A água é certamente um dos recursos mais limitantes na exploração humana de Marte. O seu transporte até à superfície do planeta vermelho é impraticável dadas as grandes quantidades de combustível requeridas, pelo que embarcar futuros exploradores em tamanha empresa poderá depender tão somente da descoberta de fontes de água no subsolo marciano.
Desde a sua chegada a Marte, a Mars Reconnaissance Orbiter tem sondado a superfície marciana com o seu instrumento SHARAD (Shallow Radar) em busca de água líquida ou congelada no subsolo a profundidades até 1 quilómetro. Nos seus quase 6 anos de actividade, a sonda da NASA conseguiu detectar um número impressionante de vastas massas de gelo de água protegidas por mantos de fragmentos rochosos em encostas montanhosas situadas nas latitudes médias do planeta vermelho. Recentemente, a sonda europeia Mars Express fotografou uma dessas regiões.
Secção sul de Phlegra Montes fotografada pela câmara HRSC da sonda Mars Express, a 01 de Junho de 2011. A imagem tem uma resolução de cerca de 16 metros/pixel.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).
Phlegra Montes é uma extensa cordilheira montanhosa que se prolonga desde a porção nordeste dos terrenos vulcânicos de Elysium Planitia até às terras baixas a leste de Arcadia Planitia. Pensa-se que as suas baixas montanhas e colinas terão sido elevadas da superfície pela acção de antigas forças compressivas numa longa falha existente na região.
Mapa topográfico mostrando a cadeia montanhosa de Phlegra Montes e os terrenos adjacentes. O rectângulo mais pequeno indica a região representada na imagem obtida pela Mars Express.
Crédito: NASA MGS MOLA Science Team.
As novas imagens obtidas pela Mars Express mostram que quase todas as montanhas de Phlegra Montes se encontram rodeadas por unidades geológicas morfologicamente semelhantes aos glaciares terrestres. Estudos anteriores demonstraram que os fragmentos rochosos observados na superfície destas estruturas fluíram lentamente pelas encostas montanhosas, o que sugere a presença de glaciares subsuperficiais nestas regiões. Estas interpretações são corroboradas pelas imagens de radar obtidas nestes locais pela Mars Reconnaissance Orbiter, que mostram evidências da presença de gelo provavelmente a profundidades de apenas 20 metros!
Pensa-se que estas estruturas poderão ter surgido várias vezes ao longo das últimas centenas de milhões de anos, em períodos em que o eixo de rotação de Marte apresentava uma inclinação significativamente diferente da observada nos dias de hoje. Segundo os cientistas, as diferentes condições climatéricas presentes nesse período poderiam ter gerado um ambiente propício à queda e acumulação de neve nestas regiões, que ao ser compactada nas vertentes inclinadas das montanhas e crateras marcianas produziriam grandes glaciares que esculpiriam as características formações actualmente visíveis nas latitudes médias do planeta vermelho.
Perspectiva frontal sobre um dos vales glaciares de Phlegra Montes. É visível ainda uma cratera coberta por uma estrutura lobada provavelmente formada por gelo de água coberto por detritos rochosos.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).
Desde a sua chegada a Marte, a Mars Reconnaissance Orbiter tem sondado a superfície marciana com o seu instrumento SHARAD (Shallow Radar) em busca de água líquida ou congelada no subsolo a profundidades até 1 quilómetro. Nos seus quase 6 anos de actividade, a sonda da NASA conseguiu detectar um número impressionante de vastas massas de gelo de água protegidas por mantos de fragmentos rochosos em encostas montanhosas situadas nas latitudes médias do planeta vermelho. Recentemente, a sonda europeia Mars Express fotografou uma dessas regiões.
Secção sul de Phlegra Montes fotografada pela câmara HRSC da sonda Mars Express, a 01 de Junho de 2011. A imagem tem uma resolução de cerca de 16 metros/pixel.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).
Phlegra Montes é uma extensa cordilheira montanhosa que se prolonga desde a porção nordeste dos terrenos vulcânicos de Elysium Planitia até às terras baixas a leste de Arcadia Planitia. Pensa-se que as suas baixas montanhas e colinas terão sido elevadas da superfície pela acção de antigas forças compressivas numa longa falha existente na região.
Mapa topográfico mostrando a cadeia montanhosa de Phlegra Montes e os terrenos adjacentes. O rectângulo mais pequeno indica a região representada na imagem obtida pela Mars Express.
Crédito: NASA MGS MOLA Science Team.
As novas imagens obtidas pela Mars Express mostram que quase todas as montanhas de Phlegra Montes se encontram rodeadas por unidades geológicas morfologicamente semelhantes aos glaciares terrestres. Estudos anteriores demonstraram que os fragmentos rochosos observados na superfície destas estruturas fluíram lentamente pelas encostas montanhosas, o que sugere a presença de glaciares subsuperficiais nestas regiões. Estas interpretações são corroboradas pelas imagens de radar obtidas nestes locais pela Mars Reconnaissance Orbiter, que mostram evidências da presença de gelo provavelmente a profundidades de apenas 20 metros!
Pensa-se que estas estruturas poderão ter surgido várias vezes ao longo das últimas centenas de milhões de anos, em períodos em que o eixo de rotação de Marte apresentava uma inclinação significativamente diferente da observada nos dias de hoje. Segundo os cientistas, as diferentes condições climatéricas presentes nesse período poderiam ter gerado um ambiente propício à queda e acumulação de neve nestas regiões, que ao ser compactada nas vertentes inclinadas das montanhas e crateras marcianas produziriam grandes glaciares que esculpiriam as características formações actualmente visíveis nas latitudes médias do planeta vermelho.
Perspectiva frontal sobre um dos vales glaciares de Phlegra Montes. É visível ainda uma cratera coberta por uma estrutura lobada provavelmente formada por gelo de água coberto por detritos rochosos.
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).
Outra perspectiva sobre a mesma região. Reparem na extensa formação lobada que se espraia a norte do vale glaciar. Será esta uma vasta massa de gelo subsuperficial?
Crédito: ESA/DLR/FU Berlin (G. Neukum).
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