sábado, 21 de fevereiro de 2015

Um cappuccino cósmico no polo sul de Marte

A parte ocidental de Planum Australe, no polo sul de Marte, vista pela sonda Mars Express, a 17 de dezembro de 2012.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin/Bill Dunford.

Esta impressionante imagem da região do polo sul de Marte faz lembrar um redemoinho de espuma de leite numa chávena quente de cappuccino. A área tingida de branco e canela corresponde à calote de gelo permanente que cobre uma grande parte da região - um lençol composto por gelo de água e dióxido de carbono, com aproximadamente 350 km de diâmetro e 3 km de profundidade máxima. Esta estrutura é dissecada na periferia por vales escarpados cor de café, possivelmente moldados por poderosos ventos catabáticos.

Significativamente mais pequena que a sua congénere do polo norte, a calote do polo sul de Marte é formada por uma multitude de mesas planas interrompidas por pequenas depressões circulares. Esta estranha paisagem deve provavelmente a sua morfologia à sublimação sazonal do gelo de dióxido de carbono nas paredes das depressões.

O centro da calote encontra-se deslocado cerca de 150 km para norte do polo sul geográfico. A presença de duas gigantescas bacias no hemisfério ocidental - Hellas Planitia e Argyre Planitia - gera fortes ventos na direção do polo sul do planeta, o que cria um sistema de baixas pressões permanente diretamente sobre a calote polar. Os padrões climáticos resultantes produzem baixas temperaturas e uma abundância na precipitação de neve branca e fofa, que contrasta com a geada negra formada na parte oriental da região polar - uma área onde os céus marcianos são relativamente mais quentes e tranquilos.

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