quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Astrónomos testemunham colisão entre objetos da Cintura de Asteroides

Imagens obtidas pelo telescópio Subaru a 17 de março de 2015, mostrando o asteroide 493 Griseldis. Nos primeiros 3 painéis podemos ver o asteroide movendo-se da esquerda para a direita. O 4º painel resulta da combinação das 3 primeiras imagens, depois de suprimido o brilho da galáxia que interfere com a cauda do asteroide na primeira imagem.
Crédito: David Tholen, Scott Sheppard e Chad Trujillo.

Astrónomos testemunharam o que aparenta ter sido uma colisão entre objetos da Cintura de Asteroides. Imagens captadas no passado dia 17 de março, pelo telescópio Subaru de 8,2 metros, em Mauna Kea, no Hawai'i, mostram uma pequena cauda partindo do asteroide 493 Griseldis, um objeto rochoso do tipo espetral P com cerca de 46 km de diâmetro e um período orbital de 5,5 anos. Esta estrutura não é visível em imagens de arquivo captadas em 2010 e 2012 e manteve-se aparentemente ativa apenas durante um período muito curto.

Contrariamente às caudas dos cometas, que se estendem na direção oposta à do Sol devido à ação do vento solar e da pressão da radiação solar, a cauda de Griseldis não apontava numa direção antisolar. Observações adicionais realizadas 4 noites depois, através do telescópio Magellan de 6,5 metros, no Chile, confirmaram a presença de uma estrutura débil pairando sobre o asteroide, embora com uma intensidade claramente mais fraca. Contudo, imagens subsequentes, captadas a 24 de março, revelaram que a cauda tinha desaparecido completamente, não voltando a ser vista posteriormente, a 18 de abril e a 21 de maio. Como o fenómeno foi transitório, os investigadores concluíram que as observações são consistentes com a ocorrência de um impacto na superfície de Griseldis.

A Cintura de Asteroide contém pouco mais de 200 objetos com diâmetros superiores a 100 km, no entanto, os cientistas estimam que possam existir nesta região entre 750 mil a quase 2 milhões de asteroides com mais de 1 km de diâmetro. Apesar dos números, a distância média entre estes objetos é 10 vezes superior à distância que separa a Lua da Terra, pelo que estes fenómenos são relativamente raros.

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