quarta-feira, 31 de março de 2010

Regresso às estrelas

Avó, uma ilustração de Chase Stone.

Adoro esta imagem: a avó e o seu neto contemplando uma bela orbe azul suspensa no espaço. Será este o planeta Terra ou um distante novo mundo num sistema planetário vizinho? Deixo à vossa interpretação.
Vejam aqui outros magníficos trabalhos de Chase Stone.

domingo, 28 de março de 2010

Escondido na neblina

Tive à já algum tempo a ideia de experimentar a combinação de imagens de Titã captadas pela Cassini em comprimentos de onda que permitissem espreitar além da densa neblina alaranjada. Aqui têm a minha primeira tentativa.

Duas composições a cores de Titã construídas a partir de imagens captadas pela Cassini, a 16 de Fevereiro de 2010, em diferentes comprimentos de onda. Na primeira composição foram usadas imagens captadas através dos fitros de azul (451 nm), de verde (568 nm) e de vermelho (650 nm). Na segunda foram usadas imagens captadas através de dois filtros de infra-vermelho próximo (889 nm e 938 nm) e de um filtro de azul (440 nm). A primeira composição reproduz o aspecto de Titã em cor natural, enquanto que a segunda mostra os contornos da sua superfície em cor falsa.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composições a cores e montagem de Sérgio Paulino.

Invisível aos sistemas de imagem sensíveis à luz visível, a superfície de Titã é desvendada em toda a sua glória nos comprimentos de onda no infravermelho próximo. A composição em cor falsa que aqui vos trago mostra parte da banda escura que contorna a região equatorial da maior lua de Saturno, em particular, Senkyo e Belet, duas grandes planícies cobertas por um material escuro. Acredita-se que estas regiões estiveram em tempos cobertas por grandes extensões de metano e etano líquido. Até hoje, a Cassini confirmou a presença de grandes massas de hidrocarbonatos líquidos apenas nas regiões mais setentrionais.

sábado, 27 de março de 2010

Falcão japonês com regresso assegurado

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Sequência de 39 imagens de Itokawa captadas pela sonda Hayabusa a 27 de Setembro de 2005, mostrando algumas das regiões mais acidentadas do pequeno asteróide de 535 m de comprimento.
Crédito: JAXA/ISAS/processamento e animação de Sérgio Paulino.

Depois de uma longa e acidentada viagem de regresso à Terra, o falcão peregrino japonês Hayabusa encontra-se a pouco mais de três meses de concluir com sucesso a sua missão de retorno de amostras do asteróide Itokawa. Os engenheiros da JAXA conseguiram nos últimos meses alterar progressivamente a trajectória da pequena sonda, de forma a que o encontro com a Terra se realize no lado nocturno, condição essencial para a sobrevivência da cápsula de retorno de amostras. Restam agora apenas algumas pequenas correcções de trajectória, antes da fase final de aproximação ao nosso planeta. Prevê-se a reentrada da cápsula na atmosfera terrestre para o dia 13 de Junho, algures sobre o deserto australiano.
Parabéns, JAXA pelo excelente trabalho!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Noites no OAL

O magnífico edifício do Observatório Astronómico de Lisboa.
Crédito: Sérgio Paulino.

Iniciam-se este fim-de-semana as "Noites no Observatório", uma iniciativa do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) que tem como objectivo principal proporcionar ao público em geral um contacto próximo com a Astronomia e com o riquíssimo património histórico, arquitectural e instrumental, existente no observatório da Tapada da Ajuda. Tive a oportunidade de visitar o OAL no ano passado e digo-vos que vale a pena dispensar umas horas nesta visita. A primeira sessão está prevista para o próximo Sábado, dia 27 de Março, às 20:00. O acesso é livre mas carece de uma inscrição prévia. Para mais informações consultem o site do OAL.

quarta-feira, 24 de março de 2010

"Tenho um maior!"

