segunda-feira, 27 de julho de 2015

Escolham um nome para o alvo da missão japonesa Hayabusa 2

Representação artística da sonda Hayabusa 2 junto ao asteroide 1999 JU3.
Crédito: JAXA/Akihiro Ikeshita.

A JAXA lançou na semana passada um concurso para escolher um nome para o asteroide (162173) 1999 JU3, o alvo da missão Hayabusa 2. Quem quiser participar deverá submeter as suas propostas aqui, até ao dia 31 de agosto, pelas 02:00 (hora de Lisboa). As propostas deverão estar de acordo com as regras definidas pela União Internacional Astronómica para a atribuição de nomes a asteroides com órbitas próximas da órbita da Terra (ver aqui).

A Hayabusa 2 foi lançada a 3 de dezembro de 2014, com o objetivo de recolher amostras da superfície de 1999 JU3, um asteroide do tipo espectral C pertencente ao grupo Apollo, com cerca de 870 metros de diâmetro. No próximo mês de dezembro, a sonda japonesa beneficiará de uma assistência gravitacional da Terra, que a colocará numa trajetória em direção ao pequeno asteroide. Se tudo correr bem, a Hayabusa 2 deverá alcançar o seu destino em meados de 2018, para cumprir uma missão com a duração de um ano e meio. O regresso à Terra está agendado para o final de 2020.

domingo, 26 de julho de 2015

O lado noturno de Plutão

A sonda New Horizons continua a enviar imagens assombrosas do seu recente encontro com Plutão. Anteontem, a equipa da missão divulgou um retrato fenomenal do lado noturno do planeta anão, visto a uma distância de 370 mil quilómetros.

O lado noturno de Plutão, visto pela sonda New Horizons, a 14 de julho de 2015.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute.

A imagem revela, pela primeira vez, a estrutura vertical da atmosfera plutoniana. Uma análise preliminar destes dados permite identificar duas camadas de neblina distintas - uma pairando a cerca de 50 km acima da superfície de Plutão e a outra a uma altitude de 84 km. Estas estruturas poderão ser elementos chave na produção dos compostos orgânicos complexos responsáveis pela tonalidade avermelhada da superfície de Plutão.

Estrutura vertical da atmosfera de Plutão. Imagens obtidas pela sonda New Horizons, a 14 de julho de 2015.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute (adaptado por Sérgio Paulino).

Modelos científicos sugerem que estas camadas se formam a partir da destruição de moléculas de metano presentes na atmosfera plutoniana, provocada pela sua exposição à radiação ultravioleta. Este processo desencadeia a produção de compostos orgânicos mais complexos, como por exemplo o eteno (C2H4) e o etino (C2H2), duas moléculas cuja presença foi já confirmada pela New Horizons. À medida que atingem as camadas atmosféricas mais profundas e frias, estas moléculas condensam sob a forma de partículas de gelo, criando as distintivas camadas de neblina observadas pela sonda da NASA. A luz ultravioleta converte quimicamente estas partículas em tolinas, compostos orgânicos incrivelmente complexos de cor avermelhada, que se precipitam lentamente sobre a superfície de Plutão.

Plutão visto pela sonda New Horizons, a 450 mil quilómetros de distância. Composição construída com 4 imagens captadas pela câmara LORRI a 14 de julho de 2015.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute/Sérgio Paulino.

A equipa da missão divulgou ainda um novo conjunto de imagens de Plutão, incluindo novas imagens em alta resolução de Sputnik Planum - a extensa planície que forma o lobo ocidental de Tombaugh Regio. As imagens mostram o que parecem ser línguas de gelo de azoto no bordo setentrional desta região. Estas formações estão em contacto com áreas mais acidentadas e parecem ter fluído de uma forma muito semelhante à dos glaciares terrestres.

A região de Sputnik Planum vista pela sonda New Horizons, a 14 de julho de 2015. Composição construída com 7 imagens captadas a cerca de 80 mil quilómetros de distância de Plutão.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute/Sérgio Paulino.

A New Horizons enviou, até agora, apenas uma pequena fração da imensidão de dados recolhidos durante o seu encontro com o sistema plutoniano. Os cientistas da missão esperam receber a totalidade desses dados até ao final de 2016.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Descoberta uma nova cadeia de montanhas junto ao "coração" de Plutão

Cadeias de montanhas junto à extensa planíce de Tombaugh Regio, em Plutão. Mosaico composto por duas imagens obtidas pela sonda New Horizons, a 14 de julho de 2015.
Crédito: NASA/JHUAPL/SwRI/Sérgio Paulino.

