domingo, 27 de fevereiro de 2011

Novas imagens da tempestade de Saturno

O planeta Saturno e a sua tempestade vistos pela Cassini a uma distância aproximada de 2,164 milhões de quilómetros. Composição em cores naturais obtida pela combinação de 3 imagens captadas a 25 de Fevereiro de 2011 pela câmara de grande angular, através de filtros para o vermelho (648 nm), o verde (567 nm) e o azul (460 nm).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

Na semana passada, a sonda Cassini dedicou toda a sua atenção a Saturno e às nuvens que se agitam na sua violenta atmosfera. Apesar de ter centrado as suas câmaras nas latitudes mais a sul do hemisfério norte, a Cassini conseguiu recolher magníficos detalhes da cauda da grande tempestade que se encontra em actividade desde Dezembro passado.

Estrutura intrincada das nuvens que marcam a fronteira entre a cauda da grande tempestade e as regiões mais calmas a sul. Mosaico composto por 7 imagens captadas a 24 de Fevereiro de 2011 pela câmara de ângulo fechado da sonda Cassini, através de um filtro para o infravermelho próximo, banda média de absorção do metano (727 nm). Reparem como o rápido movimento das nuvens dificultou o perfeito alinhamento das imagens no mosaico.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/Sérgio Paulino.

A estrutura principal da tempestade foi fotografada há poucas horas, pelo que deverão estar disponíveis hoje ou amanhã no site da missão novos pormenores deste impressionante fenómeno. Fiquem a aguardar por mais novidades!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

SDO observa monstruosa proeminência solar

O Sol voltou anteontem a exibir a sua fúria. Apesar de modesta em tamanho, a mancha solar 1163 produziu uma violenta explosão (classe M) que arremessou para o espaço uma gigantesca nuvem de plasma. O Solar Dynamics Observatory registou toda a acção neste espectacular vídeo.

A monstruosa proeminência solar do passado dia 24 de Fevereiro de 2011. Animação criada com imagens captadas em luz ultravioleta extrema pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly (AIA) do Solar Dynamics Observatory (canal de 304 Å).
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium.

A erupção ocorreu no extremo oeste do disco solar, pelo que a nuvem de plasma dirigiu-se para longe da Terra.

Marte ao microscópio e a cores

Pequenas esferas de hematite encontradas pelo robot Opportunity em rochas no interior da cratera Victoria, em Marte. Composição em cores naturais resultante da combinação de uma imagem captada pela câmara microscópica com imagens a cores obtidas pela PanCam.
Crédito: NASA/JPL/Cornell/USGS.

Está on-line uma nova e espectacular página no site da equipa científica que processa as imagens das câmaras panorâmicas PanCam dos robots Opportunity e Spirit. Nela vão encontrar versões em cores naturais das imagens microscópicas captadas pelo Microscopic Imager (MI), um dos instrumentos de trabalho que equipa a extremidade do braço robótico de cada um dos robots. Cada imagem tem uma resolução de 30 μm/pixel!
O MI não tem filtros de cor, pelo que para colorir as imagens microscópicas, a equipa tem de as sobrepôr às imagens coloridas da PanCam. É um trabalho que exige perícia, mas que resulta na produção de verdadeiras obras de arte. Explorem a página e confirmem.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Face visível da Lua em alta resolução!

Mosaico da face visível da Lua construído com cerca de 1.300 imagens captadas em Dezembro de 2010 pela câmara de grande angular da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (podem encontrar aqui uma versão anotada, e aqui a versão com melhor resolução).
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

Foram precisas cerca de duas semanas para a Lunar Reconnaissance Orbiter reunir as mais de 1.300 imagens necessárias para construir este espectacular mosaico da face visível da Lua. As imagens foram obtidas pela câmara de grande angular em posição perpendicular à superfície lunar, em sucessivas órbitas da sonda americana, pelo que o ângulo de incidência da luz solar vai mudando de leste para oeste (de 69º até 82º) devido ao movimento de rotação da Lua. O resultado é um retrato em alta resolução que evoca a imagem da Lua cheia, apesar do invulgar ângulo de iluminação.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Alunos portugueses descobrem um novo asteróide

Os protagonistas da descoberta do asteróide 2011 BG16.
Fonte: Portal do Astrónomo.