Leiam esta mensagem da Astropixie. É hilariante! Depois de a ler, não voltei a conseguir olhar para o telescópio XMM-Newton da ESA sem esboçar um sorriso nos lábios.

Representação artística do telescópio de raios X XMM-Newton, lançado para o espaço pela ESA em Dezembro de 1999. Tenho alguma curiosidade em saber o que estaria a pensar o designer quando o desenhou!
Crédito: ESA.

Esta história fez-me recordar um comentário proferido pelo amigo de um amigo meu, enquanto eu lhe mostrava as potencialidades do Galileoscope (ainda é possível fazer encomendas deste pequeno, mas magnífico, telescópio). "Tenho um maior!" - disse ele, com grande orgulho, apesar do telescópio a que se referia ser, manifestamente, apenas um objecto de decoração. Confesso que na altura pensei: "Bem... o mais importante não é o tamanho do instrumento, mas sim o uso que se lhe dá!".

terça-feira, 23 de março de 2010

Viagem pelos flancos de Olympus Mons

Não pude deixar de partilhar convosco esta nova animação de Adrian Lark. Olympus Mons é um enorme vulcão marciano que se eleva cerca de 21 Km acima do planalto de Tharsis, uma extensa região de origem vulcânica localizada a oeste de Valles Marineris. Para mim constitui um dos locais mais fascinantes do Sistema Solar.
A animação mostra-nos uma viagem pelos flancos do gigantesco vulcão, e inclui, não só, informações sobre a altitude e velocidade de voo, como também, um pequeno mapa com a nossa localização. Tal como em outros vídeos criados por Adrian Lark, não existe qualquer exagero vertical na topografia.

As ingremes escarpas dos flancos de Olympus Mons numa animação 3D criada por Adrian Lark (Mars3D.com), a partir de modelos topográficos digitais e imagens da NASA.
Crédito: Adrian Lark (animação)/NASA /JPL/UA(dados topográficos e imagens).

segunda-feira, 22 de março de 2010

UAI aprova nomes para 10 crateras recentemente descobertas em Mercúrio

A União Internacional Astronómica (UAI) aprovou no início deste mês os nomes para 10 novas crateras descobertas em Mercúrio pela sonda MESSENGER nas suas duas últimas passagens pelo planeta. A lista de nomes aprovados inclui:
• Bek - esculptor egípcio Bek (século XIV A. C.);
• Copland - compositor e pianista americano Aaron Copland (1900-1990);
• Debussy - compositor francês Claude Debussy (1862-1918);
• Dominici - escultora e pintora maltesa Suor Maria de Dominici (1645-1703);
• Firdousi - poeta tajique/persa Abulkasim Firdousi (940-1020/30);
• Geddes - criadora de vitrais irlandesa Wilhelmina Geddes (1887-1955);
• Hokusai - pintor e grafista japonês Katsushika Hokusai (1760-1849);
• Kipling - autor inglês Rudyard Kipling (1865-1936);
• Picasso - pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973);
• Steichen - fotógrafo e pintor americano Edward Steichen (1879-1973).

Mosaico da superfície de Mercúrio com os 10 novos nomes aprovados pela UAI.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

Tal como sucede com outros objectos do Sistema Solar, a aprovação de nomes pela UAI, para as estruturas geológicas mercurianas, segue sempre um conjunto de regras bem definidas. No caso das crateras de Mercúrio, a escolha tem sempre de recair em nomes de artistas, músicos, pintores e autores que tenham feito contribuições notáveis ou fundamentais para o seu campo, e que tenham sido reconhecidos como figuras de importância histórica durante mais de 50 anos.

Cratera Picasso, uma cratera com uma estranha depressão em arco descoberta no terceiro encontro da MESSENGER com Mercúrio, a 29 de Setembro de 2009.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

sábado, 20 de março de 2010

Descoberta inesperada nas calotas polares da Antárctida

Lyssianasid amphipod, um pequeno crustáceo num local inesperado.
Crédito: NASA.

