Uma visita virtual a Ontario Lacus, um grande lago de hidrocarbonatos líquidos localizado a curta distância do pólo sul de Titã. Animação produzida a partir de imagens de radar obtidas pela sonda Cassini a 22 de Junho de 2009, a 8 de Julho de 2009 e a 12 de Janeiro de 2010.
Crédito: NASA/JPL.
É extraordinária a forma como as paisagens de Titã nos são tão familiares. Abaixo da densa atmosfera alaranjada, um pouco por toda a superfície, extensas redes de canais serpenteiam em direcção a gigantescas bacias, algumas delas preenchidas por grandes massas de hidrocarbonatos líquidos (essencialmente, misturas líquidas de metano, de etano e de outros hidrocarbonatos simples). Em alguns desses lagos, os cientistas têm identificado praias, baias, vales inudados e deltas de rios, estruturas em tudo semelhantes às suas congéneres terrestres.
O vídeo que aqui vos trago mostra algumas dessas estruturas nas margens de Ontario Lacus, o maior dos lagos de hidrocarbonatos identificados no hemisfério sul de Titã. Com cerca de 235 quilómetros de comprimento e cerca de 20.000 km² de extensão, Ontario Lacus ocupa uma área ligeiramente inferior à do Alentejo. É uma massa líquida extremamente dinâmica, com fortes evidências da contínua acção de processos erosivos ao longo das suas margens (ver artigo aqui).
Recentemente, investigadores da missão Cassini identificaram o recuo das margens de Ontario Lacus em cerca de 10 Km, uma descida do nível do lago em cerca de 1 metro por ano, ao longo de 4 anos (ver artigo aqui). Esta descoberta é mais uma forte evidência da existência de um ciclo hidrológico do metano em Titã, que sazonalmente, à semelhança do que se passa na Terra com a água, faz variar o nível das grandes massas líquidas da lua.
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