quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Gesso em Yellowknife Bay?

Yellowknife Bay mostrou ser uma agradável surpresa! Anteontem, a equipa científica da missão Curiosity deu a conhecer os resultados das primeiras observações realizadas em algumas das rochas encontradas no local. Toda a área explorada no interior da depressão pelas câmaras do robot da NASA exibe uma diversidade impressionante de rochas sedimentares, cuja a morfologia sugere terem sido depositadas e, posteriormente, transformadas por água líquida.

Rota seguida pelo robot Curiosity até Yellowknife Bay, em Glenelg.
Crédito: NASA/JPL/UA/Phil Stooke.

Muitas das rochas observadas pelo Curiosity apresentam fracturas preenchidas por um curioso material esbranquiçado. Análises preliminares realizadas pela ChemCam revelam a presença neste material de elevados níveis de cálcio, sulfato e hidrogénio, o que sugere que estes veios contêm cristais de sulfato de cálcio hidratado (provavelmente gesso). Na Terra, a formação de veios com características semelhantes requer a circulação de fluídos aquosos em fracturas num leito rochoso a temperaturas baixas a moderadas.

Veio mineral esbranquiçado numa rocha em Yellowknife Bay. Composição construída com imagens obtidas pela MAHLI a 15 de Janeiro de 2013.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Malin Space Science Systems/composição de Sérgio Paulino.

Análises espectrais realizadas pela ChemCam aos veios esbranquiçados das rochas Crest (a vermelho), a 13 de Dezembro de 2012 (sol 125), e Rapitan (a azul), a 23 de Dezembro de 2012 (sol 135). São mostrados para comparação os espectros obtidos numa típica rocha basáltica.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/LANL/CNES/IRAP/LPGNantes/CNRS.

A equipa da missão vai agora enviar o Curiosity até a uma rocha lisa com vários veios esbranquiçados expostos na sua superfície. Denominada John Klein, a rocha foi escolhida como alvo para os primeiros testes de perfuração com a broca existente na extremidade do seu braço robótico.

Rocha John Klein num mosaico de imagens obtidas pela MastCam a 10 de Janeiro de 2013 (sol 153 da missão). Estão destacadas algumas estruturas interessantes: veios (A), uma descontinuidade horizontal a centímetros da superfície (B) e um buraco na areia provavelmente associado a uma fractura (C).
Crédito: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

As amostras recolhidas após as perfurações serão, posteriormente, ingeridas pelo robot e analisadas pelos instrumentos CheMin e SAM para caracterização da sua mineralogia e composição química. A viagem até sopé do monte Sharp deverá ser retomada em meados de Fevereiro, após estarem concluídos todos os trabalhos em John Klein.

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