Cientistas da NASA em expedição na calota glaciar de Ross, na Antárctida, tiveram um surpreendente encontro com um pequeno crustáceo com 7 cm de comprimento. A pequena criatura foi observada em vídeo a nadar, despreocupadamente, 183 metros abaixo da superfície do gelo, num local situado a mais de 20 Km das águas abertas do Oceano Antárctico! Sabemos tão pouco acerca dos limites de sobrevivência de muitas das espécies vivas do nosso planeta... Que seres magníficos esperarão os futuros exploradores de locais virgens como o lago Vostok, na Antárctida, ou de outros potenciais ecossistemas no Sistema Solar, como os lençóis de gelo marcianos, os profundos mares da lua joviana Europa, ou as bolsas de água líquida pressurizada de Encélado?

sexta-feira, 19 de março de 2010

Equinócio da Primavera

O pôr-do-Sol na lagoa de Óbidos no passado dia 13 de Março de 2010, com as Berlengas como pano de fundo. No dia do equinócio o Sol pôe-se exactamente a oeste.
Crédito: Sérgio Paulino.

É já amanhã, às 17:32 (hora de Lisboa), o equinócio da Privamera. Do ponto de vista astronómico, define-se equinócio como o instante em que o Sol, no seu movimento aparente no céu, cruza o equador celeste. No dia do equinócio, o Sol demora aproximadamente 12 horas a percorrer o céu diurno (a palavra equinócio deriva do latim aequus nox e significa "noite igual ao dia").
A Primavera vai prolongar-se por 92,75 dias até ao próximo Solstício que ocorre no dia 21 de Junho, às 12:28 (hora de Lisboa).

quinta-feira, 18 de março de 2010

Fobos em alta resolução

Foram finalmente disponibilizadas as primeiras imagens captadas durante os recentes encontros próximos da Mars Express com Fobos. E digo-vos... que belas imagens. A sonda europeia conseguiu observar com sucesso grande parte do hemisfério anti-marciano da pequena lua, incluindo a região proposta para a alunagem da sonda russa de retorno de amostras Phobos-Grunt!

A sonda Mars Express captou esta imagem de parte do hemisfério de Fobos mais afastado de Marte no passado dia 7 de Março de 2010. São visíveis na secção em destaque dois dos locais propostos para a alunagem da sonda russa Phobos-Grunt.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).


Fobos é uma lua condenada à destruição. Viaja numa órbita demasiado próxima do planeta vermelho (a 9.378 Km do centro do planeta, e a 5.980 Km acima da sua superfície), o que lhe confere um período orbital significativamente inferior ao período de rotação de Marte. Neste contexto, a força de maré exercida por Marte sobre Fobos gera uma desacelaração contínua da sua translacção, provocando uma aproximação progressiva entre os dois corpos na ordem dos 20 metros por século. Estima-se que a pequena lua atravesse o seu limite de Roche no sistema marciano dentro de 11 milhões de anos, altura em que será fragmentada pela força da maré, formando um anel em redor de Marte, ou continuará numa descida em espiral em direcção à superfície do planeta vermelho.
Dá que pensar o quão dinâmico é o Sistema Solar!

O hemisfério norte de Fobos visto pela Mars Express durante a sua passagem pela pequena lua marciana a 10 de Março de 2010. Visível de perfil, do lado esquerdo da imagem, encontra-se a cratera Stickney, a maior cratera de Fobos. O lado de Fobos mais próximo de Marte está voltado para cima.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).

domingo, 14 de março de 2010

Trânsito de Dione sobre Titã captado pela Cassini

A Cassini encontrava-se a 2,2 milhões de quilómetros de Dione e a 3,5 milhões de quilómetros de Titã, no dia 12 de Março de 2010, quando captou as imagens usadas nesta composição a cores.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/composição a cores de Sérgio Paulino.