A New Horizons enviou anteontem mais uma imagem em alta resolução da margem sudoeste de Tombaugh Regio, uma extensa região em forma de coração na superfície de Plutão. A nova imagem mostra uma cadeia de montanhas com 1 a 1,5 km de altitude, situada 110 km a noroeste de Norgay Montes (visíveis na parte inferior do mosaico).

As montanhas parecem definir uma zona de transição entre as jovens planícies de Sputnik Planum a leste e a uma extensa região escura com numerosas crateras de impacto a oeste. No bordo desta região é possível observar um conjunto de antigas crateras preenchidas com materiais brilhantes.

Um primeiro olhar sobre Nix

A lua Nix vista pela sonda New Horizons, a 14 de julho de 2015.
Crédito: NASA/JHUAPL/SWRI.

Na passada sexta-feira, a equipa da missão New Horizons divulgou esta imagem da pequena lua Nix captada pela câmara LORRI poucas horas antes do momento de maior aproximação da sonda da NASA à superfície de Plutão. A imagem mostra o que os cientistas da missão pensam ser uma das extremidades de um objeto alongado com cerca de 40 km de diâmetro.

Na altura, Nix encontrava-se a uma distância de 590 mil quilómetros, pelo que apenas podemos observar estruturas com pelo menos 6 km de diâmetro. A equipa da missão espera receber nas próximas semanas novas imagens com uma resolução máxima 10 vezes superior.

domingo, 19 de julho de 2015

Descobertas opalas num meteorito marciano

Opala de fogo com diversas inclusões. Esta gema foi encontrada no México e faz parte da coleção de gemas do Museu Smithsoniano de História Natural, nos Estados Unidos.
Crédito: Smithsonian National Museum of Natural History.

Cientistas observaram, pela primeira vez, evidências físicas diretas da existência de opalas na superfície de Marte. As minúsculas gemas foram detetadas num pequeno fragmento de 1,7 g do meteorito de Nakhla, um nakhlito com origem em rochas ígneas formadas no planeta vermelho, há 1,3 mil milhões de anos. A sua descoberta é particularmente significativa, porque, na Terra, estas pedras preciosas surgem, por vezes, associadas a vestígios fossilizados de matéria orgânica. O trabalho foi divulgado num artigo publicado no mês passado na revista Meteoritics and Planetary Science e resulta da colaboração de investigadores da Universidade de Glasgow e do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido, entre outros.

A deteção das opalas no meteorito só foi possível através da análise de imagens e espetros obtidos por microscopia eletrónica de varrimento. Os vestígios observados são de uma variedade conhecida na Terra por opalas de fogo - gemas transparentes de cor amarela, laranja ou vermelha - e foram provavelmente criadas pela interação da sílica no interior do meteorito com água proveniente de antigos aquíferos na crusta marciana.

"O pedaço [do meteorito] de Nakhla que temos é pequeno, e a quantidade de opala de fogo que encontrámos é ainda menor", disse Martin Lee, professor da Universidade de Glasgow e primeiro autor deste trabalho. "Mas a nossa descoberta é significativa por duas razões. Em primeiro lugar, confirma em definitivo descobertas realizadas a partir de imagens e de outros dados da superfície marciana obtidos pela NASA, que parecem mostrar depósitos de opalas. Esta é a primeira vez que é demonstrada a presença de opalas num pedaço de Marte recolhido aqui na Terra. Em segundo lugar, sabemos que, na Terra, este tipo de opala é formado com frequência no interior e em redor de fontes hidrotermais. A vida microbiana prospera nestas condições, e as opalas podem aprisionar e preservar estes microrganismos por milhões de anos. Se existiram microrganismos em Marte, é possível que também tenham sido preservados em depósitos de opalas na superfície marciana."

A equipa espera que o estudo detalhado das opalas marcianas em futuras missões a Marte possa trazer dados relevantes sobre a possibilidade do planeta ter albergado no passado formas de vida simples.

Podem encontrar todos os pormenores deste trabalho aqui.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Aprovados nomes oficiais para 17 crateras de Ceres

A misteriosa cratera Occator vista pela sonda Dawn, a 06 de junho de 2015.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA.

