sábado, 28 de novembro de 2009

A aurora boreal de Saturno em filme


Imagens da aurora boreal de Saturno captadas pela sonda Cassini nos dias 5 a 8 de Outubro de 2009, a uma distância média de 2,8 milhões de quilómetros do planeta. Embora as imagens tenham sido captadas a preto e branco, a aurora encontra-se representada com uma coloração falsa para a distinguir do ruído de fundo (desconhece-se ainda a verdadeira cor da aurora saturniana).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

A NASA disponibilizou na internet, na semana passada, um belo filme da aurora boreal de Saturno, que congrega um conjunto de 472 imagens captadas pela sonda Cassini durante 4 dias, no início do mês de Outubro. Com uma altura superior a 1.200 Km acima da atmosfera do planeta, estas são as mais altas auroras observadas até hoje no Sistema Solar. A sua altura deve-se, essencialmente, à abundância de hidrogénio na atmosfera da Saturno, um gás extremamente leve, que ao contrário dos gases presentes na atmosfera terrestre, se propaga a altitudes muito elevadas.
As auroras surgem, normalmente, em latitudes próximas dos pólos magnéticos dos planetas com atmosfera, locais onde a magnetosfera mergulha em direcção às altas camadas atmosféricas. As cortinas de luz que constituem a aurora são formadas pelo brilho resultante da excitação das moléculas da atmosfera induzida pela sua interacção com partículas carregadas do vento solar aceleradas pelo campo magnético planetário.

Estação Espacial Internacional atravessa céus de Lisboa


Estação Espacial Internacional atravessando os céus de Lisboa, ao início da noite. Ao lado, uma Lua gibosa embeleza o cenário. Detalhes: máquina Canon PowerShot S5 IS, ISO 80, f/8,0, 15 segundos de exposição.
Crédito: Sérgio Paulino.

Finalmente, consegui um pouco de disponibilidade (e céus limpos!) para observar a travessia da Estação Espacial Internacional (EEI) nos céus de Lisboa. Apesar de já não contar com a companhia do vaivém Atlantis (que, entretanto, já aterrou em segurança na Florida, EUA), a EEI continua a surpreender qualquer observador na Terra pela intensidade do seu brilho e pela sua rapidez.
Pergunto-me: estaria alguém a olhar para baixo no momento da fotografia?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

UAI aprova nome para pequena lua de Júpiter

Foi aprovado recentemente pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura dos Sistemas Planetários da União Astronómica Internacional (UAI), o nome Herse para a quinquagésima lua de Júpiter. Descoberta em 2003 por um grupo de investigadores liderados pelo astrónomo canadiano Brett J. Gladman, a pequena lua Herse tem apenas 2 Km de diâmetro e segue uma órbita retrógrada irregular, a uma distância média de Júpiter de 22,134 milhões de quilómetros.
A escolha do novo nome cumpre a tradição da UAI de baptizar os recém-descobertos satélites jovianos com nomes retirados das inúmeras personagens da mitologia greco-romana (principalmente, amantes e descendentes) ligadas à figura de Zeus ou de Júpiter. Herse era a deusa do orvalho, nascida da ligação entre Zeus, o senhor dos céus, e Selene, a deusa grega da Lua.
A propósito... Como que a reencenar o fugaz encontro entre Zeus e Selene, Lua e Júpiter protagonizaram uma belíssima conjunção nos céus crepusculares, ao início da noite da passada segunda-feira.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Cassini capta novas imagens do pólo sul de Encélado

Estas são, provavelmente, as mais belas fotografias captadas pela sonda Cassini em toda a sua missão. Obtidas durante a sua recente aproximação a Encélado, as espectaculares imagens mostram com uma resolução sem precedente, o terreno caótico que circunda os quatro grandes sulci do pólo sul. Em algumas das novas imagens são visíveis, ainda, os famosos jactos de vapor de água e gelo emanando directamente dos respectivos sulci!

Mosaico construído a partir de duas imagens da região do pólo sul de Encélado, obtidas pela sonda Cassini durante a sua passagem a 21 de Novembro de 2009. O Sol ilumina apenas uma pequena porção da superfície da pequena lua de Saturno. Alinhadas com os quatro grandes sulci existentes no pólo sul de Encélado (da esquerda para a direita, Alexandria, Cairo, Baghdad e Damascus), encontram-se as famosas colunas de vapor de água e gelo, descobertas em 2005 pela sonda Cassini.
Crédito: NASA/JPL/SSI/mosaico por Emily Lakdawalla.