Visitei ontem o site da missão Cassini e deparei-me na página das imagens não processadas com um conjunto de imagens de mais um trânsito envolvendo duas das grandes luas de Saturno. Desta vez os protagonistas foram Dione e Titã. Não resisti em tentar reproduzir o cenário observado pela Cassini numa composição a cores construída com imagens captadas momentos antes do início do trânsito de Dione sobre o crescente alaranjado de Titã. Espero que gostem!

sábado, 13 de março de 2010

Encerramento nacional do Ano Internacional da Astronomia

Será já no dia 17 de Março a sessão nacional de encerramento do Ano Internacional da Astronomia 2009. O momento alto da sessão encontra-se reservado ao tão aguardado lançamento da tradução em português de Sidereus Nuncius (Mensageiro das Estrelas), a obra mais emblemática de Galileu Galilei. Quem quiser participar terá apenas de comparecer na Fundação Calouste Gulbenkian, na próxima quarta-feira, pelas 17:30 (ver programa aqui).

Mais um cometa suicida

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Imagens de um recém-descoberto cometa numa aparente descida vertiginosa em direcção ao Sol. A sequência foi captada a 11 e a 12 de Março de 2010, pelo coronógrafo LASCO, um dos 11 instrumentos científicos que se encontram a bordo da SOHO. O objecto brilhante visível à direita é Mercúrio, o mais interior dos planetas do Sistema Solar.
Crédito: LASCO/SOHO Consortium/NRL/ ESA/NASA/animação de Sérgio Paulino.

A SOHO captou ontem imagens de um provável membro da família de cometas suicidas Kreutz. Através do bloqueio do intenso brilho solar com um disco opaco, o coronógrafo LASCO instalado a bordo da sonda, consegue não só monitorizar em permanência a coroa solar, como também observar o encontro do Sol com vários destes objectos. Ao longo de 14 anos de contínua actividade, a SOHO foi responsável pela descoberta de mais de 1.600 cometas rasantes, cerca de 83% dos quais pertencentes à família Kreutz!
Actualização (15 Março): Aparentemente, este cometa fazia parte de um grupo de fragmentos que atingiu o Sol entre a passada quinta-feira e anteontem (ver aqui e aqui).

quarta-feira, 10 de março de 2010

Viagem por Candor Chasma

Imaginem uma viagem no interior duma aeronave sobre Candor Chasma, um dos canhões do gigantesco sistema de vales profundos de Valles Marineris. É precisamente isso que nos oferece esta espectacular animação 3D criada por Adrian Lark. Não existe qualquer exagero vertical na topografia, portanto tudo o que vêem é o mais realista possível. A viagem desenrola-se junto à parede sul de Chandor Chasma em direcção a leste, a uma altitude de cerca de 100 metros e a uma velocidade de 160 Km/h. Pelo caminho podem apreciar algumas das particularidades geológicas deste canhão marciano, como por exemplo, os sistemas dunares e as colinas de rocha erodida.

A parte sudoeste de Candor Chasma numa animação 3D criada por Adrian Lark (Mars3D.com), a partir de modelos topográficos digitais e imagens da NASA.
Crédito: Adrian Lark (animação)/NASA /JPL/UA(dados topográficos e imagens).

segunda-feira, 8 de março de 2010

O encontro da Cassini com a lua Helena

Aguardava com particular curiosidade o encontro da sonda Cassini com Helena da passada quarta-feira, uma vez que era um dos poucos encontros da missão programados para as luas troianas.

São corpos muito interessantes as pequenas luas troianas de Saturno. A sua formação deve-se, provavelmente, à acumulação de poeira e detritos nos pontos de Lagrange L4 e L5 dos sistemas formados por Saturno e pelas grandes luas. Conhecem-se até hoje quatro exemplos: Telesto e Calipso, na órbita de Tétis, e Polideuces e Helena, na órbita de Dione.

