terça-feira, 8 de março de 2011

Cassini descobre surpreendente fluxo de energia térmica no pólo sul de Encélado

Damascus Sulcus, uma das fissuras geologicamente activas no pólo sul de Encélado. Vista em perspectiva gerada a partir da combinação de imagens captadas pela Cassini em Agosto de 2008, com um mapa topográfico da região criado por Paul Schenk do Lunar and Planetary Institute, Texas, Estados Unidos (resolução de 12 a 30 metros por pixel).
Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/Universities Space Research Association/Lunar and Planetary Institute.

Encélado volta a surpreender. De acordo com um estudo publicado na semana passada na revista Journal of Geophysical Research (consultar artigo aqui), a região mais meridional desta pequena lua de Saturno emite muito mais calor do que o que havia sido estimado anteriormente. Estes resultados baseiam-se numa nova análise dos espectros das emissões térmicas registados em 2008 no pólo sul de Encélado pelo Cassini Composite Infrared Spectrometer (CIRS), um dos 12 instrumentos científicos da sonda Cassini.

Gráfico comparando as emissões térmicas detectadas em 2008 no pólo sul de Encélado pela sonda Cassini (à direita), com as emissões estimadas em estudos anteriores (à esquerda). A energia térmica gerada no interior da lua de Saturno é comparável à produzida por 20 centrais termoeléctricas.
Crédito: NASA/JPL/SWRI/SSI.

De acordo com os autores do estudo, são gerados na região do pólo sul de Encélado cerca de 15,8 GW de energia térmica, cerca de 10 vezes mais do que o previsto em estudos anteriores, um valor que desafia os modelos de produção endógena de calor actualmente aceites. Estes novos resultados têm fortes implicações quanto à presença de água líquida no interior de Encélado. Curiosamente, a existência de um oceano subsuperficial ou de uma bolsa de água salgada na região do pólo sul aumentaria a eficiência na produção de calor pelo efeito de maré, ao permitir uma maior distorção das camadas superficiais de gelo.

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