Um dos sulci ou "listas de tigre", representado num mosaico construído com quatro imagens individuais obtidas durante a recente passagem da sonda Cassini por Encélado.
Crédito: NASA/JPL/SSI/mosaico por Astro0 (unmannedspaceflight.com).

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Engenheiros da JAXA restabelecem voo da Hayabusa

Representação artística da sonda Hayabusa colhendo amostras na superfície do asteróide Itokawa.
Crédito: JAXA.

Afectada pelos graves problemas de propulsão desde que abandonou o asteróide Itokawa, a sonda Hayabusa tem contado sempre com a criatividade dos engenheiros da JAXA para a manutenção de uma trajectória que a devolva à Terra em segurança, no menor tempo possível. A recente perda do propulsor iónico D, um dos dois que se encontravam ainda em funcionamento, ameaçava, mais uma vez, comprometer o resto da viagem até casa. Para resolver este novo desafio, os engenheiros japoneses engendraram uma solução arrojada. Depois de diagnosticarem uma falência no neutralizador de electrões do propulsor iónico D (um problema que, anteriormente, já havia condenado o propulsor B), decidiram combinar o neutralizador do propulsor A (nunca antes usado por se ter mostrado instável após o lançamento) com o motor do propulsor B. Aparentemente o plano resultou! Se os dois motores se mantiverem estáveis durante o resto da viagem, a Hayabusa poderá concluir com sucesso a sua missão em Junho de 2010.
Força, Hayabusa!

Bola de fogo rasga os céus nos Estados Unidos

Uma colossal bola de fogo atravessou ontem, pela meia-noite (hora local), o céu nocturno dos estados norte-americanos do Colorado, do Utah, de Wyoming e de Idaho, lançando o pânico nas populações locais. A explosão do objecto gerou violentas ondas de choque na atmosfera, que se propagaram até ao solo. O fenómeno foi registado em vídeo por diversas câmaras de vigilância, localizadas ao longo do percurso do objecto.

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Vídeo captado por uma câmara de vigilância de uma casa, mostrando o intenso brilho produzido pelo objecto durante a sua passagem pela atmosfera.
Crédito: Ryan Lunt (disponível em ksl.com).


Podem encontrar mais vídeos aqui.

Sociedade Planetária reactiva projecto da vela solar


Representação artística da sonda LightSail-1.
Crédito: The Planetary Society/Rick Sternbach.

A Sociedade Planetária reactivou o projecto da vela solar, depois de ter recebido uma doação anónima de um milhão de dólares. Idealizada por alguns como o futuro da exploração interestelar, a vela solar é um tipo de propulsão que utiliza a pressão de radiação dos fotões sobre uma superfície reflectora, para gerar aceleração. Embora a tecnologia já tenha algumas décadas de existência, a vela solar nunca foi testada no espaço.
Empenhada em viabilizar o uso deste tipo de propulsão em missões interplanetárias, a Sociedade Planetária desenvolveu, durante anos, em parceria com a Cosmos Studios, o projecto Cosmos-1, a primeira tentativa séria de testar a vela solar numa sonda sub-orbital. Lançada a 21 de Junho de 2005, a partir do submarino russo Borisoglebsk, a sonda nunca chegou a atingir a órbita terrestre, despenhando-se algures no Mar de Barents, devido a uma falha no foguetão que a transportava.
Apesar do insucesso do projecto Cosmos-1, a Sociedade Planetária manteve a vela solar como um dos seus projectos científicos prioritários. A recente doação milionária vem agora impulsionar o sucessor do Cosmos-1 para a fase de execução. Renomeado LightSail, o renovado programa irá testar o conceito da vela solar em três fases distintas. A primeira fase será materializada já no final de 2010, com o lançamento da sonda LightSail-1, um microsatélite destinado a atingir e a manter uma órbita terrestre de 800 Km de altitude, utilizando apenas como propulsor a vela solar. O programa culminará com o lançamento da sonda LightSail-3 em direcção ao ponto L1 do sistema Terra-Sol, local onde irá realizar em permanência, a monitorização de tempestades geomagnéticas induzidas pela actividade solar.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Um olhar sobre Penélope


Tétis, a quinta maior lua de Saturno, fotografada recentemente pela câmara de alta resolução da sonda Cassini, através de um filtro sensível à luz ultravioleta.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

Visível no centro desta imagem obtida recentemente pela sonda Cassini, encontra-se Penélope, uma das maiores crateras de impacto observadas na superfície de Tétis. Pejada de outras pequenas crateras no seu interior, Penélope é, também, provavelmente, uma das mais antigas estruturas de impacto do sistema saturniano.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mais imagens da Terra captadas pela sonda Rosetta

A ESA publicou na passada sexta-feira mais um conjunto de belas imagens captadas pela sonda Rosetta durante a sua passagem pela Terra. O lote inclui mais um maravilhoso crescente da Terra, e uma vista nocturna sobre a América do Norte.


