas com o objectivo principal de convidar o público a observar a Lua e a aprender mais acerca da sua origem, da sua evolução e da sua exploração. Infelizmente, não pude participar em nenhuma dessas actividades. Ainda assim, nada me impediu de olhar (mais uma vez) para cima e fotografar este magnífico astro.
Já agora... A Lua estará cheia no dia 23 de Setembro pelas 10:17 (hora de Lisboa), cerca de 6 horas após o equinócio de Outono! Qual o significado desta coincidência? Nenhum. É apenas mais um pretexto para na próxima quinta-feira, sair para o exterior, olhar para o céu e apreciar a beleza do cosmos.

sábado, 18 de setembro de 2010

Neblina matinal em Valles Marineris

Imagem de um crescente de Marte processada pelo astrofotógrafo alemão Peter Wellmann a partir de 4 imagens captadas pela câmara VMC da Mars Express a 09 de Outubro de 2008.
Crédito: ESA/Peter Wellmann.

Já vos tinha mostrado aqui um pequeno filme construído com imagens captadas pela Visual Monitoring Camera (VMC), uma câmara de baixa resolução instalada na Mars Express com o único propósito de monitorizar a separação da sonda Beagle 2, e que desde 2007 foi reabilitada para fornecer visões globais invulgares do planeta vermelho. Como a VMC não é um instrumento científico, a ESA disponibliza com regularidade na internet as versões não processadas das imagens obtidas pela pequena câmara, para que possam ser utilizadas por amadores no processamento e montagem de belíssimos retratos de Marte. Como estímulo à participação, a equipa da VMC (a mesma responsável pelo controlo da trajectória da Mars Express) tem publicado alguns dos melhores trabalhos no blog dedicado a este projecto.
A imagem que aqui vos trago foi divulgada numa dessas publicações. É, sem dúvida, uma das mais belas visões do planeta vermelho obtidas através das lentes da VMC. Distribuídas ao longo de um crescente surgem algumas das mais proeminentes estruturas geológicas de Marte banhadas pela luz dos primeiros raios solares matinais. São discerníveis ao centro, em linha de sul para norte, Arsia Mons, Pavonis Mons e Ascraeus Mons, três dos quatro gigantescos vulcões-escudo que dominam a região de Tharsis. Olympus Mons, o maior vulcão marciano, encontra-se quase imperceptível junto à linha que delimita a face iluminada de Marte. A leste de Tharsis surge uma bela visão do sistema de vales profundos Valles Marineris submerso numa densa neblina branca.

domingo, 12 de setembro de 2010

Nos ombros de um gigante

Saturno e a pequena lua Mimas numa composição em cores aproximadamente naturais, construída com imagens captadas no dia 8 de Setembro de 2010 pela sonda Cassini, através de filtros de luz visível (azul, verde e vermelho).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

A pequena lua Mimas quase que passa despercebida quando observada ao lado do gigantesco planeta Saturno. Captadas na semana passada, as imagens utilizadas na construção desta composição a cores fizeram parte de um conjunto de observações da atmosfera saturniana realizadas pela sonda Cassini em diferentes comprimentos de onda. Aparentemente serena em luz visível, a atmosfera de Saturno revela-se muito mais dinâmica na faixa do infravermelho (ver, por exemplo, aqui).

Lua e Vénus juntos no céu diurno

A Lua e Vénus pouco antes do pôr-do-Sol no dia 11 de Setembro. A imagem foi contrastada para tornar mais óbvios alguns pormenores da superfície da Lua.
Crédito: Sérgio Paulino.