Alunos da Escola Secundária de Alvide, Concelho de Cascais, descobriram um novo asteróide. O feito resultou da sua participação no programa All-Portugal Asteroid Search Campaign, um projecto direccionado às escolas portuguesas que oferece a oportunidade aos jovens estudantes de estudarem fotografias obtidas por telescópios de todo o mundo em busca de NEOs (objectos com órbitas próximas da órbita da Terra). O objecto foi observado pela primeira vez a 25 de Janeiro de 2011, e foi confirmado posteriormente em observações subsequentes, o que lhe garantiu a designação provisória pelo Minor Planet Center (MPC) de 2011 BG16.
Leiam mais informações sobre esta descoberta aqui.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Stardust NExT: espectacular animação de Tempel 1 e os sons do encontro

Aqui têm mais dois itens resultantes do recente encontro da Stardust com o cometa Tempel 1. O primeiro é esta magnífica animação produzida por Daniel Macháček, um dos membros do fórum Unmanned Spaceflight.com.

O encontro da Stardust com Tempel 1 numa animação construída com software de metamorfose de imagens. A coloração artificial do cometa foi baseada em imagens da missão Deep Impact.
Crédito: NASA/JPL/Cornell U./Daniel Macháček.

O segundo é um invulgar conjunto de dados reunidos pelo Dust Flux Monitor, um instrumento que monitoriza o impacto de partículas de poeira no escudo protector da Stardust.

Dados em tempo real recolhidos pelos sensores de fluoreto de polivinilideno do Dust Flux Monitor, um instrumento da Stardust que detecta as ondas acústicas e os pulsos eléctricos produzidos pelo impacto de pequenas partículas. O vídeo e o áudio representam apenas uma fracção do total de aproximadamente 5.000 impactos observados no encontro com Tempel 1, num período de cerca de 11 minutos.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell/Univ. of Chicago.

Um novo retrato de família do Sistema Solar

O Sistema Solar visto do seu interior numa composição de imagens captadas pela MESSENGER em Novembro passado. A forma curva do mosaico deve-se à inclinação da órbita da sonda relativamente à elíptica.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

Falta menos de um mês para a MESSENGER alcançar a órbita do mais pequeno planeta do Sistema Solar. Quase no fim da sua longa jornada de 6 anos, a sonda da NASA foi programada para reunir num único retrato as imagens dos 8 companheiros do Sol. O resultado foi este magnífico mosaico que ilustra o Sistema Solar visto de uma posição única próxima do seu centro.
A maioria das 34 imagens, incluindo as dos 6 planetas clássicos, foram obtidas no dia 3 de Novembro de 2010. Para captar as imagens de Urano e Neptuno, a MESSENGER teve de esperar cerca de duas semanas, de forma a manter protegidos do intenso brilho do Sol os seus preciosos instrumentos científicos. No entanto, a longa distância que separa a sonda dos dois gigantes gelados não permitiu a sua detecção (a sua posição encontra-se contudo assinalada no retrato). O mesmo já não aconteceu com a Lua e os 4 maiores satélites de Júpiter (Io, Europa, Ganimedes e Calisto). As 5 grandes luas puderem ser detectadas ao lado dos seus companheiros, como podem observar nas imagens em destaque obtidas pela câmara de ângulo fechado da MESSENGER.

Posição dos planetas do Sistema Solar e da sonda MESSENGER a 3 de Novembro de 2010, dia em que foram captadas a maioria das 34 imagens que compõem o novo retrato de família.
Crédito: Emily Lakdawalla.