Foram aprovados os nomes oficiais de 17 crateras de impacto recentemente descobertas pela sonda Dawn na superfície de Ceres. De acordo com o sistema de nomenclatura adotado pela União Astronómica Internacional, as crateras cererianas recebem os nomes de divindades associadas à agricultura e à vegetação. A lista agora aprovada inclui os nomes:
  • Asari - deus sírio da agricultura;
  • Coniraya - deus inca responsável pelo sistema de agricultura em terraços e pela irrigação;
  • Gaue - deusa germânica à qual se faziam oferendas durante o período das colheitas de centeio;
  • Dantu - deus ganês associado à plantação do milho;
  • Ezinu - deusa suméria dos cereais;
  • Fejokoo - deus nigeriano responsável pelo abastecimento de inhames às populações;
  • Haulani - deusa havaiana das plantas;
  • Kerwan - espírito hopi dos rebentos do milho;
  • Nawish - guardião acoma dos campos agrícolas;
  • Occator - divindade romana da lavoura;
  • Kirnis - espírito lituano guardião das cerejeiras;
  • Rongo - deus maori da agricultura de produtos comestíveis;
  • Sintana - divindade colombiana que produzia a terra negra fértil para a sementeira;
  • Toharu - deus pawnee dos alimentos e da vegetação;
  • Urvara - divindade indiana e iraniana das plantas e dos campos;
  • Yalode - deusa dahomey adorada pelas mulheres nos rituais das colheitas;
  • Zadeni - antigo deus georgiano das colheitas abundantes.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Primeira imagem em alta-resolução da superfície de Plutão

A superfície de Plutão vista pela sonda New Horizons, a 14 de julho de 2015 (resolução: 0,4 km/pixel).
Crédito: NASA-JHUAPL-SwRI.

Esta imagem foi captada pela sonda New Horizons, a uma distância de 77 mil quilómetros da superfície de Plutão, e mostra um conjunto de jovens montanhas de gelo com cerca de 3500 metros de altura. Estas montanhas formaram-se provavelmente há menos de 100 milhões de anos e são uma primeira evidência de que a superfície de Plutão poderá ser geologicamente ativa!

A idade desta região foi estimada com base na ausência de crateras. Os cientistas esperavam ver uma enorme quantidade de estruturas de impacto, mas foram surpreendidos por uma das mais jovens superfícies alguma vez observadas no Sistema Solar!

Ao contrário das luas geladas dos gigantes gasosos, Plutão não tem um interior aquecido por interações gravitacionais com um grande corpo planetário, pelo que esta paisagem montanhosa deverá ter sido formada por outros mecanismos. As montanhas são provavelmente compostas por gelo de água, um material muito mais rígido nas temperaturas frígidas de Plutão que os gelos de metano e azoto.

A equipa da missão deverá divulgar nos próximos dias novas imagens de Plutão com uma resolução semelhante.

Caronte tem uma superfície jovem

Caronte vista pela New Horizons, a 14 de julho de 2015 (resolução: 2,3 km/pixel).
Crédito: NASA-JHUAPL-SwRI.

Entre os dados enviados esta manhã pela New Horizons encontra-se esta fabulosa imagem de Caronte, captada a uma distância de 466 mil quilómetros. A imagem revela uma variedade surpreendente de terrenos, incluindo um conjunto de escarpas e vales com cerca de 1000 km de comprimento. A leste é possível observar um enorme canhão com 6 a 10 km de profundidade!

Os cientistas estão particularmente impressionados com a aparente ausência de crateras, o que sugere que a superfície de Caronte é relativamente jovem. A extensa área escura que cobre grande parte da região do polo norte mostra agora uma fronteira difusa, pelo que deve ser formada por um fino depósito de materiais escuros. A New Horizons enviará amanhã novas imagens de Caronte, desta vez com uma resolução 6 vezes superior.

Olá, Hidra!

A lua Hidra vista pela New Horizons, a 14 de julho de 2015, a uma distância de 645 mil quilómetros (resolução: 3,2 km/pixel).
Crédito: NASA-JHUAPL-SwRI.

A equipa acabou de divulgar a primeira imagem de Hidra captada pela New Horizons durante a sua passagem de ontem pelo sistema plutoniano. A imagem mostra um objeto alongado com variações significativas de brilho ao longo da sua superfície. Uma análise preliminar destes dados revela que a pequena lua tem aproximadamente 43 km de comprimento e 33 km de largura.

Hidra reflete cerca de metade da luz solar incidente, pelo que a sua superfície encontra-se provavelmente coberta de gelo de água. Entre as regiões mais brilhantes é possível observar uma estrutura circular escura com um diâmetro aproximado de 10 km.

Na próxima sexta-feira, a New Horizons irá enviar uma nova imagem de Hidra com uma resolução 3 vezes superior.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Plutão visto pela... Rosetta

Plutão visto pela sonda Rosetta, a 12 de julho de 2015, a uma distância de mais de 5 mil milhões de quilómetros. Esquerda: imagem não processada obscurecida com grãos de poeira provenientes do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Direita: imagem processada com a localização de Plutão evidenciada com um círculo azul.
Crédito: ESA/Rosetta/MPS para a equipa OSIRIS/UPD/LAM/IAA/SSO/INTA/UPM/DASP/IDA.