Aparentemente, houve um problema com o alinhamento das câmaras da Cassini durante a sua passagem por Helena. A pequena lua aparece fora do enquadramento na maioria das imagens. Seja como for, estas são as melhores imagens de Helena, um pequeno aglomerado de rocha e gelo com pouco mais de 30 quilómetros de diâmetro, onde crateras recobertas de poeira dominam grande parte da paisagem.

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Aproximação da sonda Cassini a Helena no seu encontro com a pequena lua a 3 de Março de 2010. A sombra em forma de anel visível nas imagens é apenas um artefacto resultante da acumulação de poeira no sistema óptico da Cassini.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/animação de Sérgio Paulino.

Montagem de imagens de Helena captadas a 3 de Março de 2010, durante o encontro da Cassini com a pequena lua. Do lado esquerdo, duas imagens do hemisfério mais próximo de Saturno, iluminado pela luz solar reflectida pelo gigante gasoso. Do lado direito, três imagens mostrando a maior parte do hemisfério mais distante.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/montagem de Sérgio Paulino.

O hemisfério de Helena mais distante de Saturno com a atmosfera turbulenta do gigante gasoso como fundo.
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute.

sábado, 6 de março de 2010

Passagem da Mars Express por Fobos foi um sucesso

Animação da passagem da Mars Express por Fobos a 3 de Março de 2010.

Tal como se esperava, a passagem desta semana da sonda europeia Mars Express por Fobos ocorreu sem qualquer sobressalto. A sonda sobrevoou o lado nocturno da pequena lua marciana a 67 Km de distância da sua superfície, recolhendo importantes dados relativos ao seu campo gravitacional e à população de partículas do vento solar existente nas suas imediações. Não foram obtidas quaisquer imagens durante esta aproximação devido, principalmente, à geometria da trajectória (apenas o lado nocturno de Fobos se encontrava acessível às câmaras da Mars Express). Os dados obtidos não deixam, no entanto, de ser de extrema relevância para os cientistas poderem desvendar alguns dos mistérios que rodeiam este objecto enigmático.

Fobos pairando sobre Marte numa imagem captada pela Mars Express a 22 de Janeiro de 2007. A densidade de Fobos é demasiado baixa para um objecto inteiramente sólido. Calcula-se que a pequena lua seja 25 a 35% purosa.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).

A próxima passagem da Mars Express por Fobos será já amanhã, a cerca de 107 Km de altitude, desta vez com um encontro pelo lado diurno e com todos os instrumentos a funcionar em pleno (incluindo a câmara de alta resolução HRSC). As imagens deste encontro só deverão estar disponíveis na galeria de imagens da ESA na próxima quarta-feira.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Bola de fogo ilumina céus magiares

Foi observada uma bola de fogo nos céus do norte da Hungria, no passado dia 28 de Fevereiro, pelas 23:24 (horas locais). O brilhante meteoro foi registado por várias câmaras de vigilância, não só na Hungria, mas também em países vizinhos como a Eslováquia e a Polónia. Vejam em baixo alguns vídeos colocados no YouTube relacionados com este fenómeno.



quinta-feira, 4 de março de 2010

Crie o seu próprio sistema planetário

O simulador My Solar System 2.02, criado pelo grupo PhET Interactive Simulations da Universidade do Colorado.

Experimentem este simulador. É espectacular! Permite-nos construir um sistema planetário e observar a sua evolução ao longo do tempo. Definimos as massas, as velocidades e os pontos de partida dos objectos (até um máximo de 4) e carregamos no botão start. Depois só temos que observar a sua evolução nas respectivas órbitas. Vão descobrir que quantos mais objectos introduzem, mais difícil é obterem órbitas estáveis. Mais cedo ou mais tarde, as interacções gravitacionais entre os objectos vão provocar desvios nas suas órbitas e colisões. Aconselho a começarem primeiro pelas condições pré-definidas para observarem alguns sistemas estáveis. Divirtam-se!

quarta-feira, 3 de março de 2010

A violência da tempestade Xynthia

A tempestade Xynthia num mosaico de imagens obtidas pelo satélite Aqua da NASA a 27 de Fevereiro de 2010.
Crédito: MODIS Rapid Response Team/NASA/GSFC/composição por Michon Scott.