O retrato é coroado com uma secção da nossa Galáxia, curiosamente, uma região na direcção das constelações de Escorpião e de Sagitário, local onde se situa o centro de gravidade da Via Láctea, o centro em redor do qual orbita o nosso Sistema Solar!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O sopro da AR1158

A explosão solar de classe X do passado dia 15 de Fevereiro de 2011, vista em simultâneo por dois observatórios diferentes. As imagens do disco solar foram captadas em luz ultravioleta extrema pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly (AIA) do Solar Dynamics Observatory (canal de 193 Å), e combinadas com imagens obtidas pelo coronógrafo LASCO do observatório SOHO. Estão representados dados recohidos durante cerca de 11 horas.
Crédito: SDO/AIA consortium/LASCO/SOHO Consortium/NRL/ESA/NASA.

A NASA publicou ontem este belo vídeo da explosão de classe X libertada pela mancha solar 1158 na passada madrugada de terça-feira. O vídeo combina dados recolhidos pelos dois observatórios solares SDO e SOHO.
Como podem observar, o fenómeno deu origem a uma ejecção de massa coronal, que se projectou na direcção da Terra. De acordo com o Space Weather Prediction Center, a nuvem de partículas subatómicas ainda não atingiu a magnetosfera terrestre, pelo que a actividade geomagnética mantém-se em níveis muito baixos. É de esperar, no entanto, a alteração deste cenário nas próximas 24 horas, com a ocorrência de períodos isolados de actividade moderada.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Stardust NExT: imagens impressionantes de Tempel 1!

O núcleo cometário de Tempel 1 numa imagem captada no dia 15 de Fevereiro de 2011 pela sonda Stardust.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell.

Foi um dia muito feliz para a equipa da missão Stardust NExT. A sua velha sonda sobreviveu ao encontro com o cometa Tempel 1, cumprindo com rigor todas as observações científicas programadas. As imagens recolhidas são de uma nitidez inesperada e mostram com clareza a região observada anteriormente pela sonda Deep Impact, incluindo o local de impacto do projéctil de 366 kg.
Segundo o co-investigador da missão Peter Schultz, a equipa conseguiu localizar a cratera formada à cinco anos! As imagens da Stardust desvendaram uma estrutura com um pico central e um diâmetro de 150 metros, uma dimensão correspondente ao que havia sido previsto. A ausência de uma forma circular bem definida denuncia, no entanto, a fragilidade da superfície atingida.

5 anos separam as duas imagens de cima. A da esquerda é um mosaico composto por imagens captadas pela sonda Deep Impact a 04 de Julho de 2005. A da direita mostra a mesma região observada pela sonda Stardust a 15 de Fevereiro de 2011. A orla da cratera de 150 metros de diâmetro formada pelo projéctil da Deep Impact encontra-se na imagem da direita evidenciada pelas setas a amarelo.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/University of Maryland/Cornell.

A Stardust encontrou ainda claros indícios de erosão nas escarpas que ladeiam uma extensa região plana observada pela primeira vez em imagens obtidas pela Deep Impact.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mancha solar 1158 em fúria

Photobucket
Animação composta por 18 imagens captadas pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly (AIA) do Solar Dynamics Observatory (canal de 304 Å), mostrando a forte explosão de classe X libertada esta madrugada pela AR1158.
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium/animação de Sérgio Paulino.

A mancha solar onde no passado Domingo teve origem uma explosão de classe M, produziu esta madrugada uma segunda explosão ainda mais violenta. Pelas 01:56 (hora de Lisboa) a região brilhou intensamente em todo o espectro electromagnético, atingindo uma intensidade de X2 na escala das explosões solares (a maior dos últimos 4 anos).
O fenómeno despoletou uma violenta ejecção de massa coronal, que deverá atingir o campo magnético terrestre dentro de 24 a 48 horas.

Primeiras imagens da Stardust!

O cometa Tempel-1 numa imagem captada pela Stardust no dia 15 de Fevereiro de 2011, pelas 04:35 (hora de Lisboa), a uma distância de 2,28 mil quilómetros.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell.