A Lua e Vénus encontraram-se ontem, ao fim do dia, para oferecer um belo espectáculo celeste. O intenso brilho de Vénus permitia a sua fácil localização junto ao crescente da Lua, mesmo antes do pôr-do-Sol! Infelizmente, as pilhas da minha máquina digital falharam antes de poder registar mais pormenores deste encontro. Deixo-vos aqui a melhor das três imagens que consegui obter.
Em alguns locais do hemisfério sul, o encontro dos dois objectos deu lugar a uma ocultação (vejam aqui imagens do fenómeno).

sábado, 11 de setembro de 2010

2010 RK53: outro intruso nos domínios da Terra

2010 RF12
Animação composta por 4 imagens obtidas através de um telescópio reflector de 0,25 m, com exposições de 30 segundos cada, mostrando a rápida passagem no céu do asteróide 2010 RF12, nas primeiras horas do dia 8 de Setembro.
Crédito: Associazione Friulana di Astronomia e Meteorologia.

Aparentemente, 2010 RX30 e 2010 RF12 não foram os únicos asteróides a visitar a Terra na passada quarta-feira. Segundo os dados preliminares publicados no Minor Planet Electronic Circular, um terceiro objecto ligeiramente maior que 2010 RF12 terá passado a cerca de 76.300 km da superfície terrestre, pelas 23:30 UTC (00:30 de 9 de Setembro, pela hora de Lisboa). Provisoriamente designado 2010 RK53, este pequeno objecto terá sido descoberto ontem de manhã por astrónomos do programa americano de vigilância de NEOs (objectos próximos da Terra) Catalina Sky Survey. Como a sua aproximação à Terra foi realizada de um ponto no céu muito próximo do Sol (a apenas 34º de elongação), zona proíbida para qualquer telescópio óptico terrestre, não foi possível uma detecção mais precoce.
Estima-se que exista uma população de mais de 50 milhões de objectos com diâmetros na ordem dos 10 metros a cruzar a órbita terrestre. Em média, a Terra é atingida por estes objectos a cada 10 anos. A grande maioria desintegra-se na atmosfera terrestre, sem causar qualquer dano na superfície.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Terra visitada por dois asteróides

Trajectória dos asteróides 2010 RX30 e 2010 RF12 durante a sua passagem no interior da órbita da Lua, a 08 de Setembro de 2010.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

A Terra recebe hoje a visita de 2010 RX30 e de 2010 RF12, dois pequenos asteróides descobertos no passado domingo por Andrea Boattini, astrónomo do programa americano de vigilância de NEOs (objectos próximos da Terra) Catalina Sky Survey. 2010 RX30 passou esta manhã a cerca de 248 mil quilómetros da superfície terrestre, enquanto que 2010 RF12 deverá aproximar-se da Terra dentro de poucas horas (pouco depois das 22 horas, hora de Lisboa), a apenas 79 mil quilómetros de distância! Ambos são objectos do grupo Aten (asteróides com órbitas cujo semi-eixo maior é menor que o da órbita da Terra), com diâmetros estimados muito pequenos (respectivamente, 7 a 25 metros e 5 a 15 metros).
Actualização: Os dois asteróides deverão brilhar a magnitude 14 no seu ponto de maior aproximação à Terra (não serão visíveis a olho nú). Quem quiser observar ou fotografar estes objectos deverá recorrer a um bom telescópio amador. Podem encontrar aqui uma página (em inglês) inteiramente dedicada à observação destes dois asteróides.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Viagem ao centro do Sistema Solar

Representação artística da nova sonda solar da NASA, a Solar Probe +, durante uma das suas múltiplas passagens pelo planeta Vénus.
Crédito: JHU/APL.

A NASA anunciou na semana passada as equipas de investigação e os respectivos instrumentos que irão a bordo da sonda Solar Probe +, assinalando assim o começo da fase de desenvolvimento da missão.
Com lançamento previsto para 30 de Julho de 2018, a Solar Probe + embarcará numa viagem épica a uma das últimas fronteiras ainda inexploradas do Sistema Solar: a atmosfera da nossa estrela, o Sol. No decorrer da sua missão, a sonda realizará sucessivas medições in situ no interior da coroa solar, com vista a responder a questões fundamentais da física solar, em particular: porquê é que a coroa solar é muito mais quente que a fotosfera, e como é que o vento solar é acelerado?
Estão programadas na missão 24 órbitas à volta do Sol, com periélios sucessivamente mais próximos da superfície solar. As últimas 3 órbitas levarão a sonda a apenas 6 milhões de quilómetros de distância do Sol (aproximadamente 8,5 vezes o raio do Sol). A essa distância, a Solar Probe + encontrará um dos ambientes mais hostis do Sistema Solar - uma região do espaço preenchida com um fluxo contínuo de partículas e poeira aquecidos a cerca de 2.000 ºC. Para sobreviver a estas condições, a sonda contará com um escudo protector de carbono capaz de proteger os vários instrumentos científicos das elevadas temperaturas e radiação.

