quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Estranhas linhas vermelhas na superfície de Tétis

Linhas vermelhas em redor da cratera Alcinous, na superfície de Tétis. Composição em cores falsas construída com imagens obtidas pela sonda Cassini a 11 de abril de 2015, através de filtros para comprimentos de onda no infravermelho, no verde e no ultravioleta.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute.

Cientistas da missão Cassini observaram recentemente um conjunto de invulgares linhas arqueadas de cor vermelha na superfície de Tétis. As linhas têm apenas alguns quilómetros de largura, mas estendem-se por longas distâncias, atravessando ininterruptas os terrenos acidentados do hemisfério norte desta lua de Saturno.

A equipa da missão tinha já identificado algumas destas estruturas em anteriores observações. No entanto, as imagens captadas em abril passado foram as primeiras a mostrar vastas áreas das latitudes mais setentrionais de Tétis com as condições de iluminação necessárias para os cientistas as visualizarem com clareza.

"Os arcos vermelhos saltaram realmente à vista quando vimos as novas imagens", disse Paul Schenk, investigador participante da missão. "É surpreendente como são extensas estas estruturas."

A lua Tétis vista pela sonda Cassini, a 11 de abril de 2015. Composição em cores falsas construída com imagens obtidas através de filtros para comprimentos de onda no infravermelho, no verde e no ultravioleta. As linhas vermelhas podem ser vistas no quadrante superior direito da imagem.
Crédito: NASA/JPL-Caltech/Space Science Institute.

A origem das linhas e da sua cor vermelha é ainda um mistério. Com a exceção de algumas pequenas crateras em Dione, são raras as estruturas tingidas de vermelho nas luas de Saturno. Neste momento, estão a ser avaliadas diversas possibilidades, incluindo ideias de que estes materiais poderão ser impurezas químicas contidas no interior de gelo recentemente exposto, ou o resultado da atividade de jatos de gás com origem no interior de Tétis.

"Os arcos vermelhos devem ser geologicamente recentes porque atravessam estruturas mais antigas, como as crateras de impacto", explicou Paul Helfenstein, um dos membros da equipa de imagem da Cassini. "No entanto, não sabemos precisar a sua idade. Se estas linhas são apenas uma fina camada colorida no solo gelado, a sua exposição ao ambiente espacial poderá apagá-las em escalas de tempo relativamente curtas."

A equipa da missão planeia realizar novas observações no próximo mês de novembro, quando a sonda da NASA sobrevoar a superfície de Tétis a distâncias consideravelmente mais próximas.

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