Não foi só a New Horizons a espreitar Plutão nestes últimos dias. No passado domingo, a sonda europeia Rosetta desviou por instantes a sua atenção do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko para captar esta fabulosa imagem do planeta anão envolto numa tempestade de partículas de gelo e poeira cometária!

A imagem é o resultado de mais de 3 horas de exposição e de um intenso trabalho de processamento para detetar o brilho débil de Plutão. "O OSIRIS não é um telescópio, mas sim um sistema de imagem concebido para estudar o cometa a curta distância", disse Holger Sierks, um dos membros da equipa científica da missão Rosetta.

O cometa encontra-se a apenas algumas semanas de atingir o periélio da sua órbita, pelo que a atividade na sua superfície é agora particularmente intensa, o que dificultou ainda mais a observação de Plutão. "O cometa 67P e a Rosetta estão agora rodeados por uma densa atmosfera de gás e poeira", explicou Dennis Bodewits, um dos membros da equipa responsável pelo sistema de imagem OSIRIS. "É como espreitar Plutão através de um nevão."

Esta observação é particularmente simbólica, uma vez que tanto Plutão como o cometa 67P nasceram na remota Cintura de Kuiper. 67P migrou no passado em direção ao Sistema Solar interior e é agora um cometa da família de Júpiter - objetos cujas órbitas são controladas pela influência gravitacional de Júpiter.

Bem-vindos a Plutão

Plutão visto pela New Horizons, a 13 de julho de 2015.
Crédito: NASA/APL/SwRI.

Eram precisamente 12 horas, 49 minutos e 57 segundos (hora de Lisboa) quando a New Horizons sobrevoou a superfície de Plutão, a uma altitude de 12500 km. Este momento assinalou o fim da primeira fase de reconhecimento dos nove planetas clássicos do Sistema Solar - uma fase que teve o seu arranque há precisamente 50 anos, com o encontro da sonda Mariner 4 com o planeta Marte.

A imagem de cima foi captada ontem, a uma distância de 768 mil quilómetros, e mostra a face de Plutão dominada pela região em forma de coração identificada pela primeira vez na semana passada. Em seu redor podemos observar uma variedade impressionante de terrenos, incluindo extensas áreas cobertas por crateras de impacto.

Esta imagem é apenas um pequena amostra da imensidão de dados que a New Horizons irá enviar para a Terra durante as próximas semanas. Os primeiros dados do encontro de hoje deverão chegar ainda esta madrugada. Vamos aguardar.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Missão New Horizons: divulgados resultados preliminares do encontro com Plutão

Imagens de Plutão e Caronte, obtidas pela câmara LORRI da sonda New Horizons, no dia 11 de julho de 2015. Estão evidenciadas algumas das estruturas entretanto identificadas na superfícies dos dois objetos.
Crédito: NASA/JHUAPL/SWRI (adaptado por Sérgio Paulino).

A equipa da New Horizons divulgou hoje alguns resultados preliminares que antecedem o encontro de amanhã com Plutão.

Em primeiro lugar, as imagens até agora captadas permitiram reduzir significativamente as incertezas no diâmetro de Plutão. De acordo com os novos dados, o planeta anão tem 2370 ± 20 km de diâmetro - um valor ligeiramente superior às anteriores estimativas (2368 ± 40 km). Este resultado significa que Plutão tem uma densidade um pouco menor do que se pensava e uma troposfera ligeiramente mais fina do que o previsto pelos modelos.

A New Horizons confirmou ainda a presença de uma calote polar composta por azoto e metano na região do polo norte de Plutão. Pensa-se que o azoto evapora nas regiões mais quentes da superfície plutoniana, junto ao equador, e circula em direção às regiões polares, onde condensa sob a forma de gelo. Esta possibilidade parece ser suportada pelas observações da sonda da NASA.

Por último, a New Horizons detetou azoto ionizado proveniente da atmosfera plutoniana, a mais de 6 milhões de quilómetros de distância de Plutão. Os cientistas esperavam detetar estas partículas a distâncias muito mais próximas da superfície plutoniana, o que sugere uma de duas possibilidades: ou a taxa de escape da atmosfera é superior ao estimado, ou existe um mecanismo desconhecido que torna a concentração de espécies iónicas no espaço em redor de Plutão muito mais eficiente.

