Representação artística de um "Júpiter quente" nas proximidades da sua estrela.
Crédito: ESA/C.Carreau.
WASP-18b, um "Júpiter quente" recentemente descoberto em órbita da estrela HD10069 (uma jovem subgigante de tipo espectral F6, localizada a 326 anos-luz, na direcção da constelação da Fénix) revelou ser um verdadeiro quebra-cabeças para os investigadores do projecto britânico Wide Angle Search for Planets. Com um período orbital de apenas 0,94 dias (pouco mais de 22 horas) e com uma massa 10,3 vezes superior à do planeta Júpiter, este gigante gasoso parece encontrar-se numa espiral mortal em direcção à própria destruição (ver artigo publicado na revista Nature).
Tendo em conta o modelo actualmente utilizado para a determinação das interacções gravitacionais de maré dos "Jupíteres quentes" com as respectivas estrelas (baseados nos estudos conduzidos em estrelas binárias e nos gigantes gasosos do Sistema Solar), os investigadores britânicos calcularam que o exoplaneta WASP-18b poderá atingir o seu limite de Roche em menos de um milhão de anos, altura em que a força de maré o desintegrará por completo. O processo terá a sua origem na protuberância de maré induzida pelo exoplaneta na sua estrela, que por sua vez gera um torque que vai drenando momento angular orbital, causando o movimento em espiral do exoplaneta para o interior. A descoberta é de tal forma surpreendente que os investigadores chegam a colocar a hipótese da órbita de WASP-18b se encontrar estabilizada por efeitos gravitacionais desconhecidos. Caso o efeito de decadência orbital seja um fenómeno real, a sua existência poderá vir a ser confirmada dentro de apenas uma década, o tempo necessário para que a dissipação da energia orbital seja directamente mensurável. Apenas o tempo revelará os segredos deste bizarro sistema planetário.
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