A Stardust sobrevoou à poucas horas o cometa Tempel-1 a uma distância de 181 km. Aparentemente, a sonda executou todos os procedimentos previstos, incluindo a captação de 72 imagens do núcleo cometário.
Enquanto aguardam por novas notícias, podem acompanhar aqui a publicação sequencial das imagens deste encontro.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Sol liberta violenta explosão na direcção da Terra

Photobucket
O Solar Dynamics Observatory registou ontem pelas 17:38 (hora de Lisboa) uma intensa explosão de radiação em todo o espectro electromagnético. O fenómeno encontra-se ilustrado nesta animação composta por 20 imagens captadas pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly (AIA), através do canal de 304 Å (He II).
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium/animação de Sérgio Paulino.

A mancha solar 1158 produziu ontem uma explosão solar de categoria M6,6 na direcção da Terra, a maior do actual ciclo solar. Por breves momentos, a região brilhou intensamente ao longo de todo o espectro electromagnético!
Apesar de veloz, a ejecção de massa coronal libertada na explosão não é particularmente brilhante, pelo que se aguardam tempestades geomagnéticas apenas nas latitudes mais elevadas. De acordo com o SpaceWeather.com a nuvem de plasma deverá atingir o campo magnético terrestre amanhã.

Photobucket
A AR1158 tem alastrado rapidamente desde o seu aparecimento na passada sexta-feira, como se pode observar nesta animação composta por 76 imagens captadas entres os dias 11 e 14 de Fevereiro de 2011, pelo instrumento Atmospheric Imaging Assembly (AIA) do Solar Dynamics Observatory, banda dos 4500 Å. Neste momento é formada por cerca de uma dúzia de núcleos escuros do tamanho da Terra.
Crédito: SDO(NASA)/AIA consortium/animação de Sérgio Paulino.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Opportunity quase de partida para Endeavour

Vista panorâmica em cor natural sobre a cratera Santa Maria, construída com imagens captadas pela câmara Pancam do robot Opportunity nos dias 18 e 19 Dezembro de 2010 (sóis 2.453 e 2454). É possível observar no horizonte porções do rebordo da cratera Endeavour, a próxima paragem do Opportunity na sua viagem por Meridiani Planum.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Cornell/ASU.

Terminou anteontem a conjunção solar de Marte, um período em que as transmissões rádio entre a Terra e o planeta vermelho são interrompidas pela interposição do Sol. São boas notícias para o robot Opportunity que assim poderá abandonar a cratera Santa Maria, local onde passou os últimos dois meses investigando alguns pontos interessantes em seu redor. O seu próximo destino, o cabo York, um grande rochedo localizado no rebordo da cratera Endeavour, situa-se agora a apenas 6 km de distância!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Stardust NExT: encontro com Tempel 1 no dia de São Valentim

O encontro do dia de São Valentim entre a sonda Stardust e o cometa Tempel 1 serviu de inspiração a esta representação artística de chocolates com a forma dos dois protagonistas.
Crédito: NASA/JPL-Caltech.

Faltam apenas 2 dias para o encontro da Stardust com o cometa Tempel 1! Esta será a segunda oportunidade de observarmos o cometa de perto, depois da visita da Deep Impact em Julho de 2005. A NASA prevê que o encontro ocorra pelas 20:37 PST (04:37 do dia 15 de Fevereiro na hora de Lisboa), a uma distância de apenas 200 km e a uma velocidade relativa de 10,9 km.s-1. Estão planeadas um total de 72 imagens da superfície do núcleo cometário, as melhores atingindo uma resolução de 12 metros/pixel. As primeiras imagens deverão ser tornadas públicas poucas horas depois do encontro, durante a manhã de terça-feira.

O cometa Tempel 1 67 segundos depois do impacto do projéctil lançado pela sonda Deep Impact a 04 de Julho de 2005.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD.