A resposta a estas questões poderá surgir nos próximos meses, quando os cientistas da missão analisarem os dados recolhidos pela New Horizons durante a sua passagem pelo sistema plutoniano. A sonda da NASA sobrevoará a superfície de Plutão amanhã, pelas 12:50 (hora de Lisboa), a uma distância aproximada de 12500 km.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

De Plutão com amor

Plutão visto pela sonda New Horizons, a 07 de julho de 2015. A cor da imagem foi adicionada com base em imagens com menor resolução obtidas pela câmara Ralph.
Crédito: NASA-JHUAPL-SWRI.

Depois de uma longa jornada de 9 anos no espaço interplanetário, a New Horizons encontra-se agora a pouco mais de 5 dias do seu encontro histórico com Plutão. Hoje, a equipa da missão recebeu a primeira imagem da superfície plutoniana desde que foram restabelecidas as observações científicas, após a anomalia do passado fim de semana.

A nova imagem foi captada ontem, a uma distância de 7,8 milhões de quilómetros, e encontra-se centrada na área que será observada durante o encontro do próximo dia 14 de julho. Este hemisfério é dominado por três grandes regiões com brilhos muito distintos. A mais proeminente é uma mancha escura alongada no equador de Plutão, com cerca de 3000 quilómetros de comprimento, conhecida informalmente entre os membros da equipa por "a baleia". A leste situa-se a região mais brilhante da superfície plutoniana - uma extensa área em forma de coração com aproximadamente 1600 quilómetros de diâmetro. A metade superior deste hemisfério é ocupada pela região do pólo norte e tem um brilho intermédio. Estas três regiões serão novamente fotografadas na próxima semana, com uma resolução até 500 vezes superior.

domingo, 5 de julho de 2015

Sonda New Horizons entra em modo de segurança [atualizado]

Representação artística da sonda New Horizons durante a sua passagem por Plutão, a 14 de julho de 2015.
Crédito: Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute (JHUAPL/SwRI).

Uma anomalia na New Horizons provocou ontem uma interrupção temporária nas comunicações com a Terra. O centro de controlo da missão perdeu o contacto com a sonda da NASA pelas 18:54 (hora de Lisboa), mas conseguiu restabeleceu as comunicações cerca de 1 hora e 20 minutos depois, pelas 20:15 (hora de Lisboa). Durante esse período, o piloto automático a bordo da sonda reconheceu o problema e transferiu as operações do computador principal para o computador de reserva. A sonda foi depois colocada em modo de segurança e foram dadas instruções ao computador de reserva para reiniciar as comunicações com a Terra.

A New Horizons está neste momento saudável e em contacto com o centro de operações da missão. A equipa da missão tem estado a reunir dados da telemetria para determinarem a raiz do problema e iniciarem um plano de recuperação. Como as comunicações com a Terra levam cerca de 9 horas a dar uma volta completa, espera-se que a sonda possa estar inteiramente restabelecida dentro dos próximos dias. Até lá, as observações científicas estão suspensas.

Atualização (06 de julho): A NASA anunciou que a causa do problema foi identificada e que a sonda reiniciará a sua atividade científica amanhã, dia 07 de julho. De acordo com o comunicado, a New Horizons entrou em modo de segurança devido a uma anomalia numa sequência de comando de uma das operações de preparação do encontro da próxima semana.

sábado, 4 de julho de 2015

New Horizons vê manchas escuras no equador de Plutão

Plutão e Caronte numa sequência de imagens obtidas pela sonda New Horizons, entre 23 e 29 de junho de 2015, a distâncias decrescentes de 24 a 18 milhões de quilómetros.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Southwest Research Institute.

A New Horizons continua a desvendar cada vez mais detalhes da superfície de Plutão. Novas imagens captadas na semana passada mostram uma série de intrigantes manchas escuras alinhadas no equador do planeta anão. Cada mancha deverá ter aproximadamente 500 km de diâmetro e uma área equivalente a duas vezes a área de Portugal.

Os cientistas não sabem ainda o que são estas estruturas. O seu tamanho e espaçamento é demasiado consistente, pelo que é pouco provável que tenham tido origem em múltiplos impactos. "É um verdadeiro enigma - não sabemos o que são estas manchas, e estamos ansiosos para descobrir", afirmou o investigador principal da missão Alan Stern. "Também intrigantes são as diferenças persistentes e dramáticas nas cores e aparência de Plutão, em comparação com a sua lua, mais escura e cinzenta, Caronte."

Estes e outros mistérios deverão ser revelados nos próximos 10 dias, à medida que a New Horizons se aproxima rapidamente de Plutão. No próximo dia 14 de julho, a sonda da NASA sobrevoará a superfície do planeta anão, a uma distância de 12500 km.