Representação artística do novo objecto da cintura de Kuiper descoberto pelo Hubble, passando em frente duma estrela. Em baixo, um gráfico da difracção da luz de uma estrela durante uma ocultação.
Crédito: NASA, ESA e G. Bacon (STScI).
A cintura de Edgeworth-Kuiper é um verdadeiro repositório de pequenos mundos gelados, dispersos numa vasta nuvem que se estende desde a órbita de Neptuno até distâncias ao Sol superiores a 50 UA. Geralmente apenas os gigantes desta população constituem notícia relevante no seio da comunidade científica. No entanto, desta vez, o destaque ressalta para um pequeno objecto da cintura da Kuiper, detectado por um grupo de investigadores americanos liderados por Hilke Schlichting, a partir dos dados reunidos pelos sensores de navegação FGS (Fine Guidance Sensors) do telescópio Hubble, ao longo de 4,5 anos (ver artigo na revista Nature aqui). Invisível através do sistema óptico do telescópio espacial (brilho 100 vezes inferior ao limite de detecção), a descoberta do novo objecto só foi possível graças à detecção de um fenómeno de ocultação, com duração de 0,3 segundos, numa das cerca de 50.000 estrelas monitorizadas pelo sistema FGS durante mais de 12.000 horas, escolhidas para escrutínio pela equipa de investigadores. A análise da duração e da intensidade da ocultação permitiu ao investigadores inferir para o pequeno objecto um diâmetro de apenas 1 Km (diâmetro 50 vezes inferior ao do menor objecto da cintura de Kuiper anteriormente conhecido)! Esta nova descoberta faz-me pensar quantas mais pequenas bolas de gelo estarão escondidas nessa imensa e distante região do Sistema Solar?
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