sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A surpreendente geologia de Mercúrio

Imagem a cores de Mercúrio, obtida durante a terceira passagem da sonda MESSENGER pelo planeta, no passado dia 29 de Setembro.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.


Apesar de assombrada por uma falha no sistema informático de bordo, a terceira passagem da sonda MESSENGER pelo planeta Mercúrio proporcionou, ainda assim, uma série de surpreendentes descobertas científicas, que relembram o quão pouco os astrónomos sabem acerca do mais pequeno planeta do Sistema Solar. As descobertas mais mediáticas foram, sem dúvida, as novas estruturas geológicas localizadas na faixa de território observada, pela primeira vez, a 29 de Setembro.

Duas depressões localizadas no hemisfério norte de Mercúrio, na área recentemente cartografada pela sonda MESSENGER durante a sua terceira passagem pelo planeta. As cores foram manipuladas de forma a evidenciar subtis variações de cor, geralmente relacionadas com a composição química das diferentes estruturas geológicas.
Crédito: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington.

As duas novas depressões visíveis na imagem (acima), foram as que mais entusiasmaram os investigadores da missão. A primeira é uma depressão irregular, envolvida por uma área brilhante, suspeita de ter sofrido intensa actividade vulcânica. A estranha mancha brilhante e a respectiva depressão, vão ser alvo de estudo aprofundado durante a fase operacional da missão.
Situada a sul da primeira depressão, encontra-se uma jovem bacia de impacto com anel duplo, semelhante à bacia Raditladi (uma depressão descoberta na primeira passagem da MESSENGER pelo planeta, a 14 de Janeiro de 2008). Estima-se que, tal como Raditladi, a nova bacia de impacto tenha sido formada à apenas mil milhões de anos (!) - supreendentemente recente em termos geológicos, quando comparada com a esmagadora maioria das bacias de impacto observadas em outros objectos do Sistema Solar. Visível no seu interior, distingue-se uma área mais clara e aparentemente mais jovem que a própria bacia de impacto. Esta área interior parece ter tido origem em fenómenos de natureza vulcânica, constituindo provavelmente o material vulcânico mais recente até agora observado em Mercúrio!

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