quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Florescência no Mar Báltico

Florescência de cianobactérias no Mar Báltico. Esta composição em cores falsas mostra uma área com aproximadamente 69 km de comprimento por 53 km de largura e resulta da combinação de 3 imagens captadas a 11 de agosto de 2015, pela câmara OLI do satélite Landsat 8, através de filtros para as bandas 640-670 nm (vermelho), 530-590 nm (verde) e 450-510 nm (azul).
Crédito: NASA.

O Mar Báltico está a ser fustigado por uma das mais intensas florescências de cianobactérias das últimas duas décadas. A imagem de cima foi captada há cerca de duas semanas pelo satélite Landsat 8 e mostra densas acumulações superficiais destes microrganismos numa vasta área entre a costa da Letónia e a ilha sueca de Gotlândia.

Registos fósseis descobertos na região de Pilbara, na Austrália, sugerem que as cianobactérias foram os primeiros organismos fotossintéticos produtores de oxigénio a colonizar a Terra, há cerca de 3,5 mil milhões de anos. Membros assíduos das comunidades fitoplanctónicas de albufeiras e lagos de água doce em todo o mundo, estes microrganismos tendem a formar extensas florescências nas águas salobras do Mar Báltico durante os meses de verão. Este fenómeno resulta da combinação de um conjunto de fatores ambientais, dos quais se destacam a crescente eutrofização antropogénica do Mar Báltico, o aumento sazonal da temperatura e insolação nos estratos superiores da coluna de água, e a diminuição drástica das concentrações de nitratos provocada pelas florescências primaveris de dinoflagelados e diatomáceas.

A florescência visível na imagem é dominada por Aphanizomenon flos-aquae e Nodularia spumigena, duas espécies de cianobactérias filamentosas fixadoras de azoto atmosférico. As florescências de Nodularia spumigena são particularmente preocupantes devido ao facto destes organismos serem potenciais produtores de nodularinas. Estes compostos são hepatotoxinas potentes com capacidade para provocarem hemorragias intra-hepáticas potencialmente fatais.

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