O ciclone extratropical Xynthia lançou o caos e a destruição um pouco por toda a Europa Ocidental durante o passado fim-de-semana. Ventos que chegaram a atingir os 200 Km/h, derrubaram árvores e postes de electricidade à sua passagem, e causaram inundações em regiões costeiras desde o norte de Portugal até à Alemanha. Estão contabilizadas pelo menos 58 vítimas mortais, a maioria na região ocidental de França. Por cá, a tempestade provocou a morte de uma criança de 10 anos em Paredes, devido à queda de uma árvore de grande porte.
A imagem que aqui vos trago foi captada pelo sistema de imagem MODIS instalado no satélite americano Aqua, e regista a enorme extensão de Xynthia no final da manhã de Sábado, no momento em que atingia com a sua máxima força a costa norte de Portugal e o golfo da Biscaia.

Radar da NASA detecta gelo em crateras do pólo norte da Lua

Mapa da CPR (acrónimo inglês de razão de polarização circular) do pólo norte da Lua, obtido pelo radar Mini-SAR da NASA. A vermelho encontram-se identificadas crateras de formação recente (depressões com CPR elevado no interior e em seu redor). As crateras marcadas a verde apresentam uma CPR elevada apenas no interior, em locais permanentemente escondidos da luz solar.
Crédito: NASA.

A NASA anunciou ontem a descoberta de grandes depósitos de gelo no interior de pequenas crateras no pólo norte da Lua. Com base nos dados recolhidos pelo radar de abertura sintetizada Mini-SAR, que viajava a bordo da sonda indiana Chandrayaan-1, cientistas americanos detectaram mais de 40 pequenas crateras com características de dispersão dos pulsos de rádio que indiciam a presença de gelo no seu interior. Estima-se que no total tenham sido identificados pelo menos 600 milhões de metros cúbicos de água! Uau...

terça-feira, 2 de março de 2010

Estranhas estrias nas encostas de Acheron Fossae

Prováveis deslizamentos de areia numa das encostas de Acheron Fossae, em Marte.
Crédito: NASA/JPL/University of Arizona.

Nos seus quase 4 anos de missão, a sonda americana Mars Reconnaissance Orbiter não se tem limitado apenas a produzir ciência. Muitas das imagens enviadas para a Terra são verdadeiras obras de arte. Prova disso é esta imagem recentemente publicada no site dedicado à sua câmara de alta resolução HiRISE. Captada em Dezembro de 2006, a imagem mostra um conjunto de estrias escuras e claras numa das encostas de Acheron Fossae, uma fractura situada a cerca de 1.000 Km a norte de Olympus Mons. Ninguém sabe ao certo como se formou o pitoresco padrão. O deslizamento de areia fina ao longo das encostas e consequente exposição de material subjacente mais escuro tem sido apontado como um dos mecanismos de formação mais prováveis. As estrias mais claras poderão corresponder a deslizamentos mais antigos, aclarados pela deposição de poeira fina na sua superfície. Algumas das estrias parecem contornar obstáculos como, por exemplo, grandes rochedos ou pilhas de material rochoso. A maioria aparenta, no entanto, não possuir as correspondentes acumulações de material a jusante.
Por falar em Marte... A sonda europeia Mars Express, outra das três sondas ainda em missão no planeta vermelho, encontra-se neste momento a meio de uma série de 12 passagens rasantes pela lua Fobos. A passagem mais próxima será já amanhã, a apenas 50 Km (afinal, ligeiros ajustes na trajectória da sonda aumentaram este valor para 67 Km) da superfície da pequena lua! Espero em breve ter notícias e belas imagens desta série de voos.