quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Sobre um horizonte lunar

A Terra vista acima da superfície da Lua, numa imagem obtida pela Lunar Reconnaissance Orbiter, a 12 de outubro de 2015.
Crédito: NASA/GSFC/Arizona State University.

Esta fabulosa composição a cores foi construída com imagens captadas pela Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) no passado mês de outubro e mostra o nosso planeta pairando sobre as montanhas a oeste da cratera Compton, no lado mais distante da Lua. A sequência completa revela o que aparenta ser a Terra a desaparecer gradualmente além do horizonte lunar, no entanto, este movimento não é mais do que o resultado da deslocação da sonda da NASA ao longo da sua órbita em redor da Lua.

Como o período de rotação da Lua coincide exatamente com o seu período de translação, a Terra surgiria no mesmo ponto do céu a um observador estático situado na superfície lunar, no lado da Lua mais próximo da Terra. Este fenómeno é uma consequência do efeito de maré produzido pela proximidade da Lua ao nosso planeta.

No caso da LRO a situação é diferente. Viajando dezenas de quilómetros acima da superfície lunar, a sonda da NASA passa diariamente por cerca de 12 "nasceres da Terra". Contudo, como quase sempre está ocupada a observar a superfície da Lua, são raras as oportunidades que a LRO tem para captar imagens do nosso planeta. Para o fazer, a sonda tem de rodar na direção do horizonte lunar e tombar no sentido do movimento, de forma a maximizar as dimensões do horizonte no enquadramento da câmara. Embora complicada, a manobra permite a captação de invulgares vislumbres do nosso frágil planeta pairando acima da paisagem desolada de outro corpo planetário.

Vejam a imagem de cima na sua máxima resolução aqui.

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