Um crescente azul da Terra visto pela Rosetta, poucas horas antes de sobrevoar o ponto de maior aproximação. São visíveis na estreita faixa de superfície iluminada, partes da América do Sul e da Antártida.
Crédito: ESA/equipa OSIRIS/MPS/UPD/LAM/IAA/RSSD/INTA/UPM/DASP/IDA.


Exposição de 10 segundos captada pelo sistema de imagem OSIRIS da sonda Rosetta, mostrando a iluminação nocturna de algumas cidades norte americanas. São discerníveis na imagem grandes metrópoles como Miami, Atlanta, Chicago e Detroit.
Crédito: ESA/equipa OSIRIS/MPS/UPD/LAM/IAA/RSSD/INTA/UPM/DASP/IDA.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O crescente da Terra visto pela Rosetta


A Terra fotografada ontem pelo sistema de imagem OSIRIS que viaja a bordo da sonda Rosetta.
Crédito: ESA/equipa OSIRIS/MPS/UPD/LAM/IAA/RSSD/INTA/UPM/DASP/IDA.

Faltam pouco menos de 6 horas para a sonda europeia Rosetta sobrevoar a superfície terrestre, naquela que será a sua última visita ao planeta azul. A passagem será executada a uma altitude de 2.481 Km a sul da ilha de Java, na Indonésia, e fornecerá o impulso necessário para a sonda prosseguir o seu trajecto em direcção ao seu objectivo primário, o cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko. Prevê-se que durante o encontro, a sonda Rosetta realize algumas observações científicas do sistema Terra-Lua, e obtenha belíssimas imagens, como a desta vista sobre o lado nocturno da Terra captada a uma distância de 633.000 Km.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Mais problemas para a Hayabusa no regresso a casa


Representação artística da sonda Hayabusa na sua missão ao asteróide Itokawa.
Crédito: JAXA/Akihiro Ikeshita.

A agência espacial japonesa JAXA anunciou na passada segunda-feira, uma grave avaria num dos dois propulsores iónicos que ainda se encontravam em funcionamento na sonda Hayabusa. Depois de uma série de anomalias ocorridas durante a missão no asteróide 25143 Itokawa em Novembro de 2005, que conduziram à falha permanente dos propulsores A e B, e à momentânea perda de comunicações com o centro de controlo da missão, a sonda japonesa deslocava-se nos últimos meses numa longa órbita de regresso à Terra. Com este incidente, a operação de entrega da cápsula das amostras, originalmente prevista para Junho de 2010, encontra-se agora seriamente comprometida, uma vez que o propulsor ainda em funcionamento, poderá ser insuficiente para garantir a manutenção da actual órbita. Apesar da grave situação em que a missão se encontra, os engelheiros da JAXA continuam a tentar encontrar soluções criativas para manter o voo da Hayabusa em direcção a casa.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Uma janela para o mundo


Uma imagem da região sudoeste da bacia hidrográfica do rio Amazonas, captada a 6 de Outubro de 2009, a partir da Estação Espacial Internacional, pelos astronautas da Expedição 20.
Crédito: Expedition 20 ISS crew/NASA/JSC.

Em órbita a poucas centenas de quilómetros da superfície terrestre, a Estação Espacial Internacional oferece aos seus ocupantes uma magnífica vista sobre a Terra. A imagem que aqui vos trago é um excelente exemplo dessa realidade. Centrada na faixa azul que separa a atmosfera terrestre do negrume do espaço, a imagem captada pelos astronautas que integram a Expedição 20, mostra parte da floresta amazónica brasileira imersa numa densa neblina, algures perto da fronteira com a Bolívia. Rasgando a imensa cobertura florestal, encontra-se o rio Madeira, um dos grandes afluentes do Amazonas. À distância, são visíveis grupos de cumulonimbos, densas nuvens geralmente associadas a instabilidade atmosférica e à formação de tempestades.

Em memória de Carl Sagan

Carl Sagan.
Crédito: The Planetary Society.