A missão original da Stardust consistia em sobrevoar o cometa Wild-2, obter imagens e outros dados do seu núcleo cometário, recolher amostras de poeira cometária e devolvê-las em segurança à Terra. 5 anos depois de completar com sucesso a sua missão primária, a Stardust vê-se agora envolvida numa nova aventura. Desta vez terá como objectivo principal observar a cratera deixada em Temple 1 pelo impacto do projéctil de 366 kg que foi disparado pela sonda Deep Impact durante o seu encontro com o cometa. Na altura, a inesperada quantidade de poeira lançada no espaço pela colisão, impediu os cientistas de visualizar com clareza o tamanho e a forma da cratera, dados essenciais para a determinação da estrutura interna do núcleo cometário.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mundos tempestuosos

Saturno e a sua mais recente grande tempestade em cores aproximadamente naturais. Composição construída com três imagens captadas a 04 de Fevereiro de 2011 pela câmara de grande angular da sonda Cassini, através de filtros de infravermelho próximo (752 nm), verde (567 nm) e azul (460 nm).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

Continua em grande actividade a monstruosa tempestade que fustiga as latitudes temperadas do hemisfério norte de Saturno desde Dezembro passado. As imagens captadas anteontem pela sonda Cassini mostram claramente um grande turbilhão de nuvens brilhantes formando uma extensa cauda para leste. É ainda possível observar uma segunda região de instabilidade atmosférica ocupando uma faixa a sul da tempestade principal (mais evidente nas bandas infra-vermelhas de absorção do metano).
Antes de voltar as suas câmaras para Saturno, a Cassini obteve também um conjunto de imagens da sua maior lua, a bela e gélida Titã. Estas observações vão permitir aos investigadores da missão monitorizar a presença de nuvens e verificar se a tempestade em forma de seta fotografada em Setembro passado, provocou inundações na superfície da lua, em particular, na região entre o sul de Senkyo e "Okavango".

A beleza da lua Titã em cores aproximadamente naturais. Composição construída com três imagens captadas a 04 de Fevereiro de 2011 pela câmara de ângulo fechado da sonda Cassini, através de filtros de vermelho (650 nm), verde (568 nm) e azul (451 nm).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

Os dois maiores objectos do sistema saturniano voltarão a ser o foco da atenção da Cassini durante toda a orbita 145, que terá início no próximo dia 10 de Fevereiro. Estão planeadas 14 sessões de observação envolvendo o gigante Saturno e sua maior lua, incluindo um encontro com Titã a cerca de 3.600 km de distância.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pequeno asteróide rasou a Terra ao início da noite!

Imagem do pequeno asteróide 2011 CQ1, obtida através de um pequeno telescópio de controlo remoto do Observatório Tzec Maun, no Novo México, EUA.
Crédito: Associazione Friulana di Astronomia e Meteorologia.

Eram 19:40 (hora de Lisboa) quando um asteróide com 2 a 3 metros de diâmetro se aproximou a 11.855 km da superfície terrestre. Oficialmente designado 2011 CQ1, o pequeno objecto foi descoberto hoje de manhã por Richard Kowalski, no âmbito do projecto de detecção de objectos próximos da Terra Catalina Sky Survey. Apesar de ter falhado o nosso planeta, passou no interior da órbita de Clarke, região onde circulam os satélites geostacionários. Caso tivesse atingido a Terra, desintegrar-se-ia, provavelmente, a grande altitude na atmosfera terrestre.

Actualização (5 de Fevereiro): Afinal o pequeno asteróide 2011 CQ1 passou mais próximo do que havia sido estimado. De acordo com a NASA, a pequena rocha com cerca de 3 metros de diâmetro sobrevoou o Oceano Pacífico a apenas 5.480 km de altitude! O encontro foi tão próximo que a gravidade da Terra modificou a trajectória do asteróide em cerca de 60º.

Termina a missão NEOWISE

Retrato de família dos 20 novos cometas descobertos pelo telescópio espacial WISE na sua missão suplementar de 4 meses.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA.

