sexta-feira, 16 de maio de 2014

Grande Mancha Vermelha de Júpiter está cada vez mais pequena

Comparação de imagens da Grande Mancha Vermelha obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble em 1995, 2009 e 2014. Em cerca de 10 anos, a mancha diminui o seu comprimento de aproximadamente 21 mil para pouco mais de 16,5 mil quilómetros.
Crédito: NASA/ESA/A. Simon (Goddard Space Flight Center).

É verdade. Uma das mais icónicas estruturas do Sistema Solar está mesmo a encolher. Imagens obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble no passado mês de Abril revelam que a Grande Mancha Vermelha (GMV) de Júpiter está agora mais pequena que nunca.

Gravuras e fotografias do final do século XIX sugerem que a GMV era na época uma estrutura elíptica com cerca de 41 mil quilómetros de comprimento - o equivalente a três vezes o diâmetro da Terra! 100 anos depois, as sondas Voyager revelaram que a mancha tinha encolhido significativamente, medindo apenas 23335 quilómetros no seu eixo maior. As novas observações do Hubble confirmam a tendência.

"Observações recentemente realizadas pelo Telescópio Espacial Hubble confirmam que a mancha tem agora menos de 16500 quilómetros de diâmetro - o menor tamanho que alguma vez medimos", explica Amy Simon do Centro de Voo Espacial Goddard, nos Estados Unidos.

Astrónomos amadores tinham já notado uma intensificação na diminuição da área da GMV nos últimos dois anos. Aparentemente, a mancha está agora a encolher no seu comprimento a uma taxa de quase 1000 quilómetros por ano. A causa para esta contração é ainda desconhecida.

"É evidente nas nossas novas observações que a tempestade está a alimentar redemoinhos muito pequenos" disse Simon. "Supomos que estes [redemoinhos] poderão ser os responsáveis pela aceleração das mudanças, ao alterarem a dinâmica interna da GMV."

A GMV é uma gigantesca tempestade anticiclónica localizada cerca de 22º a sul do equador de Júpiter. Dados recentemente obtidos mostram que, nos últimos anos, a tempestade encurtou o seu período de rotação de mais de 6 dias para apenas 4,5. Estes resultados sugerem que a GMV tem estado a conservar momento angular aumentando a sua velocidade de rotação. A equipa liderada por Simon planeia estudar o movimento dos redemoinhos e a dinâmica interna da tempestade para determinar como estas pequenas estruturas interagem com o interior do vórtice.

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