Nascia à 75 anos o astrónomo Carl Edward Sagan. Consultor e conselheiro da NASA desde os anos 50, Sagan esteve envolvido nalgumas das mais emblemáticas missões da agência espacial americana. Instruiu os astronautas do programa Apollo antes dos seus voos à Lua, e idealizou e concebeu várias experiências científicas para as históricas expedições Mariner, Viking, Voyager e Galileo aos planetas. Sagan ajudou, ainda, a esclarecer vários enigmas da ciência planetária. Percebeu o extraordinário efeito estufa que se encontrava na origem das altas temperaturas de Vénus, e foi o primeiro a admitir a existência de complexas moléculas orgânicas na atmosfera alaranjada da lua Titã.
No entanto, Carl Sagan é lembrado pela maioria, pela sua série televisiva Cosmos. Vista por mais de 500 milhões de pessoas em 60 países, a série tornou-se fonte de inspiração para uma geração inteira de astrónomos profissionais e amadores, em todo o mundo. Lembro-me vagamente da série na televisão portuguesa; era muito jovem na altura. Tive mais tarde o prazer de descobrir a genialidade de Sagan, nas suas obras As Ligações Cósmicas, Um Mundo Infestado de Demónios, e Cosmos, esta última baseada na série com o mesmo nome. Foi com elas que dei os meus primeiros passos na Astronomia.
Carl Sagan desapareceu cedo demais. Faleceu a 20 de Dezembro de 1996, depois de completar 62 anos, vítima de uma pneumonia secundária a um transplante de medula (a terceira na sua longa luta contra um síndrome mielodisplásico). Em sua memória, deixo-vos uma mensagem sua (bem actual) à humanidade, extraída do seu livro de maior sucesso, a obra intemporal Cosmos:
O Cosmos foi descoberto apenas ontem. Durante um milhão de anos todos aceitaram que só a Terra existia. Depois, no último milésimo de vida da nossa espécie, nesse instante entre Aristarco e nós, verificámos com relutância que não éramos nem o centro nem o objectivo do Universo, mas que vivíamos num mundo pequeno e frágil, perdido na imensidade e na eternidade, à deriva num grande oceano cósmico semeado aqui e ali de cem mil milhões de galáxias e milhões de biliões de estrelas.
Sondámos corajosamente as águas e achámos o oceano ao nosso gosto, de acordo com a nossa natureza. Algo dentro de nós reconhece o Cosmos como sua casa. Somos feitos de cinza estelar, a nossa origem e a nossa evolução estão ligadas a acontecimentos cósmicos distantes. A exploração do Universo é uma viagem de auto-descoberta.
Já o sabiam os antigos construtores de mitos: somos filhos do céu e da Terra. Desde que iniciámos a ocupação do planeta acumulámos uma perigosa bagagem no decurso da nossa evolução: propensões hereditárias à agressão e ao ritual, submissão aos chefes e hostilidade para com os estranhos, que põem em perigo a nossa própria sobrevivência. Mas, em contrapartida, também ganhámos a compaixão pelos outros, o amor pelos nossos filhos e pelos filhos dos nossos filhos, um desejo de aprender a partir da História e uma inteligência apaixonada sempre a tentar chegar mais longe - tudo instrumentos de sobrevivência e prosperidade.
Quais os aspectos da nossa natureza que irão prevalecer - não o sabemos: sobretudo quando nos esforços de compreensão e nos nossos projectos nos limitamos à Terra, quando não mesmo a uma pequena parte da Terra. Ora, na imensidade do Cosmos esperam-nos perspectivas que não podemos ignorar. Não possuímos ainda nenhum sinal óbvio da existência de inteligências extraterrestres. Deveremos concluir disso que civilizações como a nossa acabam sempre por mergulhar, inevitavelmente, na autodestruição? As fronteiras nacionais são pouco evidentes quando do espaço se observa a Terra: é difícil apoiar entusiasmos fanáticos, sejam eles étnicos, religiosos ou nacionalistas, quando ante nós o nosso planeta surge como um frágil e evanescente crescente azulado, prestes a tornar-se um ponto indescernível no meio do bastião, da cidadela das estrelas. Viajar enriquece os espíritos.
Existem mundos em que a vida nunca surgiu. Existem mundos que foram queimados e reduzidos a ruínas por catástrofes cósmicas. Tivemos sorte: estamos vivos, somos poderosos, temos em mãos o bem estar da nossa civilização e da nossa espécie. Se não formos nós a defender a Terra, quem o fará? Se não nos empenharmos na nossa sobrevivência, quem se empenhará por nós?