A NASA anunciou no início desta semana o final da missão suplementar NEOWISE do telescópio espacial WISE. Em 4 meses, a missão desvendou um conjunto de objectos anteriormente desconhecidos, incluindo 20 cometas, cerca de 33 mil asteróides na Cintura de Asteróides, e 134 objectos com órbitas próximas da órbita da Terra. A NEOWISE confirmou ainda a presença de objectos já conhecidos, e reuniu dados essenciais para a determinação do tamanho e composição de mais de 150 mil asteróides e mais de 100 cometas.
O telescópio espacial WISE vai agora entrar em modo de hibernação, mantendo-se operacional na sua órbita polar para eventuais novos serviços.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Missão Kepler: descobertos mais de mil candidatos a planetas extra-solares e um novo e bizarro sistema planetário

O campo de visão do observatório Kepler (cerca de 1/400 da área total do céu) com os novos candidatos a planetas extra-solares identificados de acordo com o seu tamanho (vermelho: gigantes gasosos semelhantes a Júpiter; laranja: planetas com tamanhos semelhantes ao de Neptuno; verde: super-Terras; azul: planetas com tamanhos semelhantes ao da Terra).
Crédito: NASA/Wendy Stenzel.

A NASA anunciou ontem a espantosa descoberta de 1.235 candidatos a planetas extra-solares pela missão Kepler. Os novos objectos foram detectados durante os primeiros 4 meses de actividade científica do observatório espacial e, caso se confirme a sua presença, corresponderão a mais do dobro dos exoplanetas até agora descobertos. Entre os novos candidatos contam-se 19 objectos maiores que Júpiter, 165 com tamanhos semelhantes ao do gigante Júpiter, 662 com tamanhos semelhantes ao de Neptuno, 288 super-Terras e 68 com tamanhos aproximados ao da Terra. Curiosamente, dos 54 candidatos que ocupam órbitas na zona habitável das respectivas estrelas, 5 são, provavelmente, planetas telúricos com dimensões semelhantes à da Terra!
As detecções dos novos candidatos foram realizadas através de trânsitos nas estrelas hospedeiras e deverão ser confirmadas no futuro pelo método da velocidade radial. A confirmação dos candidatos com órbitas na zona habitável demorará, no entanto, alguns anos, devido, principalmente, aos longos períodos orbitais e respectivas pequenas massas desses objectos, que arrastarão as técnicas de detecção por velocidade radial ao seu limite.

Gráfico com o sumário dos planetas extra-solares descobertos pela missão Kepler. No eixo dos xx está uma escala logarítmica dos períodos orbitais em dias terrestres. No eixo dos yy está uma escala logarítmica dos tamanhos (1 = diâmetro da Terra). Marcados a roxo estão todos os 91 planetas extra-solares detectados pelo método dos trânsitos, incluindo os 11 situados na área do céu observada pelo Kepler. A azul escuro e a amarelo estão identificados os candidatos a planetas extra-solares detectados pelo Kepler. Os primeiros correspondem aos 312 anunciados em Junho de 2010.
Crédito: NASA/Wendy Stenzel.

De todas as estrelas com candidatos a planetas extra-solares, a equipa identificou 170 com evidências claras de possuirem um sistema planetário múltiplo. Numa das estrelas, foi confirmada a presença de 6 planetas que no conjunto formam um dos mais bizarros sistemas planetários até hoje descobertos. A estrela hospedeira, Kepler-11, situa-se a cerca de 2.000 anos-luz da Terra e é uma estrela de tipo espectral G com cerca de 8 mil milhões de anos de idade (com características físicas semelhantes às do Sol mas mais velha).

Representação artística do sistema planetário de Kepler-11.
Crédito: NASA/Tim Pyle.

A detecção dos 6 novos objectos só foi possível devido ao perfeito alinhamento das respectivas órbitas no mesmo plano, o que permitiu a observação e a medição precisa dos tempos de trânsito pelo Kepler. A confirmação da sua presença foi assegurada não só pelo estudo da velocidade radial de Kepler-11, como também pela forma consistente como a interacção gravitacional dos 6 planetas se reflecte na alteração dos períodos de trânsito. Este último efeito é ampliado pela forma como as órbitas se encontram distribuídas. De facto, o sistema planetário de Kepler-11 é incrivelmente compacto, ocupando um espaço correspondente no Sistema Solar ao interior da órbita de Vénus!