sábado, 4 de setembro de 2010

Dione, um pequeno mundo gelado

Um crescente de Dione num mosaico construído com imagens captadas pela sonda Cassini a 03 de Setembro de 2010 (norte voltado para a esquerda).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/Sérgio Paulino.

A Cassini realizou ontem uma passagem não programada pela lua de Saturno Dione. O encontro a cerca de 39.310 km de distância permitiu a captação de um conjunto de imagens das regiões mais a norte do hemisfério mais distante de Saturno, algumas das quais as melhores alguma vez captadas da região do pólo norte de Dione.
Construído com imagens obtidas durante a aproximação da Cassini, o mosaico que aqui vos trago, mostra parte de Padua Chasmata, um conjunto de desfiladeiros que rasga o hemisfério anti-saturniano de Dione, na direcção norte-sul. Ao centro podem observar, ainda, as crateras Acestes (junto a outra grande cratera, ainda sem nome) e Ascanius (uma grande depressão em perfil).

A verdade sobre a conspiração de Roswell


"That Mitchell and Webb Look" é um popular programa humorístico da televisão britânica BBC com hilariantes sketchs que satirizam muitos dos argumentos usados por aqueles que promovem teorias da conspiração. Este sketch lida em particular com o incidente de Roswell, e com o seu suposto encobrimento engendrado pelo governo americano.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Io revisitada

A NASA tem-se esforçado por disponibilizar ao público a maior parte do material científico obtido pelas sondas interplanetárias e pelos telescópios espaciais durante as respectivas missões. Esse esforço tem possibilitado a muitos entusiastas pela exploração espacial, procurar imagens não processadas (em bruto) de corpos do Sistema Solar, reprocessar esse material, e construir magníficos retratos em cores aproximadamente naturais (semelhantes às que seriam vistas pelo olho humano).
O croata Gordan Ugarkovic é um desses muitos entusiastas. Nos seus tempos livres, Gordan trabalha maioritariamente no processamento de imagens captadas pelas sondas Galileo e Cassini. O produto do seu trabalho encontra-se exposto na sua galeria do Flickr (vale a pena uma visita). Aparentemente, esta semana, Gordan concentrou-se no processamento de algumas velhas imagens das luas de Júpiter captadas durante a missão da sonda Galileo ao sistema joviano. São particularmente belas as imagens da lua Io. Deixo-vos aqui as minhas preferidas.

A lua Io em cores aproximadamente naturais, numa imagem processada a partir de três outras imagens captadas pela sonda Galileo através de filtros para o vermelho, o verde e o violeta. São visíveis dois vulcões em actividade e as suas respectivas plumas vulcânicas: Prometheus Patera (ao centro) e Pillan Patera (à esquerda de perfil).
Crédito: NASA/JPL/Gordan Ugarkovic.

Io acima das nuvens de Júpiter. Fotografia processada a partir de imagens captadas a 07 de Setembro de 1996 pela sonda Cassini através de filtros de infravermelho próximo, verde e violeta.
Crédito: NASA/JPL/Gordan Ugarkovic.

Tupan Patera, um dos muitos vulcões activos na superfície de Io. Fotografia construída a partir de imagens captadas a 16 de Outubro de 2001 pela sonda Cassini através de filtros de infravermelho próximo, verde e violeta.
Crédito: NASA/JPL/Gordan Ugarkovic.