A Terra, um ponto azul pálido perdido na imensidão do espaço. A ideia da obtenção desta foto partiu de Carl Sagan. Captada em 1990 pela sonda Voyager 1, a uma de distância de mais de 6 mil milhões de Km de casa, a imagem faz parte de uma sequência de fotografias, com as quais se pretendeu ilustrar o nosso Sistema Solar visto do exterior.
Crédito: NASA/JPL.

domingo, 8 de novembro de 2009

Mais um encontro próximo da Terra com um asteróide

Foi na passada sexta-feira, pelas 21:32 (hora de Lisboa), que o asteróide 2009 VA sobrevoou a superfície terrestre a uma altitude de apenas 14.000 Km, bem no interior da órbita dos satélites geostacionários. Demasiado pequeno para sobreviver ao atrito provocado pela sua deslocação a alta velocidade através da atmosfera terrestre, o pequeno asteróide de 6 metros de diâmetro teria produzido uma espectacular bola de fogo nas camadas superiores da atmosfera, caso tivesse colidido com o nosso planeta.
2009 VA foi descoberto por astrónomos do Catalina Sky Survey, um programa americano de vigilância de NEOs (objectos próximos da Terra), apenas 15 horas antes de atingir o ponto de maior aproximação à Terra!

sábado, 7 de novembro de 2009

Um par de sombras nos anéis de Saturno


Sombras nos anéis de Saturno, numa imagem obtida pela sonda Cassini, a 8 de Setembro de 2009.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

Pouco menos de um mês após o equinócio de Saturno, são ainda longas as sombras projectadas pelas pequenas luas no gigantesco sistema de anéis. Visíveis nesta bela imagem, atravessando o anel B na sua totalidade, encontram-se duas sombras de pequenas luas saturnianas: Jano (ao centro) e Mimas (em baixo). Ao centro distingue-se, ainda, um subtil conjunto de raios: manchas escuras formadas pela dispersão de luz nas partículas de poeira constituintes dos anéis.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A surpreendente geologia de Mercúrio

Imagem a cores de Mercúrio, obtida durante a terceira passagem da sonda MESSENGER pelo planeta, no passado dia 29 de Setembro.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.


Apesar de assombrada por uma falha no sistema informático de bordo, a terceira passagem da sonda MESSENGER pelo planeta Mercúrio proporcionou, ainda assim, uma série de surpreendentes descobertas científicas, que relembram o quão pouco os astrónomos sabem acerca do mais pequeno planeta do Sistema Solar. As descobertas mais mediáticas foram, sem dúvida, as novas estruturas geológicas localizadas na faixa de território observada, pela primeira vez, a 29 de Setembro.

Duas depressões localizadas no hemisfério norte de Mercúrio, na área recentemente cartografada pela sonda MESSENGER durante a sua terceira passagem pelo planeta. As cores foram manipuladas de forma a evidenciar subtis variações de cor, geralmente relacionadas com a composição química das diferentes estruturas geológicas.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

As duas novas depressões visíveis na imagem (acima), foram as que mais entusiasmaram os investigadores da missão. A primeira é uma depressão irregular, envolvida por uma área brilhante, suspeita de ter sofrido intensa actividade vulcânica. A estranha mancha brilhante e a respectiva depressão, vão ser alvo de estudo aprofundado durante a fase operacional da missão.
Situada a sul da primeira depressão, encontra-se uma jovem bacia de impacto com anel duplo, semelhante à bacia Raditladi (uma depressão descoberta na primeira passagem da MESSENGER pelo planeta, a 14 de Janeiro de 2008). Estima-se que, tal como Raditladi, a nova bacia de impacto tenha sido formada à apenas mil milhões de anos (!) - supreendentemente recente em termos geológicos, quando comparada com a esmagadora maioria das bacias de impacto observadas em outros objectos do Sistema Solar. Visível no seu interior, distingue-se uma área mais clara e aparentemente mais jovem que a própria bacia de impacto. Esta área interior parece ter tido origem em fenómenos de natureza vulcânica, constituindo provavelmente o material vulcânico mais recente até agora observado em Mercúrio!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

1 minuto de Astronomia

1 minuto de conversa sobre um tema relacionado com a Astronomia, é o que a RTP nos propõe a partir de amanhã no programa 1 minuto de Astronomia. Cada episódio será apresentado por uma figura conhecida do público português, proveniente dos mundos do teatro, da música ou da televisão.
Não percam. O arranque será já amanhã às 9:27 (hora de Lisboa), na RTP1.