As órbitas dos 6 novos planetas de Kepler-11 comparadas com as órbitas dos dois planetas interiores do Sistema Solar.
Crédito: NASA/Tim Pyle.

A estrutura interna dos 6 planetas é outro dos aspectos interessantes deste sistema. Todos os planetas de Kepler-11 têm tamanhos superiores ao da Terra, e deverão ser uma mistura impressionante de rochas e gases, onde se inclui provavelmente a água. Os materiais rochosos corresponderão, certamente, aos seus principais constituintes, apesar dos gases ocuparem a maior parte dos respectivos volumes.

Comparação dos tamanhos de alguns dos planetas extra-solares descobertos pela missão Kepler, incluindo os novos planetas de Kepler-11, com os tamanhos de Júpiter e da Terra.
Crédito: NASA/Wendy Stenzel.

Os cinco planetas interiores têm massas de 4,1, 13,5, 6,1, 8,4 e 2,3 vezes a massa da Terra, e períodos orbitais inferiores a 50 dias. A massa de Kepler-11g, o planeta mais exterior, não é conhecida com exactidão mas deverá ser inferior a 95% da massa de Júpiter. Consultem esta página para mais informações dos parâmetros físicos e orbitais do sistema.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Cassini visita Encélado, Mimas e a pequena Helena

A Cassini completou anteontem uma fantástica sequência de encontros distantes com algumas das luas de Saturno. O circuito incluiu uma aguardada passagem a pouco mais de 27 mil quilómetros da superfície da pequena lua Helena, uma oportunidade para observar o hemisfério anti-saturniano em condições de iluminação semelhantes às do encontro de Março de 2010. Foram ainda alvo das câmaras da Cassini um distante crescente de Dione, os gêiseres do pólo sul de Encélado e parte do hemisfério a leste de Diyar Planitia, e por fim a lua Mimas, em particular, a cratera Herschel e todo o hemisfério a oeste.
Eis algumas das magníficas imagens recolhidas durante os encontros.

A sonda Cassini encontrava-se a 227.339 km de Encélado quando a 30 de Janeiro de 2011 captou esta imagem em luz visível. A geometria da iluminação da lua permitiu não só o registo de um fino crescente, como também denunciou dois conjuntos de gêiseres na região do pólo sul.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

Os famosos jactos de Encélado em erupção no pólo sul (aqui iluminado pelo brilho de Saturno). Imagem captada pela sonda Cassini a 31 de Janeiro de 2011.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

O hemisfério norte de Encélado em cores aproximadamente naturais. Composição construída com três imagens captadas a 31 de Janeiro de 2010, pela câmara de ângulo fechado da Cassini, através de filtros de infravermelho próximo (752 nm), verde (568 nm) e ultra-violeta (338 nm). Está representada toda a região a nordeste de Haran Sulci, até às grandes crateras Shahrazad e Dunyazad (junto ao terminador). É visível também uma rede de sulcos a oeste de Diyar Planitia, fracamente iluminada pelo brilho de Saturno.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

Três imagens de Mimas captadas pela sonda Cassini durante o encontro distante com a lua a 31 de Janeiro de 2011. A proeminente cratera Herschel surge em duas das imagens (primeiro vista de frente e depois vista de perfil).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/ montagem de Sérgio Paulino.

A lua troiana de Dione Helena numa composição em cores aproximadamente naturais, construída com três imagens captadas a 31 de Janeiro de 2010, pela câmara de ângulo fechado da Cassini, através de filtros de vermelho (650 nm), verde (568 nm) e azul (451 nm). Reparem nas estranhas estrias que adornam a face iluminada da pequena lua. Serão estas estruturas resultantes de derrocadas da fina poeira que cobre Helena?
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.